"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados." Edmund Burke
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
A integridade do evangelho: Uma avaliação do neopentecostalismo
A integridade do evangelho: Uma avaliação do neopentecostalismo
Elas ocupam um enorme espaço na televisão aberta, chegando a milhões de lares brasileiros todos os dias. As três mais conhecidas e salientes têm nomes parecidos — Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e Igreja Mundial do Poder de Deus. Esses nomes apontam para objetivos ousados e ambiciosos. Seus líderes máximos adotam, respectivamente, os títulos de bispo, missionário e apóstolo. Elas são o fenômeno mais recente, intrigante e explosivo do "protestantismo" tupiniquim. Trata-se das igrejas neopentecostais, denominadas por alguns estudiosos "pentecostalismo autônomo", em virtude de seus contrastes com os grupos mais antigos desse movimento.
É difícil categorizá-las adequadamente, não só por serem ainda recentes, mas porque, ao lado de alguns traços comuns, também apresentam diferenças significativas entre si. A Igreja Mundial investe fortemente na cura divina. Seu apóstolo garante que ninguém realiza mais milagres do que ele. Seu estilo é personalista e carismático. Caminha no meio dos fiéis, deixa que as pessoas recolham o suor do seu rosto para fins terapêuticos, às vezes é ríspido com os auxiliares. O missionário da Igreja Internacional é simpático e bonachão; parece um pastor à moda antiga. É também polivalente: prega, canta, conta piadas, anuncia produtos e serviços. Controla com rédea curta o seu pequeno império. Todavia, nenhuma dessas igrejas vai tão longe na ruptura de paradigmas quanto a IURD. Dependendo do ângulo de análise, parece protestante ou católica. Seu carro-chefe é a teologia da prosperidade. Defende sem pejo a ética da sociedade de consumo. Seu líder está entrando na lista dos homens mais ricos do país.
Desde o início, o cristianismo tem exibido uma grande variedade de manifestações, algumas bastante inusitadas. Foi o caso do gnosticismo e do marcionismo nos primeiros séculos, das seitas apocalípticas na Idade Média e de alguns grupos resultantes dos reavivamentos nos Estados Unidos do século 19. Porém, nenhum movimento tem sido tão pródigo em termos de quantidade e diversidade de ramificações quanto o pentecostalismo contemporâneo. No atual ambiente pluralista e inclusivista, muitos observadores vêem nessa multiplicidade um sinal de vitalidade, de dinamismo. Todavia, há sinais preocupantes nos ensinos e práticas de certos grupos. Na célebre Confissão de Fé de Westminster (1647), os puritanos ingleses colocaram a questão em termos de diferentes graus de pureza das igrejas cristãs — cap. 25.4,5 (igrejas mais puras e menos puras). Uma avaliação simpática e honesta das igrejas neopentecostais aponta para alguns aspectos que precisam ser reconsiderados a fim de que elas se tornem genuínos instrumentos do evangelho de Cristo.
O problema hermenêutico
Uma grave deficiência dessas novas igrejas está na maneira como interpretam a Bíblia. Os reformadores protestantes insistiram no valioso, porém arriscado, princípio do "livre exame das Escrituras", ou seja, de que todo cristão tem o direito e o dever de ler e estudar por si mesmo a Palavra de Deus. Acontece que muitos viram nisso uma licença para a livre interpretação do texto sagrado, o que nunca esteve na mente dos líderes da Reforma. Eles lutaram contra uma abordagem individualista e tendenciosa da Escritura, insistindo na adoção de princípios equilibrados de interpretação que levavam em conta o sentido literal e gramatical do texto, a intenção original do autor, o contexto histórico das passagens e também a tradição exegética da igreja. Por essas razões, eles rejeitaram o antigo método de interpretação alegórica, isto é, a busca de sentidos múltiplos na Escritura, por entenderam que ela obscurecia e distorcia a mensagem bíblica.
Em muitas igrejas neopentecostais nada disso é levado em consideração. A Bíblia se torna um joguete, uma peteca lançada para lá e para cá ao sabor das conveniências. Tomam-se diferentes declarações, episódios e símbolos bíblicos e, sem esforço algum de interpretação, passa-se diretamente para a aplicação, muitas vezes de uma maneira que nada tem a ver com o propósito original da passagem. O que é ainda mais grave, os textos bíblicos são usados de modo mágico, como se fossem amuletos ou talismãs, como se tivessem um poder imanente e intrínseco. A Bíblia é encarada prioritariamente como um livro de promessas, de bênçãos, de fórmulas para a solução de problemas, e não como a revelação especial na qual Deus mostra como as pessoas devem conhecê-lo, relacionar-se com ele e glorificá-lo.
Uma nova linguagem
Na sua releitura da Bíblia, os neopentecostais por vezes criam uma nova terminologia, muito diferente dos conceitos bíblicos tradicionais. Privilegiam-se expressões como "exigir nossos direitos", "manifestar a fé", "declarar a bênção", todos os quais apontam para uma espiritualidade antropocêntrica, ou seja, voltada para as necessidades, desejos e ambições dos seres humanos, e não para a vontade e a glória de Deus. Alguns dos temas bíblicos mais profundos e solenes redescobertos pelos reformadores do século 16 são quase que inteiramente esquecidos. Não mais se fala em pecado, reconciliação, justificação pela fé, santificação, obediência. O evangelho corre o risco de ficar diluído em uma nova modalidade de auto-ajuda psicológica, deixando de ser "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê".
O conceito de fé talvez seja aquele que esteja sofrendo as maiores distorções. No discurso de muitas igrejas do pentecostalismo autônomo, a fé se torna uma espécie de poder ou varinha de condão que as pessoas utilizam para obter as bênçãos que desejam. Deus fica essencialmente passivo até que seja acionado pela fé do indivíduo. É verdade que Jesus usou uma linguagem que aparentemente aponta nessa direção ("tudo é possível ao que crê", "vai, a tua fé te salvou"). Mas o conceito bíblico de fé é muito mais amplo, a ênfase principal estando voltada para um relacionamento especial entre o crente e Deus. Ter fé significa acima de tudo confiar em Deus, depender dele, buscar a sua presença, aceitar como verdadeiras as declarações da sua Palavra. O objeto maior da fé não são coisas, mas uma pessoa — o Deus trino.
Fundamento questionável
A teologia da prosperidade, que serve de base para boa parte da pregação e das práticas neopentecostais, é uma das mais graves distorções do evangelho já vistas na história cristã. Essa abordagem teve início nos Estados Unidos há várias décadas, sob o nome de "health and wealth gospel", ou seja, evangelho da saúde e da riqueza. No neopentecostalismo, essa se torna a principal chave hermenêutica das Escrituras. Tudo passa a ser visto dessa perspectiva reducionista acerca do relacionamento entre Deus e os seres humanos. O raciocínio é que Cristo, através da sua obra na cruz, veio trazer solução para todos os tipos de problemas humanos. Na prática, acaba se dando maior prioridade às carências materiais e emocionais, em detrimento das morais e espirituais, muito mais importantes.
Tradicionalmente, as maiores bênçãos que o homem podia receber de Deus incluíam o perdão dos pecados, a reconciliação, a paz interior e, num sentido mais amplo, a salvação. Dentro da nova perspectiva teológica, as coisas mais importantes que Deus tem a oferecer são um bom emprego, estabilidade financeira, uma vida confortável, felicidade no amor e coisas do gênero. É uma nova versão da tese do sociólogo alemão Max Weber, segundo o qual os calvinistas buscavam no sucesso econômico a evidência da sua eleição. Os problemas da teologia da prosperidade são diversos: (a) falta de suporte bíblico — a Escritura aponta na direção oposta, mostrando a armadilha em que caem os que se preocupam com as riquezas; (b) empobrecimento da relação com Deus, concebida em termos interesseiros e mercantilistas; (c) incentivo a atitudes de individualismo, egocentrismo e falta de solidariedade; (d) tendência para a alienação quanto aos problemas da sociedade.
