sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem linda -Hoje é tempo de ser feliz

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Engana que eu gosto

Ed René Kivitz

 

 

Engana que eu gosto

As culturas devem ser lidas nas linhas e entrelinhas. As linhas falam da coisa em si. As entrelinhas falam do espírito da coisa. As entrelinhas podem distorcer e até mesmo destruir o que está dito nas linhas.
Com a cultura cristã não é diferente. Veja o exemplo da assinatura da Igreja Universal do Reino de Deus, a saber, Jesus Cristo é o Senhor. De acordo com o Novo Testamento, isso significa que devemos viver como escravos dos propósitos de Jesus Cristo: ele manda e a gente obedece, ele propõe e a gente executa, ele dirige e a gente segue, pois afinal de contas, Ele é o Senhor. Mas na cultura da IURD, e de boa parte do movimento evangélico, as entrelinhas dessa afirmação fazem com que ela signifique que Jesus pode realizar todos os seus desejos, afinal de contas Ele é o Senhor. A relação fica invertida: você clama e ele responde, você reivindica e ele atende, você pede com fé e ele lhe dá o que foi pedido, você participa da corrente de oração e se submete aos 318 pastores e Jesus faz a sua vida próspera e confortável, pois Jesus Cristo é o Senhor e você é “filho do rei”, de modo que não há qualquer motivo para que você continue nessa vida miserável, daí a segunda convocação da IURD: “para de sofrer”.
Percebe como as linhas dizem uma coisa e as entrelinhas dizem outra?

O movimento evangélico é mestre em fazer confusão e promover distorção do Evangelho em virtude desse jogo de linhas e entrelinhas. Um exemplo disso é a mensagem VAI DAR TUDO CERTO, que recebi outro dia.

Eis a mensagem:
SALMO 22
VAI DAR TUDO CERTO

DEUS me pediu que te dissesse que tudo irá bem contigo a partir de agora. 
Você tem sido destinado para ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos teus objetivos.
Nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as tuas agonias e chegará à vitória. 
Esta manhã bati na porta do céu e DEUS me perguntou… 
’Filho, que posso fazer por você ?’ 
Respondi: 
’Pai, por favor, protege e bendiz a pessoa que está lendo esta mensagem’.
DEUS sorriu e confirmou: ‘Petição concedida’. 
Leia em voz baixa… 
’Senhor Jesus : 
Perdoa meus pecados. 
Amo-te muito, te necessito sempre, estás no mais profundo de meu coração, cobre com tua luz preciosa a minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos’. 
Passe esta oração a 5 pessoas, no mínimo. 
Receberás um milagre amanhã. 
Não o ignore.

Deus tem visto suas Lutas.
Deus diz que elas estão chegando ao fim.
Uma benção está vindo em sua direção.
Se você crê em Deus, por favor envie esta mensagem para 20 amigos.
Se acredita em Deus envia esta mensagem a 20 pessoas,
se rejeitar lembre Jesus disse:
“se me negas entre os homens, te negarei diante do pai” Dentro de 4 minutos te dirão uma notícia boa.
Deixo de lado a crítica gramatical e o péssimo uso da lingua portuguesa. Dedico minha atenção ao conteúdo da mensagem que, travestida de cristã, é absolutamente anti-cristã: mentirosa, fantasiosa, desprovida de qualquer sentido bíblico, desalinhada com o todo do ensino e experiência de Jesus, seus apóstolos, e seus primeiros seguidores, totalmente alinhada com os dircursos baratos da auto-ajuda e da enganação religiosa, enfim, uma versão barata e piedosinha da superstição sincrética do espiritualismo popular.
A afirmação “vai dar tudo certo”, lida de acordo com as linhas do Novo Testamento, significaria, por exemplo, que os propósitos de Deus prevalecerão, a marcha da igreja de Jesus Cristo contra os poderes do mal será vitoriosa, a vontade de Deus será um dia feita na terra como o céu. Mas também significaria que os seguidores de Jesus seriam sempre ovelhas em meio aos lobos [Mateus 10.16], odiados pelo sistema sócio-político-econômico anti-reino de Deus, ameaçados de morte, rejeitados, caluniados, e perseguidos por causa do nome de Jesus [Mateus 5.10-12], e passariam por muito sofrimento e tribulação antes de receberam a vitória plena no reino leterno de Deus [Atos 14.22]. Isto é, antes de dar tudo certo, daria tudo errado.
A convicção de que “em Cristo somos mais que vencedores” [Romanos 8.37], e que “em Cristo Deus sempre nos conduz em triunfo” [2Coríntios 2.14], é também acompanhada de uma profunda compreensão a respeito dos custos de se colocar ao lado de Deus e do reino de Deus, em oposição à injustiça e aos agentes promotores e mantenedores da morte no mundo: ”Porque me parece que Deus nos colocou a nós, os apóstolos, em último lugar, como condenados à morte. Viemos a ser um espetáculo para o mundo, tanto diante de anjos como de homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, mas vocês são sensatos em Cristo! Nós somos fracos, mas vocês são fortes! Vocês são respeitados, mas nós somos desprezados! Até agora estamos passando fome, sede e necessidade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa e trabalhamos arduamente com nossas próprias mãos. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo” 
[1Coríntios 4.9-13].
Fica, portanto, muito evidente que quando os cristãos do Novo Testamento diziam que “vai dar tudo certo” estavam afirmando coisas completamente diferentes dessas afirmadas na mensagem que recebi pela internet, que diz:

