quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Adoração na igreja evangélica contemporânea


Adoração na igreja evangélica contemporânea

Osmar Ludovico da Silva



Há dois tipos de música: a boa e a ruim seja ela erudita, mpb, sertaneja, reggae, rap, rock ou gospel. O que me surpreende é a capacidade do mercado absorver música ruim. Com a proliferação de compositores, interpretes, bandas e gravadoras o cenário evangélico não poderia ser diferente. Tem música boa, mas também tem muita música ruim.



Passamos séculos louvando a Deus com hinos históricos da Reforma, bastava um hinário, e tínhamos uma música com letras densas, boa teologia, e linha melódica e métrica harmoniosa.



Nos últimos anos surgiu o que chamamos de louvorzão, jogamos fora os hinários, a liturgia, aposentamos o piano e o coral e introduzimos a guitarra, a bateria, o data-show, as coreografias e a aeróbica. Surgiu também a figura do dirigente do louvor, responsável para animar a congregação. Daí para frente têm muito barulho, muitas palmas, muitas mãos levantadas, muitos abraços, muitas caretas e cenho franzido. Mas a pergunta que fica é: temos adoração?



O lado positivo do louvorzão é o interesse e a integração na igreja de milhares de jovens que, atraídos pelas bandas e pela euforia dos cultos, enchem os templos. Trata-se de uma oportunidade única para ensinar estes jovens, através do exemplo e da Palavra o caminho do discipulado de Cristo. Mas fica a pergunta: estarão estes jovens crescendo na santidade e no serviço?



Alguns cultos se tornaram verdadeiras produções dignas da Broadway. Músicos profissionais, cenários, bailarinos, iluminação chegam a rivalizar com os shows de artistas conhecidos. A idéia é que uma produção caprichada com interpretes competentes gera uma verdadeira adoração. Novamente fica uma pergunta, toda esta parafernália cênica tem levado o povo de Deus a uma genuína adoração?



A história da Igreja é rica em manifestações artísticas. Ao longo do tempo o louvor foi expresso através de várias expressões musicais. O canto gregoriano, o barroco, os hinos da Reforma, o negro spiritual e os cânticos contemporâneos deixaram sua contribuição à boa música ao longo destes últimos séculos.



Trata-se, portanto, de um equivoco jogar fora toda a herança histórica e achar que esta geração descobriu a forma certa de louvar. Se olharmos do ponto de vista musical veremos que a história nos legou uma herança preciosa. Na cultura gospel do louvorzão tem muita música ruim, muita letra questionável, e muito dirigente de louvor que mais parece um animador de auditório.



A igreja pode ser a ponte entre as gerações, entre o antigo e o novo e integrar na adoração tudo que há de bom na sua herança histórica. Tem muita gente já cansada do louvorzão barulhento de letras rasas, de bandas que tocam no último volume, das coreografias esvoaçantes e das ordens do dirigente para abraçar o irmão da frente, de trás e do lado dizendo que o amamos. É constrangedor abraçar alguém e dizer que o amamos quando sequer o conhecemos.



A igreja perde quando o dirigente do louvor, o data-show, a coreografia e os solos de guitarra se tornaram mais importantes do que o cântico congregacional. Ou seja, quando a ênfase do louvor se desloca da congregação para o palco. Com raras exceções a música é ruim, a letra não tem nada a ver com a realidade do cotidiano ou a teologia reformada e a performance no palco é apelativa.



A igreja perde quando se torna parecida com um programa de auditório e não cultiva mais a boa música com cordas, sopros, bons arranjos, corais, quartetos. Mas a igreja perde muito mais ainda quando a adoração se torna um evento estimulado sensorialmente e não uma melodia que emerge de um coração quebrantado e temente a Deus. Adoração é sempre uma resposta humilde, alegre, reverente àquilo que Deus é e faz. Adoramos porque algo aconteceu, algo nos foi revelado, e não o contrário como pensam alguns: que é porque adoramos que recebemos a revelação e as coisas acontecem.



A igreja perde quando não há reverência ou temor, o que resta é euforia, excitação e sensações prazerosas. O que é bom em si mesmo, mas não é necessariamente adoração.



É um equivoco pensar que Deus se impressiona com nossos cultos de domingo. Ao contrário, Ele acolhe muito mais nossos gestos simples do quotidiano, frutos de um coração humilde e quebrantado, que busca se desprender de ambições e serve ao próximo com alegria. Adoração não é um evento domingueiro bem produzido, mas um estilo de vida que glorifica ao Senhor.