Conclusão
O neopentecostalismo representa um grande desafio para as igrejas históricas e mesmo para as pentecostais clássicas. Esse movimento tem encontrado novas formas de atrair as massas que não estão sendo alcançadas pelas igrejas mais antigas. Nem todos os grupos padecem dos males apontados atrás. Muitas igrejas neopentecostais são modestas, evangelizam com autenticidade e não se rendem à tentação dos resultados rápidos, dos projetos megalomaníacos e dos métodos incompatíveis com o evangelho. O grande problema está nas megaigrejas e seus líderes centralizadores, ávidos de fama, poder e dinheiro. Estes precisam arrepender-se e voltar às prioridades da mensagem cristã, buscando em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, para que então as demais coisas lhes sejam acrescentadas.
sábado, 19 de dezembro de 2009
A referência que precisamos (Natal)
2º Coríntios - 1 - 18 : 22
Vivemos em um mundo cada vez mais desreferenciado...
Mundo que se ocupa em relativizar tudo.
Em minar e destruir qualquer tipo de âncora segura, de baliza que possa ser apontada como algo constante, absoluto e confiável.
Ouvimos seguidamente pessoas dizerem coisas do tipo: “cada um tem a sua verdade!”, “a verdade de um não é a mesma do outro!”, “qualquer verdade vale, se ela te faz feliz!”, ou “não existem verdades, tudo é relativo!”
Tudo isso não é novidade...
Também Pilatos (Jo 18.38) perguntou: “o que é a verdade?”
Existe verdade? Existe uma verdade? Existe “a” verdade?
De fato, no mundo em que vivemos, construído e definido pelo conhecimento humano, as verdades são convenções que estabelecemos, e que uma vez aceitas, se tornam nas verdades em torno das quais organizamos a vida, e a sociedade...
É impossível viver sem um sistema de crenças, de verdades... a vida de cada um de nós, de cada ser humano, é fruto de suas crenças, de suas verdades... mesmo a daqueles que afirmam que não existe verdade alguma, que se dizem agnósticos ou ateus...
Todos são fruto de suas verdades, daquilo em que acreditam!
Nesta época de Advento, na semana que antecede a comemoração do Natal, novamente somos confrontados com as muitas distorções e relativizações que se construíram em cima da comemoração do Natal.
Num dos grupos de Advento, no último Domingo, entre muitas coisas que compartilhamos, o Fernando nos contou da sua experiência no Canadá, onde na Universidade havia uma convenção politicamente correta de que se podia desejar um “happy holliday!”, mas não um “merry Christmas!”.
Muito absurdo! Pois o feriado é cristão, é a data que reservamos para lembrar o nascimento do Salvador, é para adorar a Deus pela chegada do Messias, e quem não pode ou não quer fazer isto, que suprima o feriado, não comemore, vá fazer outra coisa... como os mórmons ou testemunhas de Jeová!
Perdemos completamente as referências... Pois, no feriado que existe para celebrar o nascimento de Jesus, não poder falar nele... é dose!!!
E o que Ele diz de si mesmo?
Em Jo 14.6, aquele que celebramos diz “eu Sou a verdade!”
Noutra ocasião, Ele afirma:
“E conhecereis a verdade, e a VERDADE vos libertará!” Jo 7.33
Sim, mesmo vivendo num mundo de verdades construídas, cremos em alguém que construiu o mundo e tudo o que nele há! Alguém que é a Verdade, antes que nós pudéssemos conhecer e estabelecer qualquer verdade!
Ele não está sujeito às transitoriedades deste mundo, pois Ele mesmo as criou e fez, dentro de um propósito maravilhoso, do qual nós também fazemos parte.
No texto indicado para este dia, o apóstolo Paulo fala destas duas grandezas.
Ele estava sendo cobrado por causa de uma promessa de visita que lhes havia feito e ainda não cumprido.
Ele expõe suas razões para tanto, mas lembra aos membros da Comunidade de Corinto que, mesmo diante das falhas e limitações humanas, ele lhes havia anunciado alguém que não está sujeito à isso:
“Alguém em quem não há sombra de dúvidas!”
Alguém que não falha em suas promessas, e cumpre com cada uma delas. Nele o SIM se faz presente, pois Ele é fiel.
Ele disse que enviaria o Salvador, e pela boca do profeta Isaías (7.14) disse que seria de uma virgem, e assim o foi!
Para Miquéias (Mq 5.2) revelou que o eterno nasceria em Belém, e assim o foi.
Para Oséias (Os 11.1) falou que ele viveria sua infância no Egito, e assim o foi.
Também para Isaías (Is 9.1-2) fora dito que na Galiléia ele exerceria o seu ministério, a assim se cumpriu!
E assim são tantas outras as promessas de Deus que se cumpriram e se cumprem ao longo da história. Deus é fiel!
E assim também será em relação ao que ainda há de se cumprir!
Este mesmo Deus que no Natal afirmou o seu SIM para com a humanidade, escolheu nascer e viver no meio de nós, espera que não lhe fechemos a porta da nossa vida.
Ele também espera pelo teu SIM.
E este é o grande mistério do Advento, que foi anunciado a Maria, e desde então, se oferece a cada um de nós: Jesus nasceu, viveu entre nós e morreu em nosso lugar. Ele não veio para dar uma voltinha na Terra, ver “in loco” como é viver neste mundo, mas veio para nos resgatar. Veio por que ama a cada um de nós, e não se conforma em nos perder.
As portas se lhe fecharam em Belém, e ele acabou nascendo na estrebaria. Jo 1.11 diz que ele veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam... Ao morrer, diz Hb 13.12 que ele sofreu e morreu fora da porta, fora da cidade, mais uma vez excluído até a morte.
O mundo continua querendo celebrar as dádivas, a graça e o amor de Deus, sem a presença dele.
Continuam celebrando o Natal, sem querer acolher o Salvador!
Para cada pessoa que “cai em si”, e compreende que este mundo tem dono, que existe uma verdade, não construída, mas eterna, e que Ele quer ser acolhido em nossos corações, ela recebe um SELO.
Ela recebe e a marca de que é, doravante, propriedade de Deus.
E não há força, não há poder no mundo, que possa tirar tal pessoa das mãos de seu Deus!
Podem até lhe tirar a vida, como no Irã, a tiraram do pastor Tourani, nesta semana, por anunciar o Senhor do Natal.
Sim, os inimigos de Deus podem fazer qualquer coisa, menos me arrancar das mãos de meu fiel Senhor.
Assim Paulo canta em Rm 8.31: nada pode nos separar do amor de Cristo! Nada fora de nós mesmos pode destruir a nossa fé!
E qual é a garantia? Qual é este SELO?
É o próprio Espírito Santo, dado e derramado sobre todo o que crê!
É aí que se consuma a alegria do verdadeiro Advento!
É quando a obra conquistada e consumada por Deus em Jesus chega aos nossos próprios corações e toma conta das nossas vidas.
A alegria do Espírito Santo em nossos corações se torna tal, que não temos dúvidas.
Estamos entre os selados. Somos de Cristo. Novas criaturas.
Podemos ter a certeza da salvação!
Agora vivemos pela Verdade e para a Verdade.
Nosso hiato de vida neste mundo se torna apenas um pequeno prelúdio do que um dia será a plenitude da vida no Reino da Trindade.
Diante de tal superioridade e grandeza, Paulo pode chegar a afirmar que até a morte se torna em lucro! Fp 1.21
Diante desta expectativa, ele até chega a gemer por ser revestido de um novo corpo, espiritual, o corpo da habitação celestial (2 Cor 5.2).
Amados, não deixemos que o brilho das luzes deste mundo nos ofusque, a tal ponto de não mais percebermos as verdades eternas.
De não atentarmos quando o Salvador bate a nossa porta, e dizermos como o dono das hospedarias em Belém, quando do seu nascimento: “infelizmente, aqui não há lugar para ti!”.
Está cheio... minha casa está lotada... não há espaço para abrigá-lo!
As coisas deste tempo, deste mundo, tomaram todo meu tempo, minhas energias e meu esforço! Minha agenda está lotada. Deus, não há lugar para ti. Eu até gostaria, mas... não dá!
Meu trabalho, meus esforços, vês que procuro ser correto, honesto, mas tá cheio, tu não cabes mais aí!!!!
Não tenho mais olhos para esperar e crer num Salvador...
Mesmo que você ande decepcionado, frustrado, com o seu trabalho, com as pessoas, com os governos, com tantas coisas, e até consigo mesmo, há uma boa nova:
Deus em sua graça ainda olha para você e lhe espera com um SIM!