”Tudo irá bem contigo a partir de agora”; “Você tem sido destinado para ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos teus objetivos”; “Nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as tuas agonias e chegará à vitória”; “Cobre com tua luz preciosa a minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos”; “Receberás um milagre amanhã”; “Uma benção está vindo em sua direção”; “Dentro de 4 minutos te dirão uma notícia boa”.
Meu amigo, minha amiga, não é verdade que “tudo irá bem contigo a partir de agora”, e também não é verdade que “você tem sido destinado para ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos teus objetivos”. Não se iluda, pois não é verdade que “nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as tuas agonias e chegará à vitória”. Preste atenção: o compromisso cristão não suplica que Deus cubra com sua luz “minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos”. Na verdade, o compromisso cristão exige que você deixe de viver para seus sonhos, seus planos e seus projetos e passe a viver para Deus, pois, como ensina a Bíblia, “o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou“ [2Coríntios 5.14,15], e justamente por isso é que quem deseja seguir a Jesus deve lmebrar o que Jesus disse:

”Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?” [Mateus 16.24-26].
Também não é verdade que “receberás um milagre amanhã” e que “dentro de quatro minutos te dirão uma notícia boa”.

Pelo amor de Deus, jogue fora esse evangelho açucarado, que promete o que Deus jamais prometeu, e gera falsas esperanças nas pessoas. Respeite o sofrimento e a dor das milhares de pessoas que, apesar de sua fé, e talvez justamente por causa de sua fé, passam fome, não têm mínimas condições de sobrevivência, sofrem as consequências de tragédias pessoais e fatalidades naturais, são vítimas de um sistema político e econômico cruel, que as condena à escravidão e a uma vida sem futuro. Lembre dos cristãos que vivem na África, na Índia, na América Latina, e nos rincões miseráveis do Brasil. Seja solidário com as minorias: os negros escravizados, as mulheres violentadas, as crianças abusadas, as populações indígenas dizimadas, os refugiados de guerra, os perseguidos políticos, os desaparecidos. Respeite a grandeza dos cristãos perseguidos e mortos sob a tirania do fundamentalismo terrorista islâmico (diferente do Islã) e dos regimes políticos ateístas. Pense um pouco se essa mensagem “vai dar tudo certo, todos os seus sonhos se realizarão, você vai receber um milagre amanhã” faz algum sentido na ala infantil do Hospital do Câncer, no campo de refugiados (mutilados) de Angola, ou nos casebres secos do sertão brasileiro.
Construa sua fé sobre um alicerce mais sólido. Por exemplo, o Salmo 22, aviltado com essa mensagenzinha “vai dar tudo certo”. Aliás, é bom lembrar que Bíblia não é um livro que pode ser manuseado por qualquer pessoa, de qualquer jeito. Da mesma maneira que não é qualquer pessoa que pode dar palpite a respeito do direito, de medicina, da engenharia, ou do marketing, também a teologia exige um mínimo de preparo, senão, muito preparo mesmo. Digo isso porque talvez o autor dessa mensagenzinha não saiba que o Salmo 22 é um dos Salmos messiânicos, que profetiza o sofrimento e o fracasso do Messias, que foi (1) abandonado por Deus e pelos homens [Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia? Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio! Não fiques distante de mim, pois a angústia está perto e não há ninguém que me socorra], (2) rejeitado [Mas eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo], (3) insultado [Caçoam de mim todos os que me vêem; balançando a cabeça, lançam insultos contra mim], (4) dilacerado pela dor que lhe foi brutalmente imposta [Como água me derramei, e todos os meus ossos estão desconjuntados. Meu coração se tornou como cera; derreteu-se no meu íntimo. Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte. Cães me rodearam! Um bando de homens maus me cercou! Perfuraram minhas mãos e meus pés], e por fim (5) cuspido na cara e crucificado como impostor.