Durante séculos a arquitetura das igrejas e das catedrais destinou o balcão posterior para o coro, o órgão e a orquestra. Na igreja da Reforma os músicos e o coro se posicionavam na parte da frente da nave, mas sempre ao lado. Mesmo o púlpito não estava no centro, mas ao lado. No centro havia, quando muito, alguns símbolos da fé que ajudam a despertar a consciência para a experiência do sagrado, com destaque para a mesa do Senhor. Era a congregação face ao altar de Deus, nada se interpondo entre a Santa Presença e a congregação. Este lugar só pode ser ocupado por Jesus Cristo, ele é o único mediador, ele é o único que pode dirigir o louvor.



Hoje o que se vê é o apóstolo, o bispo, o pastor, o dirigente de louvor e a banda ocupando este lugar, nos levando de volta à Antiga Aliança quando sacerdotes e levitas eram mediadores entre Deus e os homens. A conseqüência é uma geração de crentes que dependem de homens, coreografias e data-shows para adorar e para ouvir a voz de Deus.



O verdadeiro pastoreio consiste em ajudar homens e mulheres a dependerem do Espírito Santo para seguirem a Cristo que os leva ao seio do Pai. Ajudar homens e mulheres a crescerem e amadurecerem na fé, na esperança e no amor, integrando adoração, oração e leitura das Escrituras no seu quotidiano.



A contextualizaçã o se tornou uma armadilha na qual a igreja caiu, na sua tentativa de se identificar com o mundo ela ficou cada vez mais parecida com mundo. A cultura gospel é auto centrada, materialista, se acha dona da verdade, tornou-se uma religião que nos faz prosperar, que não nos pede para renunciar a nada e que resolve todos nossos problemas. Há um abismo colossal entre a cultura gospel e o Evangelho de Jesus Cristo, que nos chama a amar sacrificialmente o nosso próximo, a cultivar um estilo de vida simples, a integrar o sofrimento na experiência existencial e a ter a humildade de ser um eterno aprendiz.



Estas reflexões já estavam fervilhando no meu coração há algum tempo. Pensei que estas coisas só aconteciam em certas igrejas, mas o que me motivou mesmo a colocá-las no papel, foi ter participado de um culto numa igreja evangélica tradicional.

domingo, 16 de agosto de 2009

Fé e dinheiro: Uma combinação explosiva - MP acusa Universal de lucrar com fiéis


MP acusa Universal de lucrar com fiéis
15 de agosto de 2009

O Ministério Público de São Paulo acusa Edir Macedo e mais nove integrantes da Igreja Universal de usar o dinheiro de doações de fiéis para fazer negócios e engordar o próprio patrimônio.

Há 32 anos, os templos da Igreja Universal do Reino de Deus recebem ricos e pobres, crédulos e descrentes, doentes, despossuídos e desesperados. A todos a igreja oferece consolo e, muitas vezes, também uma porta de saída para escapar do vício, do crime e da solidão. Mas cobra caro por isso. Baseada numa particular Teologia da Prosperidade, a Universal, fundada e chefiada pelo bispo Edir Macedo, prega que a maior expressão da fé são as oferendas de dinheiro à igreja (e também de carros, casas e cheques pré-datados). A ideia de que "quanto mais se doa, mais Deus dá de volta", levada ao paroxismo pela eloquência dos bem treinados pastores da Universal, já fez com que almas crédulas arruinassem seus casamentos, suas finanças, suas vidas.

O Código Penal, contudo, não alcança práticas religiosas. Em linhas gerais, se um brasileiro quiser doar tudo o que tem a qualquer igreja, está livre para isso. E quem receber a doação também não encontra empecilhos na legislação. O que não se pode é tapear a lei - e é precisamente isso o que vem fazendo Macedo e outros nove integrantes da cúpula da Universal, segundo uma peça de acusação elaborada por promotores do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. A partir da denúncia oferecida pelo Gaeco e aceita pela Justiça na última segunda-feira, Macedo e seu grupo tornaram-se réus em um processo criminal sob as pesadas suspeitas de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Com base numa investigação de dois anos, o MP afirma que Macedo e seu grupo converteram-se em uma organização criminosa ao usar as doações de fieis para engordar seu próprio patrimônio - no caso do bispo, nada desprezível. Além de dono de 90% da TV Record, Macedo e a mulher, Ester Eunice Rangel Bezerra (ela dona dos outros 10% da emissora, segundo aparece no contrato de concessão) têm uma coleção de imóveis que incluem, apurou VEJA, dois apartamentos em condomínios de luxo em Miami, nos Estados Unidos: o primeiro, em nome de Ester, foi comprado em 2006 e está avaliado em 2,1 milhões de dólares. O segundo, registrado em nome do casal, foi adquirido no ano passado e custou mais do que o dobro do primeiro: 4,7 milhões de dólares. Ambas ficam na Collins Avenue, um dos endereços mais sofisticados da cidade.