Sim, eu te amo!
Sim, Eu quero cuidar de ti, te restaurar, te consolar, te fortalecer, te dar uma nova vida, com novos valores, sentido, esperança...
O que ainda esperas?
Entramos na semana do Natal?
Jesus ficará mais uma vez batendo do lado de fora, sem encontrar um lugar em tua vida, tua família?
Pense nisso!!!
Enquanto oramos, eu gostaria de convidar à todos aqueles que nunca tiveram a oportunidade de abrir a porta, de dizer, sim Senhor, eu quero que entres, eu quero que sejas não só o dito Messias nascido em Belém, há mais de dois mil anos, mas que sejas também o MEU SALVADOR, a estes eu convido para ficarem de pé, como um sinal concreto diante de Deus da sua disposição em viver uma vida NOVA, recebendo o Espírito Santo como selo e garantia de sua salvação!
Deus nos abençoe.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
REFLEXÕES SOBRE O LUTO – PARTE II
REFLEXÕES SOBRE O LUTO – PARTE II
Por Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
Cristo demonstrou a importância do luto . Logo de início de seu ministério, Jesus pregou o Sermão do Monte e falou sobre sofrimento. “Bem aventurados os que choram” disse Ele – “Porque serão consolados” (Mt. 5,4) Quando Lázaro morreu, Jesus ficou abalado e profundamente comovido. Ele aceitou sem comentários a visível irritação de Maria, irmã de Lázaro, chorou com os que pranteavam. Jesus sabia que Lázaro estava para ser ressuscitado dentre os mortos. Mas ainda assim o Senhor sofreu. Ele também se retirou (provavelmente para chorar) quando soube que João Batista havia sido executado (Mt.14,12-13). No Jardim do Getsâmami, Jesus estava “profundamente triste” (Mt.26,38), talvez sofrendo uma dor mais intensa relativo a tudo que estaria por acontecer.
Portanto, até mesmo para o cristão o sentimento de luto é normal e saudável. Há casos. Porém, em que pode se tornar patológico e nocivo. Como veremos adiante. Esta diferença interessa em particular ao pastor, enquanto conselheiro cristão.
As Causas do Luto Colocando a coisa em termo simples, podemos dizer que o luto surge por causa da perda de alguma pessoa ou bem valioso, e a pessoa enlutada se vê às voltas com a sensação de vazio e tem que enfrentar a difícil tarefa de se reajustar a nova situação. De acordo com William Worden, a pessoa enlutada enfrenta quatro tarefas difíceis e demoradas: aceitar a realidade da perda, sentir e admitir conscientemente a dor da perda (o que envolve o desligamento dos laços com a pessoa falecida), ajustar-se a um ambiente no qual a pessoa falecida não está mais presente, e estabelecer novos relacionamentos. Este último estágio parece ser o mais difícil porque as pessoas se sentem culpadas e inseguras por estarem investindo suas energias em novos relacionamentos.
Ninguém pode dizer quanto tempo demora o período do luto. Para alguns, ele dura apenas algumas semanas ou meses, mas pesquisas realizadas com viúvas mostram que a maioria precisa de pelo menos três ou quatro anos para alcançar a estabilidade. Mesmo assim, a vida nunca mais é igual ao que era antes da morte do ente querido. Tudo isso exige esforço. “Não é no momento do golpe que você precisa de coragem”, escreveu Anne Morrow Lindberg. Pessoas enlutadas precisam de força para empreender “a longa subida de volta à sanidade, à fé e à segurança.
Às vezes, essa subida difícil ocorre de maneira suave. Embora algumas pessoas tenham tentado identificar diferentes estágios do luto normal, pesquisas mais recentes sugerem que “não existe uma sucessão uniforme e ordenada de estágios pelos quais todo o luto”. O luto normal geralmente envolve uma profunda tristeza, sofrimento, solidão , raiva, depressão, sintomas físicos e alteração nos relacionamentos interpessoais. Em todos este aspectos precisamos levar em conta que há grande diferenças individuas. O modo como o luto se manifesta numa pessoa depende muito de sua personalidade, sua história de vida, sua comunhão com Cristo, seu relacionamento com o morto e sua formação cultural e cristã. Devemos lembrar que o Senhor Jesus sempre tratou as pessoas com indivíduos, como “sistemas abertos”. Que o Senhor nos dê sabedoria dos altos céus para aconselhar neste momento tão difícil para muitos.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
REFLEXÕES SOBRE O LUTO – parte I
REFLEXÕES SOBRE O LUTO – parte I
Por Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
Billy Graham escreveu certa vez sobre o luto e disse: “ Quando a morte nos separa de alguém, passamos por um período em que chegamos a pensar que nunca ninguém sofreu o que estamos sofrendo. Mas acontece que a melancolia é universal” – Quando temos um encontro com a morte, nos defrontamos com uma situação irreversível, inalterável que não podemos mudar. Nós, cristão, confortados pela certeza da ressurreição, mas isso não elimina o vazio e a dor sermos forçados a nos separar de alguém que amamos.
A Bíblia está cheia de relatos sobre morte e luto de muitas pessoas. No Antigo Testamento, por exemplo, lemos sobre Jacó chorando a perda a José e se recusando a ser consolado, Davi lamenta a morte prematura do filho recém-nascido e a morte de Absalão durante uma batalha, e Jeremias pranteando a morte do Rei Josias. Os salmos falam sobre a presença e o conforto de Deus quando andamos “PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE” (SL.23,4); aprendemos que a Palavra de Deus fortalece aqueles cuja “ALMA DE TRISTEZA VERTE LÁGRIMAS” (Sl.119,28). Isaías nos apresenta o Messias – Jesus – “HOMEM DE DORES QUE SABE O QUE É PADECER- QUE TOMOU SOBRE SI NOSSAS ENFERMIDADES E CARREGOU NOSSAS DORES” (IS. 53,3-4). No Novo Testamento, a muitas passagens sobre morte e luto relacionado à influência de Jesus Cristo.
1- Cristo deu outro sentido ao luto – Há muitos incrédulos que choram sem ter nenhuma esperança no futuro. Para eles a morte é o fim de um relacionamento para sempre. Porém os Cristãos, aqueles que foram lavados e remidos pelo sangue de Jesus que receberam o Espírito Santo no ato de sua conversão, crendo que Jesus é o único e suficiente salvador de nossa vida, não Crêem assim, pois temos motivo para ter esperança até mesmo no momento de dor. “Pois, se cremos Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem” (ITS 4,14) Podemos confortar um e animar um ao outro com essas palavras (ITS4, 18), convencidos que no futuro, (ler I Cor 15,50-54). Para o cristão a morte não é o fim da existência, ela é o começo da vida eterna. Aquele que Crê em Cristo sabe que os cristãos sempre estarão com o Senhor. A morte física vai continuar existindo enquanto o inimigo tiver permissão de exercer o poder sobre a morte, mas através da crucificação e ressurreição, Cristo derrotou a morte e prometeu que todo o que vive e crê Nele “Não morrerá, eternamente” (Jo. 11 25,26)
Conclusão – Saber disso é algo confortador, mas não acaba com a profunda dor e com a necessidade de consolo. Numa discussão a respeito da morte, Paulo estimula seus leitores a terem coragem e não desanimarem, pois o crente que perde o corpo vai para a presença do Senhor. Nós, cristão, somos incentivados a permanecer firmes, “inabaláveis”, entregando-nos a obra do Senhor, pois sabemos que este trabalho “não é vão”, aguardando com confiança a nossa ressurreição.
Bibliografia: Christian Couseling: A Comprehensive Guide
Garry R. Collins
sábado, 21 de novembro de 2009
Série: Falsos profetas - Parte VII
Edir Macedo - O profeta do sincretismo.
Por Renato Vargens
Em setembro deste ano eu escrevi um texto onde afirmei que a Igreja Universal do Reino de Deus definitivamente não é uma igreja evangélica. Hoje eu escrevo outro afirmando que o seu fundador, Edir Macedo é um falso profeta.
Edir Macedo Bezerra é carioca, tendo nascido em 1945. Seu pai era comerciante, sua mãe dona de casa, ambos católicos praticantes. Edir é o quarto de uma série de 33 filhos, dos quais 10 morreram e 16 foram abortados por terem nascido “fora de época”.