Para esse Messias não deu nada certo. Ele não recebeu uma boa notícia quatro minutos após sua agonia no Getsêmani, e também não recebeu um milagre no dia seguinte. No dia seguinte foi crucificado.
Mas esse Messias, apresentado pelo profeta como “homem de dores, que sabe o que é padecer” [Isaías 53], “Deus exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” [Filipenses 2.9-11]. Isso sim é dar tudo certo.
Provavelmente alguém vai dizer que é isso o que a mensagenzinha quis dizer. Mas não foi. Nas linhas, pode ter sido. Mas no contexto da religiosidade popular e da subcultura evangélica, a mensagenzinha sugeriu que “os seus sonhos e os seus projetos” darão certo, e que você pode esperar para amanhã aquela resposta milagrosa de Deus para resolver seus problemas e dificuldades particulares, e que em quatro minutos você vai receber uma notícia boa, muito provavelmente trazendo a você uma benção na forma de conforto e prosperidade.
Em síntese, a mensagenzinha pode ser interessante, pode trazer uma esperança e um conforto para quem está lutando contra um sofrimento ou uma dificuldade medonha, e pode até mesmo trazer um alívio do tipo “eu sei que não é bem assim, mas é bom pensar que é, ou acreditar que pode ser”. Mas definitivamente essa mensagenzinha não tem nada a ver com o Evangelho de Jesus Cristo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Deus e deuses


Deus e deuses

Quando uma pessoa me diz que não acredita em Deus ou afirma categoricamente que Deus não existe, pergunto: De que Deus você está falando? Isso é necessário, pois dependendo do Deus referido eu também não acredito. A hipótese de que por detrás de nomes diferentes, como Alá e o Deus de Jesus, todos nós adoramos e veneramos a um único e mesmo Deus, e que só o reconhecimento desse fato pode nos trazer a paz entre as religiões e civilizações, é contestada por Jung Mo Sung: “Se é verdade que por detrás de nomes diferentes que nomeiam a Deus, ou deuses, nós adoramos a um único e mesmo Deus, deve ser também verdade que por detrás de diversas imagens de Deus dos cristãos adoramos e veneramos ao mesmo e o único Deus. Entretanto, eu tenho muita dificuldade para aceitar e acreditar que por detrás do nome de Deus de Jesus Cristo invocado para legitimar os massacres contra os indígenas na América Latina ou para legitimar torturas nas ditaduras militares esteja o mesmo Deus invocado pelas vítimas ou cristãos que morreram lutando contra os massacres ou torturas. Pois, se assim fosse, não haveria o problema das falsas imagens de deuses e nem o da idolatria. Todas as imagens de Deus de Jesus invocadas – sejam para matar os inocentes (imagem sacrificial de deus), sejam para defender as vítimas (Deus que pede misericórdia, ao invés de sacrifício; Mt 9,13) – remeteriam a um único e verdadeiro Deus. E, portanto, não haveria uma diferença qualitativa entre elas. O que é logicamente um absurdo e teologicamente um erro. Se nem os cristãos, quando usam o nome do Deus de Jesus, estão se referindo a um único e mesmo Deus, como podemos dizer que por detrás de diversos nomes divinos de diversas religiões está um único e o mesmo Deus? Com esse questionamento eu não estou defendendo a idéia de que existem realmente diversos Deuses – e que assim o politeí¬smo estaria certo e o monoteísmo errado -, muito menos a tese de que o cristianismo é a única religião que conhece, adora e anuncia o único Deus verdadeiro. O que eu quero apontar é que as “coisas” são muito mais complexas do que essa equação que, aparentemente, simplifica e facilita o diálogo religioso e a construção de paz no mundo. Hoje, as guerras no Oriente Médio são feitas ou legitimadas, em boa medida, em nome da vontade divina. Só que por detrás de “deus de Bush” ou do “deus do Al-Qaeda” não está o único e o mesmo Deus. Os defensores da “guerra santa” – dos mundos cristão, judaico ou islâmico – o fazem em nome das imagens de deus que eles veneram. Só que a imagem de deus não é Deus! Quem mata em nome da imagem de deus confunde a imagem com o próprio Deus e comete, segundo a tradição bíblica, o pecado da idolatria. O problema é que nós não podemos conhecer a Deus como ele é, somente as imagens que fazemos dele”. A esse entendimento de Jung Mo Sung, acrescento minha convicção de que qualquer imagem a respeito de Deus encontra em Jesus Cristo seu gabarito e padrão para validação. “Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível”, como bem disse Paulo apóstolo. Pois Jesus “é o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Colossenses 1.15-19). Nisto consiste a fé cristã: enxergar Deus através de Jesus, na verdade, enxergar Deus em Jesus, o que, necessariamente, nos coloca de joelhos diante de Jesus Cristo, em adoração ao próprio Deus.