Denúncias - Segundo a denúncia do MP, além de enganar os fieis embolsando o dinheiro que deveria ter destinação religiosa, a Universal burla o Fisco ao aproveitar-se de sua imunidade tributária e fazer transações comerciais. A imunidade fiscal assegurada pela Constituição às igrejas baseia-se no princípio de que seu patrimônio, renda e serviços visam à atividade religiosa, e não ao lucro. Quando o dinheiro dos fieis é usado para comprar empresas e jatinhos - caso dos pastores da Universal, segundo o MP -, a Justiça tem de ser acionada.

Em 1997, uma auditoria da Receita Federal sobre as contas da Universal produziu um relatório defendendo que ela perdesse a imunidade fiscal, uma vez que a igreja vinha fazendo uso do benefício para ganhar dinheiro. Com base no documento, tramita na Justiça Federal desde 1997 um processo em que o Ministério Público Federal tenta cancelar a concessão da Rede Record ao bispo Macedo. O MP diz que, embora o contrato esteja em nome de pessoas físicas (dele e de sua mulher), a TV teria sido comprada com dinheiro de pessoa jurídica, a Igreja Universal, o que é vedado por lei.

Entre 2001 e 2008, a Universal, segundo os promotores, amealhou 8 bilhões de reais de seus cerca de 8 milhões de seguidores. Metade dessa dinheirama foi parar em contas bancárias da igreja por meio de 4 015 depósitos em espécie - direto das sacolinhas dos dízimos. A outra metade chegou, principalmente, por meio de transferências eletrônicas provenientes de filiais da igreja espalhadas pelo país. A partir daí, o esquema funcionava da seguinte maneira, de acordo com a acusação: a maior parte do dinheiro era repassada, a título de "pagamentos", para empresas de fachada controladas por integrantes do grupo, a Cremo Empreendimentos e a Unimetro Empreendimentos.

Ambas movimentaram, entre 2004 e 2005, mais de 70 milhões de reais, ainda que não tenham oferecido no período qualquer serviço ou produto, segundo atesta a Secretaria de Fazenda de São Paulo. Da Cremo e da Unimetro, o dinheiro dos fieis era enviado para empresas sediadas em paraísos fiscais: a Investholding, nas Ilhas Cayman, e a Cableinvest, nas Ilhas do Canal. De lá, retornavam ao Brasil disfarçado de empréstimos para pessoas ligadas à Universal, que usavam os valores para transações nada religiosas. Apesar do emaranhado trajeto percorrido pelo dinheiro, ele, na verdade, nunca saiu das mãos da cúpula da Universal.

O Gaeco sustenta que foi esse o esquema usado pela igreja para comprar, por exemplo, a TV Record do Rio de Janeiro (em 1992, por 20 milhões de dólares) e a TV Itajaí, de Santa Catarina. Ao todo, o império de comunicação da Universal reúne 23 emissoras de TV, 42 emissoras de rádio e outras 12 empresas. O do bispo prospera na mesma medida. Em 2007, ele se esmerava na construção de uma casa de 2 000 metros quadrados em Campos do Jordão (SP), no valor de 6 milhões de reais. Naquele tempo, já era proprietário de outra casa na mesma cidade, comprada nove anos antes por 600 000 dólares. Some-se a isso os imóveis de Miami e não restará dúvida de que Macedo é um abençoado. Resta saber se à luz da lei tanta prosperidade também poderá ser comemorada.

Universal/Record - Na semana passada, o profano e o religioso se confundiam na programação da Rede Record. No horário nobre, o Jornal da Record reagiu às denúncias contra Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, por meio de reportagens que atacavam o Ministério Público e a concorrente Globo. De madrugada, um programa da própria igreja veiculado na emissora, o Fala que Eu Te Escuto, repetia as mesmas reportagens à exaustão. É mais uma evidência de que, a despeito das afirmações de independência da emissora, Universal e Record são metades inseparáveis de um só organismo.