Em 1975 Edir Macedo foi consagrado pastor na Casa da Benção pelo missionário Cecílio Carvalho Fernandes. Dois anos depois juntamente com Carlos Rodrigues fundou a Igreja Universal do Reino de Deus onde tem ensinado e pregado um evangelho diferente do evangelho de Cristo.
O principal foco de Edir Macedo é a “luta” contra os demônios da pobreza além obviamente da espúria teologia da prosperidade. Em todos seus templos enfatiza-se a libertação dos espíritos, e a prosperidade financeira, usando para isso métodos onde o sincretismo e a mistura de crenças e fé se fazem presentes.
As doutrinas ensinadas por Macedo são repugnantes. Para curar ou operar milagres em uma pessoa, os "macedianos" fazem qualquer negócio. Em outras palavras isso significa vender "pedras da tumba de Jesus", comercializar " a água benta do rio Jordão", distribuir "a rosa milagrosa", empurrar goela abaixo "sal abençoado pelo Espírito Santo", além de se vender "óleo ungido para arrumar namorado". Se não bastasse isso, Edir Macedo defende o aborto, relativiza a ética, e sincretiza o evangelho expulsando dos fiéis “encostos” em “sessões de descarrego.”
Para que você tenha idéia do que estou falando a IURD promove o banho do descarrego com 07 elementos sagrados, a saber: sal, arruda, enxofre, nardo, óleo, água do rio Jordão e sangue do cordeiro. Caro leitor, por favor, pare, pense e responda: Qual é a base bíblica para este tipo de prática?
Há algumas semanas o Genizah publicou uma matéria em que a IURD simula um sacrifício no altar. Ora, vamos combinar uma coisa? Isso é uma verdadeira loucura, uma aberração teológica, uma enorme sandice!
Caro leitor, como já afirmei a Igreja Universal do Reino de Deus não é uma Igreja protestante ou evangélica, assim também como seu fundador não pode ser considerado crente em Jesus.
Pense nisso!
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Série: Falsos profetas - Parte VI
Rene Terra Nova - O Paipóstolo dos atos proféticos.
Por Renato Vargens
Renê Terra Nova é um dos principais responsáveis pelo surgimento no Brasil do G12. Sua teologia possui forte ênfase na prosperidade e confissão positiva. É também um dos grandes incentivadores do "evangelho judaizante". Para Terra Nova as festas bíblicas são ordens sagradas do Senhor e devem ser celebradas por todos os cristãos. Se não bastasse isso o cristianismo pregado e vivido por esse “profeteiro” possui forte ênfase no estabelecimento de decretos espirituais.
Para que você tenha idéia do que estou falando, o Apóstolo Renê Terra Nova no dia 21 de abril, em Santa Cruz de Cabrália, se uniu com inúmeras pessoas para re-consagrar o território de Porto Seguro ao Senhor Jesus, entendendo que a partir do solo materno todo o Brasil será atingido com essa demarcação espiritual." Na ocasião "cinco escunas conduziram cerca de 800 profetas no percurso que foi marcado com intercessões e liberação de palavras proféticas. Pão, óleo e vinho foram lançados nas águas porto-segurenses como sinal de tomada completa do território brasileiro."
"Contendo óleo de Jerusalém em sua parte interna e a profecia de um outro Brasil em 2008 e rendido aos pés do Senhor em 2010, uma estaca foi fincada naquele local ao som de um clamor e de expressões de adoração dos cristãos apaixonados e ansiosos pelo mover de um Brasil diferente."
Caro leitor se não bastasse essa aberração de lançar pão, óleo e vinho ao mar como ato profético, o "Paipóstolo" decreta e determina a posse do território brasileiro pela Igreja de Jesus. Ora, os defensores deste tipo de oração fundamentam suas atitudes no evangelho de João, capítulo 14, verso 13, afirmando que o termo usado como pedir foi mal traduzido, isto porque, segundo estes, a palavra no original jamais teve a idéia de pedir alguma coisa, e sim de determinar algo. Entretanto, ao contrário do que tais profetas afirmam, o texto grego aponta efetivamente para alguém que pede, sem contudo exigir o cumprimento daquilo que deseja. Ora, onde já se viu um filho determinar o que quer que o pai faça? Ou, de modo semelhante um servo ordenar o que deve ser feito ao seu senhor? O filho é submisso ao pai e o servo é submisso ao seu senhor. Se Deus é nosso Pai, então devemos honrá-lo como tal. Se ele é nosso Senhor, então a nossa postura deve ser de servos.
Para piorar a situação no dia seguinte, no púlpito do 9° Congresso de Resgate da Nação, o Apóstolo anunciou o fenômeno císmico que atingiu 5,2 graus na escala Richter e refletido em dezenas de cidades paulistas e em pelo menos quatro outros estados – Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina como consequência do ATO PROFÉTICO do dia anterior. Para Terra Nova, o decreto determinado debaixo dos céus proféticos do útero do Brasil, foi respaldado por Deus e anunciado aos quatro cantos da nação brasileira. Muitos desconhecem a causa do tremor, mas para os congressistas presentes no evento, apenas a resposta de um ato profético, até porque, para eles, "Todo ato profético lançado no mundo espiritual é seguido de um sinal no reino físico num prazo de 24 horas."
Além de toda essa presepeira, esse falso profeta criou um novo ministério, de nome "paipóstolo" como também lançou no “mercado gospel” uma nova unção. A unção do nobreza. Segundo Terra nova, para ser um nobre o crente é desafiado a contribuir com R$ 10 mil. A recompensa deste ato de fé, é a UNÇÃO dos NOBRES. Segundo o Paipostolo, em uma noite oficial, com muita celebração, os que contribuissem entrariam nesta unção pelo poder do nome de Jesus.
O que falar então da profecia feita em torno do Ex-governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho?
"Há muito tempo tenho pedido a Deus um homem segundo o Seu coração para comandar o destino do Brasil. Ele me respondeu e, esse homem chama-se Anthony Garotinho. Ele está sendo perseguido, humilhado, ultrajado e dizem que não há nenhuma esperança ou perspectiva para ele. Sua campanha, à despeito das críticas, decolou e está em terceiro lugar.Nós temos a estratégia para fazer de Garotinho um grande homem. Esse projeto é do conhecimento dos meus 12, 144 e 1.728. E nós sabemos que por um milagre veremos a glória de Deus e eu queria que você soubesse que o 40 que está no seu carro é o número de Anthony Garotinho, Presidente da Republica Federativa do Brasil e nós vamos votar neste homem que é candidato já crendo nesta palavra profética de que ele será o nosso presidente. A igreja toda deve se envolver nesta campanha e virar cabo eleitoral do Garotinho. Também colocar adesivos no seu carro, na porta de casa, pintar o muro, fazer cartazes, incentivar sua família e amigos e acreditar que este homem, debaixo da direção do Espírito Santo, fará do Brasil um país melhor. O MIR está aliançado com Anthony Garotinho. Tenho chorado e clamado a Deus para que Ele faça o sobrenatural e, queria que você tivesse essa compreensão: Anthony Garotinho é o nosso presidente."
Caro leitor, a Bíblia nos ensina a julgar profecias e vamos combinar uma coisa as profecias de Terra Nova não se cumpriram o que aponta de forma clara e nítida para o seu falso-profetismo.
Minha oração é que o Senhor nosso Deus o conduza ao arrependimento.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Série: Falsos profetas - Parte V
Série: Falsos profetas - Parte V
O "profeta" dos R$ 900,00
Por Renato Vargens
Um dos "profetas da moda" é o sr. Morris Cerullo. Na TV, no rádio, ou através dos meios de comunicação mais distintos, o que mais se ouve é gente falando das "bênçãos" deste grande "profeta de Deus".
Pois é, Cerullo pode até parecer homem de Deus, no entanto, seu comportamento e profecias dizem absolutamente o contrário. Hermes Fernandes publicou em seu blog algumas das profecias pronunciadas por ele:
Em Setembro de 1989: Ele começa afirmando que Deus lhe disse:
"Tome-se a sua caneta e escreva. Quero que avise ao meu povo. Existem 5 grandes crises que estão pra chegar na década de 90." "O mundo vai estar enfrentando a maior turbulência econômica na história da humanidade." "... Uma das maiores crises, sem precedentes."