Religião e Espiritualidade

Religião e Espiritualidade

Espiritualidade é a experiência humana do sagrado, transcendente, divino. Religião é a maneira como o ser humano organiza e vivencia esta experiência. Espiritualidade é uma experiência humana universal. Religião é uma experiência humana condicionada a dogmas, ritos, códigos morais e grupos de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e celebram sua espiritualidade da mesma maneira. As religiões mais conhecidas no mundo são Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo. A espiritualidade é o que os seres humanos têm em comum. Por exemplo, tanto o Dalai Lama quanto o Papa Bento XVI têm uma espiritualidade, mas têm religiões diferentes. Um é budista e outro é cristão. Em termos simples, assim como o ser humano tem corporeidade (relação com o corpo) e racionalidade (relação com a mente), também tem espiritualidade (relação com as realidades espirituais). Religião é maneira como cada ser humano desenvolve e pratica sua espiritualidade. Espiritualidade tem a ver com os atributos do espírito humano: razão, emoção, volição, consciência e auto-consciência. Religião está relacionado ao mundo dos espíritos, geralmente supra humanos. Espiritualidade é aquilo referente às virtudes do espírito: amor, compaixão, solidariedade, generosidade, perdão e justiça. Religião trata mais das regulações morais, objetivas, em detrimento das virtudes subjetivas.

Dentro de cada religião existe um número variado de maneiras de vivenciar a espiritualidade. Por exemplo, no Cristianismo a espiritualidade pode ser vivida de uma forma Católica Romana e outra Protestante, e mesmo dentro do Protestantismo, existem ramificações como o protestantismo histórico, o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo. No Brasil, os protestantes ficaram conhecidos como “evangélicos”. Isto é, “evangélico” é um ramo do protestantismo, que por sua vez é um ramo do Cristianismo, que por sua vez é uma das cinco grandes religiões. Ser “evangélico”, portanto, é uma forma de viver a espiritualidade cristã, e nesse caso podemos dizer que existe uma “espiritualidade cristã evangélica”. O grande desafio é perceber quando uma religião ajuda e quando atrapalha o desenvolvimento espiritual. Ou mesmo, e principalmente, no meu caso que sou cristão, que versão do Cristianismo vai pautar a minha espiritualidade.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Jesus ainda é o caminho?

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” – João 14.6

Um dos mais graves problemas para a igreja de Cristo é a perda da visão da exclusividade da salvação pela graça por meio da fé em Jesus. Teoricamente, cremos que só Jesus Cristo salva, mas na prática, essa declaração não permeia a vida de muitas igrejas. A crença na salvação exclusivamente por meio de Jesus deveria produzir uma ardorosa visão evangelística e missionária. Cristo seria o carro-chefe da igreja e a mensagem do Cristo crucificado, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, seria a tônica da pregação. Estranhamente, porém, boa parte das igrejas tem se escondido no Antigo Testamento, trazendo para o culto arca, shophar (esta é a nova grife!), quipá, estrela de Davi, etc. São igrejas evangélicas que baniram o evangelho e recuperaram o sistema veterotestamentário. Sua leitura da Transfiguração deve ser que o Pai retirou Jesus de cena, deixando Moisés e Elias, e declarou: “Estes são os meus Filhos amados em que me comprazo; a eles ouvi”.

Alguns parecem ter banido Jesus Cristo de sua própria igreja. É uma negação de sua pessoa e sua obra. Tal atitude se encaixa perfeitamente na declaração do autor de Hebreus: estão pisoteando o Filho de Deus, e caíram da graça. Não entendem que o judaísmo se esgotou. O vinho velho acabou. As talhas de purificação estão vazias. Só Jesus, o Filho de Deus, tem poder para produzir novo vinho, e de qualidade superior. A exclusividade da salvação pela fé em Cristo tem se perdido no arsenal de truques e novidades para engabelar os crentes, dando-lhes a sensação de estarem seguindo a Bíblia. Mas o preço é alto: sem Cristo. A cruz é um estorvo para muitos cristãos. Eles querem bênçãos e poder, mas não a cruz. Querem riquezas, mas não o caminho do sofrimento com e por Cristo. Cantam “quero subir o monte santo de Sião”, não o monte do Calvário. Esqueceram-se que o caminho é Jesus, não o louvor nem o Espírito Santo (identificado com seus sentimentos).