Pessoas ligadas à igreja ocupam a maioria dos cargos de direção da emissora. A Universal repassa anualmente à Record montantes crescentes de recursos - foram 240 milhões de reais em 2006, 320 milhões em 2007 e 400 milhões em 2008. Pertencem a ela, ainda, alguns dos principais imóveis onde a Record está sediada. Boa parte das regalias de seus executivos não sai do caixa da própria emissora: na semana passada, VEJA constatou que um deles mora num imóvel pertencente à Cremo, uma das empresas do esquema de lavagem de dinheiro denunciado pelo Ministério Público.

A comunhão espiritual entre Record e Universal também se dá pela via contrária: a igreja se utiliza fartamente dos recursos e do material produzido pela emissora. Num dos QGs de Edir Macedo - o templo localizado na Avenida João Dias, em São Paulo, onde ele e seus principais auxiliares moram quando estão na cidade -, carros de reportagem da emissora ficam à disposição dos bispos. As equipes do Fala que Eu Te Escuto utilizam equipamentos da Record para produzir entrevistas nas ruas - e seus repórteres exibem o microfone com logotipo da rede. Nos bastidores da emissora, artistas e jornalistas reclamam de ver suas atrações na Record serem recicladas no programa dos bispos - sem ganhar adicional de salário por isso.

Leia a reportagem completa em VEJA desta semana (na íntegra somente para assinantes).


Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/mp-acusa-universal-lucrar-fieis-492109.shtml

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

RELACIONAMENTO COM DEUS


Relacionamento Crescente com Deus
Oséias - 6 , 1 - 6


Há pessoas que têm dificuldades de manter relacionamento crescente, contínuo, seja ele afetivo, emocional ou espiritual.
Nada para estas pessoas é duradouro, cumulativo, tudo é passageiro, descartável. Ter este tipo de relacionamento nos dias atuais é muito mais fácil do que qualquer outra época que se tenha lembrança.
Hoje tudo é passageiro, relativo, negociável, nada é para sempre.
Por isso, não nos causa admiração ao vermos tanta gente machucada, no fundo do poço, pois o relacionamento contínuo é uma das formas de gerar, criar nos seres humanos toda forma de raiz para a sua felicidade.
Por que, não consigo ter um relacionamento crescente com Deus, comigo mesmo e com o meu próximo ? O texto citado, nos revela alguns princípios permanentes que nos levam às respostas.

I - Devido ao sentimento de culpa.

O livro de Oséias, trata de um relacionamento conjugal. A esposa do profeta Oséias abandonou o lar, saiu de casa e foi parar numa feira de escravos, conforme capítulo 3.
(Oséias 3:1) - E O SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, contudo adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses, e amem os bolos de uvas.
Oséias estava querendo reaver sua esposa até mesmo pela compra. Da mesma maneira Deus queria resgatar Israel, porém ele permanecia insensível, foi quando o Senhor toma a decisão de se "retirar para o Seu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face".
Deus não pode fazer nada, até que nos sintamos culpados por nossos pecados e falhas. No Salmo 32:5, Davi diz: "Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei". Disse: "Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e Tu perdoaste a iniqüidade de meu pecado. Lembre-se, você não pode ter relacionamento crescente com alguém até que trate de seu pecado.

II - Devido nossas feridas.

Quantas feridas temos em nossa alma que nos impedem de vivermos a vida cristã em sua plenitude ?
Tantos nossos pais, como o sistema do mundo atual dominado por Satanás, podem imprimir nas fibras de nossa alma, feridas. Olhando para este texto, como entender que Deus "faz a ferida" , que Ele nos "despedaçou"?
Temos que entender que Ele não é o criador do mal, o bem só Ele faz, a ferida Ele pode permitir para abrir nossos olhos, para nos curar, para que a excelência do poder continue sendo Dele. Salmo 147:3 diz: "Sara os quebrantados de coração, e liga-lhes as feridas".
Hoje a psicologia moderna tem avançado muito, porém suas técnicas só vasculham a alma, mas não possui o bálsamo que alivia e faz esquecer a dor.

III - Devido a nosso amor.