"Será uma incrível crise financeira que vai mergulhar o mundo em um estado de grande agitação e perplexidade." "Estamos indo para ver nesta década um completo colapso do atual sistema monetário mundial." "Isso fará com que o Wall Street crash (a grande depressão) de 1929 pareça um piquenique." "E que a crise chegará antes do ano 1994."
Em setembro de 1991 o profeta dos R$ 900,00 afirmou que Deus havia lhe dito que o mundo seria alcançado pelo Evangelismo por volta do ano 2.000!"
Se não bastasse isso, sua doutrina é digna de repúdio, principalmente quando se trata da Divindade. Confira uma de suas pérolas:
"Vocês sabiam que desde o começo do tempo o propósito inteiro de Deus era reproduzir-se?... Quem são vocês? Vamos lá, quem são vocês? Vamos lá, digam: "Filhos de Deus!" Vamos lá, digam!... E quando estamos aqui de pé, vocês não estão olhando para Moris Cerullo; vocês estão olhando para Deus, estão olhando para Jesus!"
Há algumas semanas atrás no programa Vitória em Cristo, exibido na Rede Bandeirantes e dirigido pelo Pr. Silas Malafaia, Morris Cerullo causou nos evangélicos sérios deste país uma enorme indignação em cobrar R$ 900,00 para que Deus abençoasse seu povo com uma nova unção financeira.
Morris Cerullo é pregador de cura divina e segundo Caio Fábio, um forjador de milagres. A mansão (1) onde mora está localizada numa das áreas mais caras de um subúrbio da América do Norte protegida por dois grandes portões e está valorizada em 12 milhões de dólares. O jatinho particular de Cerullo, um Gulstream G4 é avaliado em 50 milhões de dólares. Ele emprega dois pilotos tempo integral e uma comissária de bordo que afirmou que o avião é ornado com um painel de ouro. Ele já possuiu três aeronaves similares.
A profeta da unção financeira está sendo investigado pela forma como levanta dinheiro. John Paul Warren, executivo que trabalhou para Morris Cerullo entrou com uma ação na justiça contra a organização, depois de confrontar a Morris Cerullo quanto a “maneira antiética e as técnicas que ele usa para recolher ofertas do povo”. Esta é a segunda ação judicial contra Cerullo. Warren, um respeitado pastor da terceira geração de assembleianos moveu a ação em maio de 2000 na corte superior do condado de San Diego. A ação foi aceita pelos procuradores Dean Broyles e Tim Rutherford de San Diego e Hunter Lundy, da Lousiana. Este último foi o que obteve sucesso em sua ação contra o tele evangelista Jimmy Swaggart em 1991 que resultou na condenação de Swaggart.
Pois é cara pálida, enquanto isso aqui no Brasil, o Cerullo faz a festa!
Série: Falsos profetas - Parte IV
Série: Falsos profetas - Parte IV
Benny Hinn - O profeta da prosperidade.
Por Renato Vargens
Um dos ministérios que mais tem chamado a atenção neste tupiniquim país é o do Pr. Benny Hinn. Infelizmente um número incontável de cristãos tem se deixado iludir por suas doutrinas e ensinamentos que dentre tantas coisas ensina:
1º) Cristãos são pequenos messias, são pequenos deuses". Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), Novembro 1990.
2º) "Jesus na sua morte se tornou um com satanás". - Benny Hinn, transmissão de Benny Hinn, 12/15/90
3º) " A Pobreza vem do Inferno. Prosperidade vem do Céu. Adão teve domínio completo sobre a terra e tudo que nela contém. Adão podia voar como um pássaro. Adão podia nadar embaixo d’água e respirar como um peixe. Adão foi para a lua. Adão caminhou sobre as águas, ele foi o primeiro super-homem que viveu. Adão teve domínio sobre o sol, lua e estrelas. Cristãos não têm Cristo em seus corações. Semeia uma grande semente, quando você a confessa, você está ativando as forças sobrenaturais de Deus". - Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), Novembro 1990.
4º) "Quando você não dá dinheiro (para a igreja), mostra que tem a natureza do diabo"- Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), 4/21/91
5º) "Algumas vezes eu desejaria que Deus me desse uma metralhadora do Espírito Santo para explodir a cabeça deles" - Falando sobre "os caçadores de heresias.
6º) "Embora nós não sejamos o Deus Todo-Poderoso, apesar de tudo, nós agora somos divinos. Benny Hinn, 12/1/90, TBN
7º) Afirmou que o Espírito Santo lhe revelou que as mulheres foram originalmente criadas para dar à luz pelo lado. Todavia, por causa do pecado, passaram a dar à luz pela parte mais baixa de seu corpo.
A loucura deste profeta é tão grande que ele costuma visitar os túmulos de Kathry Kuhlman e Aimee S. McPherson, para receber a “unção” que flui de seus ossos. Para piorar a situação, em seu livro Good Morning, Holy Spirit (p.56), Hinn afirma que, em uma de suas supostas conversas com o Espírito Santo, o Consolador teria implorado para que ele ficasse em sua presença: “Hinn, por favor, mais cinco minutos; apenas mais cinco minutos”.
Caro leitor, não seriam estas provas mais do que suficientes para acreditarmos que o senhor Benny Hinn é um apóstata e falso profeta? Por acaso a teologia do cai-cai não é espúria e antibíblica? Ora claro que sim, no entanto, não demorará muito para que surjam defensores deste profeteiro ensinuando de que o homem do topeta levou multidões a Cristo e que por isso deve ser considerado como profeta de Deus.
Como diz o ditado popular, contra fatos não existem argumentos.
Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós!
Série: Falsos profetas - Parte III
Série: Falsos profetas - Parte III
Miguel Ângelo - O apóstolo das revelações especiais.
Por Renato Vargens
Um dos denominados apóstolos que mais tem se destacado pela propagação de doutrinas escusas é o angolano Miguel Ângelo, que apesar de possuir tantos títulos e “doutorados” , tem conduzido a Igreja de Cristo a desvios doutrinários absolutamente equivocados.
Para início de conversa O "bispo primaz de grau 7, " Miguel Ângelo arroga para si ter tido revelações especiais do próprio Deus, e com essa unção única expõe suas doutrinas a esta geração. Veja o que ele afirma em um dos seus livros:
“Eu estou pregando e ensinando o que nunca ninguém pregou, porque ninguém sabia disto”. “Esta é a razão da minha existência na obra de Deus, pregar com tenacidade nas rádios, na TV, nos púlpitos e em todos os lugares onde vou.” (Predestinação Uma Visão de Deus, p. 16, volume XIV, Série Crescendo em Graça).
“Pela primeira vez no Brasil em cento e cinqüenta anos de evangelho, se manifesta esta palavra de graça que vai colocar a igreja de Jesus no seu devido lugar.”(Rudimentos de Obras Mortas, p. 32, volume 24, Crescendo em Graça)
Se não bastasse isso esse falso profeta tem ensinado a PRÉ-EXISTÊNCIA DOS HOMENS - ANJOS QUE TOMARAM CORPOS. Para o Apóstolo Miguel Ângelo os homens eram anjos que se tornaram homens. Veja a sua interpretação apostólica no texto abaixo:
“Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento. Quem lhe fixou as medidas, se é que o sabes? Ou quem a mediu com o cordel? Sobre que foram firmadas as suas bases, ou quem lhe assentou a pedra de esquina, quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?”. Jó 38:4-7
Segundo Miguel ângelo, o livro de Jó dá um aspecto muito similar entre o anjo e o filho de Deus.
"Já começamos a perceber que nós, filhos de Deus, pertencemos aquele um terço de anjos que receberam corpo, mas que antes estavam lá, rejubilando, no ato da criação. Éramos anjos desde antes da fundação do mundo, tínhamos corpo angelical. Esta parte composta por anjos revestidos de corpo físico, uma parte são judeus herdeiros por eleição, outra parte são gentios predestinados, os quais preparou de antemão para a salvação por herança.” (Ministério dos Anjos, p. 4, série Crescendo em Graça, 3o. edição, volume XI).
Miguel Ângelo para justificar que éramos preexistentes como anjos e que tomamos corpo humano, cita a passagem de Gênesis 1.26 como se nós fôssemos criados à imagem dos anjos e não à imagem de Deus.
