quinta-feira, 26 de novembro de 2009

REFLEXÕES SOBRE O LUTO – PARTE II




REFLEXÕES SOBRE O LUTO – PARTE II

Por Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro

Cristo demonstrou a importância do luto . Logo de início de seu ministério, Jesus pregou o Sermão do Monte e falou sobre sofrimento. “Bem aventurados os que choram” disse Ele – “Porque serão consolados” (Mt. 5,4) Quando Lázaro morreu, Jesus ficou abalado e profundamente comovido. Ele aceitou sem comentários a visível irritação de Maria, irmã de Lázaro, chorou com os que pranteavam. Jesus sabia que Lázaro estava para ser ressuscitado dentre os mortos. Mas ainda assim o Senhor sofreu. Ele também se retirou (provavelmente para chorar) quando soube que João Batista havia sido executado (Mt.14,12-13). No Jardim do Getsâmami, Jesus estava “profundamente triste” (Mt.26,38), talvez sofrendo uma dor mais intensa relativo a tudo que estaria por acontecer.
Portanto, até mesmo para o cristão o sentimento de luto é normal e saudável. Há casos. Porém, em que pode se tornar patológico e nocivo. Como veremos adiante. Esta diferença interessa em particular ao pastor, enquanto conselheiro cristão.
As Causas do Luto Colocando a coisa em termo simples, podemos dizer que o luto surge por causa da perda de alguma pessoa ou bem valioso, e a pessoa enlutada se vê às voltas com a sensação de vazio e tem que enfrentar a difícil tarefa de se reajustar a nova situação. De acordo com William Worden, a pessoa enlutada enfrenta quatro tarefas difíceis e demoradas: aceitar a realidade da perda, sentir e admitir conscientemente a dor da perda (o que envolve o desligamento dos laços com a pessoa falecida), ajustar-se a um ambiente no qual a pessoa falecida não está mais presente, e estabelecer novos relacionamentos. Este último estágio parece ser o mais difícil porque as pessoas se sentem culpadas e inseguras por estarem investindo suas energias em novos relacionamentos.
Ninguém pode dizer quanto tempo demora o período do luto. Para alguns, ele dura apenas algumas semanas ou meses, mas pesquisas realizadas com viúvas mostram que a maioria precisa de pelo menos três ou quatro anos para alcançar a estabilidade. Mesmo assim, a vida nunca mais é igual ao que era antes da morte do ente querido. Tudo isso exige esforço. “Não é no momento do golpe que você precisa de coragem”, escreveu Anne Morrow Lindberg. Pessoas enlutadas precisam de força para empreender “a longa subida de volta à sanidade, à fé e à segurança.
Às vezes, essa subida difícil ocorre de maneira suave. Embora algumas pessoas tenham tentado identificar diferentes estágios do luto normal, pesquisas mais recentes sugerem que “não existe uma sucessão uniforme e ordenada de estágios pelos quais todo o luto”. O luto normal geralmente envolve uma profunda tristeza, sofrimento, solidão , raiva, depressão, sintomas físicos e alteração nos relacionamentos interpessoais. Em todos este aspectos precisamos levar em conta que há grande diferenças individuas. O modo como o luto se manifesta numa pessoa depende muito de sua personalidade, sua história de vida, sua comunhão com Cristo, seu relacionamento com o morto e sua formação cultural e cristã. Devemos lembrar que o Senhor Jesus sempre tratou as pessoas com indivíduos, como “sistemas abertos”. Que o Senhor nos dê sabedoria dos altos céus para aconselhar neste momento tão difícil para muitos.

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