Como podemos manter relacionamento contínuo com alguém, com amor passageiro, igual a nuvem da manhã que logo desaparece e como o orvalho da madrugada que logo passa ?
Jesus disse: "Este povo honra-me com os lábios mas o seu coração está longe de mim".
O Profeta Oséias deixa claro neste texto que servir a Deus, que ser religioso não é aplacar a Deus com sacrifícios e holocaustos e sim amá-lo de todo coração.
Amar a Deus deve estar bem acima da religiosidade, regras e normas. Querer comunhão com Deus, através de sacrifícios é ser artificial e presunçoso. Jesus perguntou a Pedro três vezes "Tu me amas ?", é o amor que restaura e mantém relacionamentos.

CONCLUSÃO
Ao terminarmos nossa reflexão quero lhe dizer só mais uma coisa; se permitimos Deus trabalhar em nós pelo seu amoroso Espírito, teremos os melhores resultados: 1- Seremos revigorados; 2- Seremos levantados; 3- Teremos vida abundante; 4- Receberemos a melhor chuva de Deus, a serôdia.

domingo, 9 de agosto de 2009

SALMO 23


DEUS CONOSCO


O salmo 23 é o testemunho de Davi a respeito do seu relacionamento com Deus. Revela a maneira como Davi percebia e experimentava Deus. Caso alguém pedisse a Davi que descreve o seu Deus, ele diria “Deus é o meu Senhor/pastor, é aquele que me supre, guia, restaura, acompanha na adversidade, protege dos inimigos e cobre de misericórdia e bondade” Em uma leitura teológica pode ser chamado por “PROVEDOR” (águas tranqüilas, pastos verdes e refrigério para alma), “CONDUTOR” (guia pelas veredas da justiça) e “PROTETOR” (vara e cajado no vale da sombra da morte, mesa farta na presença dos inimigos, bondade e misericórdia todos os dias) Dos seus filhos.
Se os amados me perguntarem se creio que Deus é meu provedor minha resposta é sim,sem dúvida nenhuma, mas se perguntarem que isso significa que jamais passarei privações financeiras, jamais ficarei desempregado, jamais irei mal nos negócios etc... minha resposta é não.
Se me perguntarem se creio em Deus como Condutor, a resposta é sim, sem dúvida nenhuma. Mas se me perguntar tomarei decisões erradas, jamais terei planos frustrados e castelos desmoronados minha resposta será não.
Creio em Deus protetor , mas isso não significa que jamais ficarei doente, jamais serei ferido pela maldade , jamais serei injustiçado,jamais sofrerei perdas e dano minha resposta será de novo não.

I – A convicção quanto à provisão, à orientação e a proteção de Deus não nos isenta da possibilidade de fracassos, fatalidades, privações e ferimentos. Tudo isso faz parte da vida, a própria biografia de Davi me autoriza a esta afirmação. O início de sua trajetória rumo ao trono foi marcado por perseguição e ódio. Seu primeiro exército foi composto da escória da sociedade: endividados, angustiados e pessoas descartadas pela sociedade de então. Davi teve um filho que foi estuprou a irmã e foi assassinado por seu irmão. Depois disso Davi abusou do poder de rei e tomou para si a mulher de m dos seus comandantes militares, a quem mandou matar: adultério e assassinato. O filho de seu adultério foi morto por um ato disciplinar de Deus. O filho fratricida se revoltou contra sua autoridade e liderou uma rebelião contra Israel. Este filho rebelde foi morto pelo exército real, e depois Davi teve que comparecer diante do povo para agradecer e honrar os assassinos do próprio filho, por quem chorou, desejando ter morrido em seu lugar. Qualquer pessoa poderia questionar que tipo de Provedor, Condutor e Protetor é este que permite uma biografia marcada de tragédias,crimes, ódios e pecados suficientes para determinar a infelicidade crônica de qualquer mortal.
Isto nos leva a penetrar mais fundo nas afirmações do Salmo 23, distinta daquela que nos leva a crer que Deus nos coloca dentro de uma bolha de bem estar, conforto e prosperidade inabaláveis. Por está razão creio que a expressão que sustenta o relacionamento entre Davi e Deus, vai muito mas além de um Deus Provedor, Condutor e Protetor, pois está é a prerrogativa de Deus no seu relacionamento com o homem, mas a expressão que determina a qualidade do relacionamento entre Davi e Deus é “TU ESTÁS COMIGO”. Caso você pedisse a Davi para descrever Deus, ele deixaria de lado a Teologia Sistemática e falaria com o coração: “Deus é meu grande companheiro. Ele está sempre comigo. Esteve comigo na caverna de Adulão. Esteve comigo quando Saul corria para atrás de mim para me matar. Esteve comigo quando meus filhos se matavam e se odiavam. Esteve comigo quando eu não soube o que fazer para estancar o ódio dentro da minha casa. Esteve comigo quando meus filhos conspiravam contra mim. Esteve comigo quando precisei superar a dor da perda de um filho para resguardar a autoridade do meu exército e preservar a unidade do povo. Deus é meu grande amigo.”