“Vale lembrar que, quando Deus disse, façamos o homem a nossa imagem e semelhança, Ele estava falando com serafins e querubins.”. Continua Miguel Ângelo a revelar nossa preexistência como anjos: “Nós temos uma pré-existência como anjos, e além do mais, temos privilégio de ser revestido de carne, tendo, portanto,a medida de homem e de anjo.” “O meu tempo foi em 1953, quando nasci. O meu espírito, este ser angelical se revestiu de carne. E assim foi com cada um dos filhos de Deus, no seu devido tempo.”... “Portanto, em termos espirituais, nós somos anjos, os quais Deus permitiu que tivessem corpo. Infelizmente, muitos desconhecem esta revelação e até têm receio de falar a respeito.”
Esse profeta da mentira ensina também que SOMOS DEUSES:
"Já era uma grandeza sermos ao mesmo tempo anjos e homens, mas temos uma condição maior ainda: somos deuses. " “Há membros do povo de Deus, dizendo que o Salmo 82 é dos mórmons. Mas eu quero dizer que este Salmo é nosso. Salmo 82.1, 6: Deus assiste na congregação divina. Eu disse: Sois deuses. Sois todos filhos do Altíssimo.”... “Ele nos criou para nos portarmos como deuses, ou seja, tendo a imagem e semelhança dele.” (Ministério dos Anjos, p.61, série Crescendo em Graça, 3a. edição, volume XI).
Como deus que é, Miguel Ângelo escreve sobre sua autoridade: “A doutrina da graça de Deus me revelou uma convicção tão grande que eu, a toda hora, estou dando ordem aos anjos.”
Para piorar a situação esse falso profeta excluiu o batismo de seu credo doutrinário, casou-se novamente, sem explicar os reais motivos do seu divórcio, além de propagar doutrinas anticristãs e antibíblicas cujo foco é a exaltação de seu prórpio nome e ministério.
Isto posto, afirmo que Miguel Ângelo, não é um pastor evangélico e nem tampouco os seus ensinamentos são cristãos.
Série: Falsos profetas - parte II
Série: Falsos profetas - parte II
Valnice Milhomens - a "profetisa" da volta de Cristo.
Por Renato Vargens
“Jesus voltará no ano de 2007 num dia de sábado...”
Foi exatamente isso que a “apostola” Valnice Milhomens afirmou alguns anos atrás.
Paulo Romeiro em seu livro Supercrentes, relata que a profecia em questão teria sido divulgada num programa televisivo antes de seis de janeiro de 1992, data em que o autor, por escrito, convidou referida pastora para uma conversa em torno do assunto.
Para chegar à conclusão da profecia, (1) Valnice primeiro argumenta que o sábado (shabbath) é o verdadeiro Dia do Senhor e que portanto Jesus voltaria em uma noite de sábado. A seguir, ela diz que Satanás teve dois mil anos, Israel também teve dois mil, e portanto a Igreja Cristã não teria mais que dois mil, assim a volta de Cristo seria após o ano 2000. Para chegar a uma data mais específica, Valnice usa a parábola da figueira de Mateus 24:32-35. Como a figueira representaria Israel (que virou Estado em 1948), ela usa a data de 07 de junho de 1967, terceiro dia da “Guerra dos Seis Dias”, quando diversas nações árabes se uniram para destruir Israel. Nesta guerra, Israel se antecipou aos planos dos inimigos e atacou antes da ofensiva árabe. O terceiro dia da guerra, especificamente 07 de junho de 1967, foi o dia em que Israel já tinha o controle de toda a península do Sinai e começou a conquista de outros territórios (Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golan). Assim, para ela, este seria o início do renovar dos ramos e do brotar das folhas da figueira (Mt. 24:32). Como é dito que “não passará esta geração sem que tudo aconteça” (Mt. 24:34), ela faz o seguinte cálculo: 1967 + 40 anos (tempo de uma geração) = 2007. Desta forma, num sábado de 2007 deveria acontecer o retorno do Messias à Terra.
Caro leitor, infelizmente Valnice e sua igreja igualam-se as seitas como a Igreja Adventista do Sétimo Dia) e as “Testemunhas de Jeová” que marcaram por várias vezes datas para o fim do mundo e a volta de Jesus, mas sem nada acontecer.
Se não bastasse isso, a “apostola” Valnice , anuncia um tipo de evangelho extremamente judaizante onde datas e símbolos israelitas se fazem presentes em sua liturgia e fé. Em entrevista à revista Vinde declarou:"Meu contato com Israel me mostrou várias coisas, como os dias proféticos, as alianças: seis' dias trabalharás e ao sétimo descansarás. Êxodo 31 declara que o sábado é o sinal de uma aliança perpétua e da volta de Cristo."
Para piorar a coisa, Valnice também é adepta de atos proféticos, os quais segundo o movimento neopentecostal, se fundamenta na crença de que tudo aquilo que o cristão faz ou diz, tem repercussão no mundo espiritual.
Com base nessa aberração a "apóstola" já realizou vários "atos proféticos" pela conversão do Brasil:
- Já raspou a cabeça
- Já andou descalça
- Já se vestiu de "saco"
- Já enterrou exemplares da Bíblia em vários Estados do Brasil (Segundo ela, só os Estados que "DEUS revelou". Minas ficou de fora)
- Já enterrou estacas em locais específicos (também revelados por DEUS, claro), "marcando território" e "tomando posse da terra que DEUS deu aos crentes por promessa e herança.
Caro leitor, os ensinos de Valnice são espúrios, anti-biblicos e devem ser rejeitados por todo aquele que ama a Deus e sua Palavra.
Pense nisso!
Serie: Falsos profetas - parte I
Serie: Falsos profetas - parte I
Kenneth Hagin - O pai do movimento Palavra da Fé.
Por Renato Vargens
Kenneth Hagin Nasceu em 20 de agosto de 1917 e faleceu em 19 de setembro de 2003. Ele é considerado o pai do Movimento Palavra de Fé, e um dos primeiros a escrever sobre as filosofias que se tornaram o fundamento do movimento neopentecostal.
Hagin escreveu 52 livros cujo conteúdo é espúrio, herético e absolutamente antagônico aos ensinamentos das Sagradas Escrituras. Infelizmente as doutrinas deste falso profeta influenciaram um grande número de pregadores norte-americanos, a começar de Kenneth Copeland, Benny Hinn, Frederick Price, John Avanzini, Robert Tilton, Marilyn Hickey, Charles Capps, Hobart Freeman, Jerry Savelle além do sul coreano, Paul (David) Yonggi Cho. No Brasil alguns líderes evangélicos também abraçaram sua teologia como RR. Soares, Robson Rodovalho, Jorge Tadeu, das Igrejas Maná (Portugal); Cássio Colombo (“tio Cássio”), do Ministério Cristo Salva, em São Paulo; o “apóstolo” Miguel Ângelo, da Igreja Evangélica Cristo Vive, além obviamente da “apóstola” Valnice Milhomens, líder do Ministério Palavra da Fé, que conheceu os ensinos da confissão positiva na África do Sul.
Este falso profeta ensinou com base em Gl. 3.13,14, que todos os crentes foram libertos da maldição da lei, que se resume em: 1) Pobreza; 2) doença e 3) morte espiritual. Fundamentado nesta premissa, Hagin afirmava que o cristão tem direito a saúde e riqueza; diante disso, doença e pobreza são maldições que precisam ser sobrepujadas. Hagin também ensinava que "todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças" e viver de 70 a 80 anos, sem dor ou sofrimento, e o que ficar doente é porque não reivindicou seus direitos ou não tem fé. suficiente para ser curado.
Além disso, este profeta da mentira ensinou que Is. 53.4,5 é de valor absoluto. Segundo o profeta da confissão positiva todos fomos sarados e não existe mais doença para o crente. Para piorar a situação os seguidores de Hagin enfatizam muito que o crente deve ter carro novo, casa nova própria, as melhores roupas, e uma vida de luxo.
Utilizando a Bíblia fora de contexto, ele costumava dizer que opecado de Adão fez com que o homem perdesse a produtividade. Para ele, José era um empresário madeireiro, Jesus se rodeou de amigos e damas ricas e que dispunha de tanto dinheiro que necessitou de um tesoureiro” daí a crença "rodovaliana" de que Jesus era rico.