Outros estão olhando pelo outro lado do microscópio. Ao invés de analisar a cultura secular pela Bíblia, analisam-na por pensadores seculares. Adotam o inclusivismo soteriológico. Jesus salva, mas Buda também, Maomé também. Qualquer um também. Gente bem intencionada está salva. O que vale é a sinceridade. Outros nem crêem que haja alguma coisa de que ser salva. A igreja é apenas uma instituição social ou recreacional.

Ouço e leio muito a expressão “o olhar do outro” (frasezinha bonita!), no tocante à verdade espiritual. Não posso deixar de perguntar: “E o olhar de Jesus, onde fica? As declarações de Jesus, onde ficam?”.

Quando fui evangelizado aos catorze anos aprendi isso: “Jesus não disse que é um caminho, mas o caminho”. Compreendi que o único meio de se chegar a Deus é por ele. Mas segmentos de sua igreja não falam do caminho para Deus, e sim de um caminho tranqüilo por esta vida. Deus se tornou do tamanho das pessoas, porque sua vontade para conosco ficou associada ao bem-estar material. Todo desejo dele para nós é que nos demos bem nos negócios aqui. O propósito de Deus para nós é uma boa vida, e Jesus é apenas um nome que se usa na frase final de qualquer oração, como se fosse uma senha para garantir nosso pedido. Mas a igreja não é mais dele.

Precisamos voltar a Jesus, deixando Moisés e Elias de lado. Jesus disse: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele” (Lc 16.16). Voltemos a pregar que só Jesus Cristo salva, que ele é único caminho para o céu, que ser gente boa é bom, mas isso não salva. Aprendi adolescente, e não esqueci: Jesus é o único caminho para o Pai. Quando a igreja deixa aberta a possibilidade de outro Salvador, ou deixa de falar do Salvador, nega ao Senhor. E negou-se a si mesma. Não há “olhar do outro” para salvação. Só há Jesus. Não há outro caminho. Jesus é o único. Nem Moisés, nem Elias, só Jesus. Nem shophar, nem quipar, nem arca. Só a cruz. Fora do Cristo crucificado não há caminho.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

LIÇÕES DO COMPLEXO DO ALEMÃO


Durante anos as forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, não compartilhavam nada, sei muito disso, pois fiz parte deste grupo. Quando havia operações conjuntas, ninguém cedia a Polícia Civil queria o comando, a primazia, a Militar a Federal e as demais forças do mesmo modo, com isso quem perdia era a sociedade. O mal começou a imperar em várias comunidades enquanto aqueles de deveriam promover a paz brigavam entre si, buscavam o seu espaço e chegamos onde o mundo viu. Não suportando mais tamanha violência houve um clamor público e um fato inédito ocorreu, houve união entre as forças de segurança, e o que para muitos era impossível aconteceu, o bem venceu o mal. Ao ver aqueles homens fugindo desesperados, libertando aquela comunidade que vivia escravizada pelo tráfico, pensei parece à igreja. Ao ler está crônica alguns podem pensar: Como parece a Igreja?  O Senhor Jesus nos garantiu que: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;”  Mateus 16:18 .  Hoje vivemos um evangelho divido cada qual quer marcar o “seu território” é difícil acharmos igrejas que cooperam e compartilham com outras, mas graças ao bom Deus que ainda existem tais igrejas, enquanto homens perdem tempo indo à televisão e ao rádio falar mal deste ou de outro pastor, falar que “a sua Igreja é a melhor, que a sua Igreja faz...” o povo tem morrido sedento de fome do verdadeiro evangelho que é o amor. Penso que é hora de refletirmos, nos unirmos para levar a paz a todos que precisam e querem, é necessário uma união das “forças da Paz” para resgatarmos almas que estão aprisionadas pelo inferno, para que o inimigo bata em retirada em nome de Jesus, a igreja deve ser militante sair do seu conforto, sair do holofote e arrombarmos as portas do inferno em nome de Jesus e libertarmos os que lá estão aprisionados.
          “Que o Senhor nos dê sabedoria e altruísmo para tal”

Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
Pastor da PIB em Fragoso e Interino na SIB em Magé.