II – Minha releitura mas acurada e profunda do salmo 23, ensinou-me duas coisas essências que desejo passar a igreja. A- Que não devo basear meu relacionamento com Deus naquilo que ele pode fazer por mim , mas naquilo que ele pode fazer em mim As expectativas que devemos ter de Deus em Cristo Jesus, não é no relacionamento que ele pode fazer nas nossas circunstâncias, mas o que Ele pode fazer no meu no nosso coração. Afirmar “o Senhor é meu pastor e nada me faltará” implica um caminho livre de ansiedade e repleto de satisfação. Espero que o dia de escassez nunca bata em minha porta, mas, se chegar,o que mais espero é poder dizer que aprendi a estar contente em qualquer situação porque Deus está comigo, e posso superar qualquer circunstância naquele que me fortalece. Afirmar que “Ele me conduz às águas tranqüilas, aos pastos verdejantes e restaura a minha alma” implica em um caminho de serenidade e saúde emocional.

CONCLUSÃO
Tenho certeza de que Deus tem o seu caminho no meio da tormenta e mesmo no deserto me levará aos mananciais onde poderei restaurado do corpo e da alma. Espero jamais passar pelo que Paulo apostolo passou, mas caso seja necessário, o que mais espero e também dizer que combati o bom combati, terminei a carreira e guardei e fé: estou inteiro para passaria por tudo novamente. Afirmar que Deus prepara uma mesa na presença de meus inimigos e unge minha cabeça com óleo implica em um caminho no qual a alegria é possível mesmo quando o que é mal está diante dos nossos olhos. Espero que o ódio do mundo e do mal não se materialize contra mim de forma tão visível e explicita, mas, caso aconteça, espero muito mais ter a coragem de continuar em frente, com os olhos fitos na mesa posta pelo Bom Pastor que me prometeu vida em abundante no meio dos lobos.
Aprendo lendo o salmo 23, é que não devo basear meu relacionamento com Deus naquilo que ele pode fazer por mim, mas no que eu posso fazer tendo um Deus como ele. Diante dos vales de sombra da morte não devo ficar esperando que Deus me leve do vale ou que me afaste do vale da sombra da morte. No dia que tudo ficar escuro, espero não me deixar levar por um espírito de covardia, mas me levantar movido pelo espírito de amor, moderação e poder para atravessar o vale com a dignidade que somente os que afirmam “Deus está comigo” podem ter. Termino está porção da Palavra do Senhor dita aos nossos corações hoje com a leitura de Romanos 8,32-39
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quando me ponho de joelhos


Tem dias que acordo como um gigante
Pronto para qualquer batalha
Capaz de enfrentar o que for
Mas tem dias que não sei como caminhar
Minhas forças se foram
Tudo parece desabar

Então eu me lembro
De onde minhas forças vêem
Encontro fortaleza
Abrigo certo e direção
Quando me ponho de joelhos
Diante do Pai, em oração

E quando no dia-a-dia
Envolvido estou
Meio cansado
Atarefado
Cheio de preocupações
As coisas não parecem fluir
O futuro é incerto
Não tenho um amigo por perto
As lágrimas jorram
Só desalento e solidão
Sinto uma presença tocar-me
Algo vindo do céu
É Deus presente, Emmanuel

Outra vez me ponho de joelhos
Me sinto fortalecido
Algo estranho acontece
Sobrenatural
Sinto a mão de Jeovah
Me estimulando a caminhar
Sim, minhas forças retornam
Recebo nova visão
Sou novo homem
Capaz de enfrentar as forças do mal
De não desistir dos meus sonhos
Ainda que não consiga vê-los
Sim, tudo isso acontece;
Quando me ponho de joelhos.
RayConceição (Florida,2007)