Hagin também pregava, que “Deus é glorificado com cura e a libertação, e não com a doença e o sofrimento.” “Não é a vontade de Deus que pessoa alguma fique doente.” ” As doenças e as enfermidades procedem de Satanás, afirmava ele. É sempre da vontade de Deus que cada crente seja curado fisicamente de qualquer doença ou enfermidade.” “Uma pessoa que busque cura deveria olhar para a Palavra de Deus e não para seus sintomas. Em outras palavras isto significa que mesmo diante do câncer, o crente deve declarar e determinar que está curado.Caro leitor, Hagin, através de seus ensinos trouxe prejuizos substanciais a fé cristã. Sem sombra de dúvidas afirmo que seus ensinamentos são espúrios e que suas doutrinas afrontam a Palavra de Deus e que mais do que nunca devemos combater suas doutrinas, pensamentos e filosofias que de forma sorrateira tem levado milhares de pessoas ao engano e apostasia.
Pense nisso!
Aprendendo a lidar com os falsos profetas.
Aprendendo a lidar com os falsos profetas.
Por Renato Vargens
D.M. Lloyd Jones costumava dizer que todo falso ensinamento deve ser odiado e combatido. O Novo Testamento nos ensina que assim fez nosso Senhor e todos os apóstolos, e que eles se opuseram e advertiram as pessoas contra seus ensinos falsos.
Infelizmente nos dias de hoje, parte da igreja de Cristo fundamentado numa percepção distorcida das Escrituras Sagradas, afirmam que o espírito de amor cristão é absolutamente incompatível com a denúncia crítica e negativa dos erros da igreja. Ora, o Senhor Jesus Cristo denunciou os falsos mestres e as suas distorções doutrinárias. Ele os denunciou como "lobos vorazes, sepulcros caiados" e guias cegos". O apóstolo Paulo ao tratar de alguns destes sem titubeios afirmou: "o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia". Entretanto, fundamentados numa espiritualidade piegas, algumas pessoas continuam defendendo a causa que não devemos julgar o próximo, até porque Cristo nos mandou que amássemos uns aos outros.
Talvez ao ler este artigo você esteja a pensar: Isso mesmo quem somos nós para julgar alguém? Não foi o Senhor que disse que não devemos julgar para que não fôssemos julgados?
Prezado amigo, quando o Senhor Jesus advertiu contra o juízo temerário (Mt 7:1-6), Ele não estava declarando pecaminoso e proibido toda e qualquer forma de juízo. Dentro do contexto de Mateus nosso Senhor nos induz a discernir quem é cão e porco para que não se desperdice a graça de Deus. Julgar não é pecado! Afinal o próprio Deus exerce juízo. Ele mesmo nos ordena exercer o discernimento, que, diga-se de passagem, é o dom mais ignorado, e talvez o mais odiado hoje em dia.
Cristo julgou os escribas e fariseus pelo seu comportamento hipócrita e doutrinariamente distorcido (Mt 23:1-36). Se o julgar não é o papel de um homem de Deus, então creio que tanto os profetas do Antigo Testamento como os apóstolos devem ser despidos deste título! O que falar então dos crentes de Béreia? Ora, diz a Bíblia que eles não engoliam qualquer ensinamento, antes pelo contrário, verificavam se o ensino estava de acordo com a sã doutrina.
A questão é que os adeptos da promiscua teologia da prosperidade, fazem do juízo temerário uma interpretação conveniente, onde aliado ao ensinamento de que não se deve tocar no ungido do Senhor, propaga-se a doutrina do amor que não denuncia.
Isto posto afirmo que a Igreja do Senhor, possui um compromisso com verdade e que a verdade deve prevalecer em todos os momentos e circunstâncias.
Pense nisso!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Pai de santo gospel.
Pai de santo gospel.
Traz em sete dias a pessoa amada!
Renato Vargens
Isso mesmo. Você não está trocando as palavras, nem tampouco enlouqueceu. A mais nova modalidade de unção neopentecostal é o óleo do amor.
Segundo os adeptos desta doutrina, aqueles que usarem do óleo ungido, em sete dias encontrarão o amor. Ora, definitivamente o evangelho de nosso Senhor foi sincretizado, isto porque, as práticas e comportamentos de parte da liderança evangélica não possui nenhuma relação com a sã doutrina, parecendo muito mais um misto de credos e ensinamentos do que qualquer outra coisa que se denomine cristianismo.
Infelizmente a cada dia somos surpreendidos com novos fatos que nos levam a mais profunda perplexidade. As praticas litúrgicas por parte da igreja evangélica brasileira fazem-nos por um momento pensar que regressamos aos tenebrosos dias da idade média. Nessa perspectiva, as bênçãos de Deus não são frutos de sua maravilhosa graça, mais sim, conseqüências diretas de uma relação baseada na troca ou no toma-lá-dá-cá. Neste contexto, tudo é feito em nome de Deus e pra se conseguir a benção é absolutamente necessário pagar e pagar alto!
Por favor, responda sinceramente:
Qual a diferença da oferta extorquida do povo sofrido nos dias atuais pra venda das indulgências da idade média? Qual a diferença dos utensílios vendidos no século XVI, para os que comercializados em nossos templos nos dias de hoje?
O que me chama atenção, é que a igreja evangélica brasileira diante de tanta sandice ainda advoga a causa de que estamos vivendo momentos de um genuíno avivamento. Outra vez lhe pergunto: Será? Que avivamento é esse, que não produz frutos de arrependimento? Que avivamento é esse que não muda o comportamento do crente? Que avivamento é esse que não converte o coração do marido a esposa e vice-versa? Que avivamento é esse que dicotomiza a relação entre pais e filhos? Que avivamento é esse que relativiza a ética?
Caro leitor, acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos.
Alguma coisa precisa ser feita!
Pense nisso!
Renato Vargens
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Qual a sua postura na Igreja?
Atos - 20 , 1 -12
Paulo e sua comitiva estavam em mais uma viagem missionária. O verso 4 dá os nomes de alguns dos membros da comitiva. Eles se encontram na cidade de Trôade.
A viagem é narrada por Lucas, um médico que faz parte da comitiva. Lucas é testemunha ocular de tudo o que está acontecendo.
Era o primeiro dia da semana – dia equivalente ao domingo no calendário ocidental. Era também o dia da comemoração da Ágape, a Festa do Amor.
Paulo aproveita o momento festivo para reunir a Igreja, exortá-la a permanecer na fé e celebrar a Santa Ceia.
Uma vez que Paulo teria que partir já na segunda-feira, ele tinha que aproveitar ao máximo o curto espaço de tempo para doutrinar a igreja e compartilhar tudo o que Deus estava fazendo naqueles dias.
O culto teve hora para começar, mas não tinha hora para terminar. Paulo começou a pregar e seu sermão se estendeu até a meia-noite.
O texto diz que havia muitas lâmpadas no salão de culto. Na verdade as lâmpadas eram tochas alimentadas a óleo.
Naquela época era comum a fumaça do óleo queimado em contato com a vista provocar sono nas pessoas.
Lá pelas tantas... um jovem... escolheu um lugar inadequado para se assentar: Onde?
... uma janela no terceiro andar.
Talvez fosse um daqueles jovens teimosos que o pastor chamava para se assentar na frente, mas ele não obedecia e empacava no mesmo lugar.
Paulo pregava... pregava... pregava.... as pessoas se alegravam... havia júbilo na igreja...
Mas aquele jovem não sentia nada... apenas sono e tédio... Ele não via a hora de terminar aquele sermão enjoado!!!
A presença de Paulo era chata! Que cara cansativo! Que sujeito enfadonho!
Mas aquele jovem não sabia que naquela noite aconteceria algo que mudaria a sua vida para sempre!
Quem era esse jovem? O que aconteceu com ele? ... Vamos ler o verso 9.
Ele caiu da janela do terceiro andar e morreu... Morreu!!!
E agora???
Pasmem... O pregador, que para aquele jovem era chato... cansativo... enjoado... interrompeu o sermão...
... desceu... inclinou-se sobre o jovem... abraçou o jovem morto no chão... e o moço ressuscitou!!!
“Desceu”... “inclinou-se”... “abraçou”... São gestos bem sugestivos... Não são gestos comuns...
Paulo demonstra gestos de misericórdia, de amor, de compaixão por alguém que o rejeitou.
Aqui aprendemos algumas lições muito preciosas. Anote aí!!!
1ª Lição: Não despreze quem pode te ajudar.
O jovem desprezou Paulo, mas na hora que ele caiu da janela, Paulo interrompeu tudo para ajudá-lo.
Paulo abraçou aquele jovem... e o abraço lhe trouxe de volta a vida. Não era apenas o abraço de Paulo... era o abraço de Jesus. Paulo era o instrumento... Aquele jovem recebeu o abraço de Jesus!
Às vezes desprezamos as pessoas... as ignoramos... mas um dia acontece uma reviravolta em nossa vida e Deus nos coloca sob os cuidados daqueles que nós desprezamos.
Você tem desprezado Jesus, mas na hora que você cai da janela... na hora de sua dor, de sua aflição, Jesus pára tudo... desce... se inclina sobre você... te abraça ... e te dá novo ânimo.
Por que você continua desprezando Jesus?
2ª Lição: Saia da janela!
Aquele jovem estava sentado na janela... não prestou atenção na pregação... foi tomado pelo cansaço... adormeceu... caiu... e morreu.
Por que ele estava sentado na janela? Existia uma razão para ele estar ali naquela janela!
A janela, aqui no texto, representa muito mais do que uma simples janela...
A janela é como os olhos... coloca-nos em contato com o mundo... Era o lugar onde aquele jovem poderia olhar para fora... olhar para o mundo.
A janela representa o lugar onde muitas pessoas escolhem estar quando não querem viver uma vida de compromisso com Jesus e sua palavra.
Aquele jovem certamente não era convertido. Por esta razão ele escolheu ficar na janela!!!
Ele estava vivendo um conflito... Não sabia se ouvia o sermão de Paulo que trazia a mensagem do evangelho ou se escutava as vozes da rua.
Ele não sabia se ouvia a palavra de Deus e se comprometia com Cristo ou se olhava através da janela e recebia a oferta do mundo... do pecado...
Há jovens na igreja que se sentem atraídos pelas coisas do mundo!!!
São jovens que não saem da janela...
Eles são atraídos pela prostituição, pela pornografia, pelas drogas, pelo álcool... pela violência... Oscilam entre o céu e o inferno... entre a vida e a morte!
Jovem! Saia da janela de satanás! Esta janela ainda vai te dar um tombo e te levar a morte!
Ouça a Palavra de Deus! Entregue sua vida a Jesus! Assuma um compromisso com Deus e com a Igreja! Seja um cristão de verdade!
... Saia da janela!!!
3ª Lição: Não perca a segunda chance!
Aquele jovem era um sujeito displicente e não queria nada com o evangelho.
Ele morreu... mas graças ao poder do Senhor Jesus manifesto no abraço de Paulo, ele voltou à vida. Ele teve uma segunda chance.
Vamos ler o verso 12.
Aí diz: “Então, conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados”.
O verbo “conduzir” significa “guiar”, “levar”, “dirigir”, “apascentar”, “discipular”...
Ao ter uma segunda chance, aquele jovem deixou-se conduzir... deixou-se apascentar...
... Permitiu que seu pastor o pastoreasse... ele permitiu que seus irmãos em Cristo o conduzissem .
O resultado é que todos “sentiram-se grandemente confortados”.
Aquele jovem aproveitou a segunda chance que Deus lhe deu. Mas ele precisou cair da janela...
Será que você também vai precisar cair da janela?
Você está esperando cair da janela e morrer para dar valor ao evangelho de Cristo?
Por que você insiste em rejeitar a presença de Jesus em sua vida?
Você... que está na igreja... que é membro da Igreja... que ouve tantos sermões como aquele jovem ouviu, mas continua resistindo ao chamado de Jesus... Ele está te dando uma segunda chance... aproveite!
Você... que não pertence a nenhuma Igreja... que ouve tantas vezes a mensagem do evangelho, mas não aceita Jesus como salvador pessoal... Jesus está te dando uma segunda chance... aproveite!
Você... que já caiu da janela uma vez e está experimentando o abraço de Jesus... aproveite!
Não perca a segunda chance!!!
sábado, 24 de outubro de 2009
SEM CONVICÇÃO NÃO HÁ TRANSFORMAÇÃO
I Reis 17.1
Então Elias, o tisbita, que habitava em Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, em cuja presença estou, que nestes anos não haverá orvalho nem chuva, senão segundo a minha palavra.
É possível transformar uma situação? Uma pessoa? Uma nação?
Sim! Mas é preciso ter convicção.
SEM CONVICÇÃO NÃO TRANSFORMAÇÃO.
Segundo a descrição histórica de I Reis 16.30-33, a situação de Israel era terrível. O rei Acabe deu as costas a Deus e, deliberadamente, se opôs a ele. Dedicou-se à idolatria e a promoveu junto ao povo. Havia um número muito pequeno de fiéis, porém, estavam amedrontados e vivam escondidos numa caverna.
Os valores nacionais foram corrompidos. Houve um declínio moral incrível. A nação se afastou de Deus (não só rei e sua esposa, mas todos, do menor ao maior).
O profeta Elias foi o único que resistiu, que não entrou na onda da maioria. Ao contrário, ele colocou de lado o conforto e a conveniência para testemunhar em nome de Deus, mesmo colocando sua vida em risco.
E Elias conseguiu mudar o quadro. Ao final, os profetas de Baal foram derrotados; o rei Acabe foi deposto e sua malígna esposa Jezabel foi devorada por cães. A nação voltou-se mais uma vez para Jeová, o único Deus verdadeiro.
Se a convicção é condição essencial para a transformação, temos que perguntar: Quais eram as convicções de Elias?O que o tornava tão firme? Onde alguém poderia encontrar coragem para manter-se firme na fé naqueles dias escuros, quando uma nação inteira havia abandonado a verdade? Onde ele arranjaria forças para encarar um rei idólatra e avisar que seu castigo está próximo?
Encontraremos as respostas a estas perguntas, ao estudar a vida e o ministério de Elias. Examinaremos três princípios chaves de aplicação prática em nossos dias.
1. ELIAS TINHA CERTEZA DA REALIDADE DE DEUS - vs 1a.
"Tão certo como vive o Senhor...".
- Deus é vivo e o profeta não tinha dúvidas a esse respeito.
- Acabe e seus comparsas achavam que tinham acabado com o culto a Jeová. Mas cometeram um grave erro. Esqueceram-se de um único homem - Elias. E, para que Deus transforme qualquer situação, basta um único homem, um indivíduo completamente comprometido com Deus, imbuído daquela convicção, daquela certeza que só Deus pode pôr no coração dele.
- Um dos aspectos mais fascinantes do cristianismo é seu poder de transformar vidas.O mundo não se impressiona com o nosso discurso. É o caráter que conta. O que as pessoas querem mesmo ver é a realidade de Deus em nossas vidas.
- Existe na sua vida algo que não possa ser explicado pelo mundo natural? Alguma prova concreta da realidade de Deus em sua vida? Seus filhos podem ver isto? Seus pais? Vizinhos? Amigos? Inimigos?
Jó tinha esta convicção: Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra (19.25).
O Apóstolo Paulo também: Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia (II Timóteo 1.12).
2. ELIAS TINHA CERTEZA DE QUE ERA REPRESENTANTE DE DEUS - vs. 1b.
"Perante cuja face eu estou".
Deus usa pessoas comuns para alcançar propósitos divinos - é um milagre.
Entretanto, embora o mundo tenha sede de respostas, muitos crentes gaguejam. Enquanto o mundo estende os braços pedindo socorro, os crentes observam a tudo, imóveis ou dando de ombros.
Elias poderia ter feito isso também, no entanto disse: "Eu sirvo ao Deus de Israel".
Sabe como Deus reage às crises? Ele convoca seus servos ao serviço. Não apenas no púlpito, mas em todos os lugares (lares, empresas, escolas, etc.).
Deus não quer ativismo; quer que estejamos disponíveis sempre que Ele precisar. "Senhor, que desejas de mim hoje?". Nós somos os representantes de Deus na terra.
O Apóstolo Paulo declara em II Coríntios 5.20: De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus.
SEM CONVICÇÃO NÃO HÁ TRANSFORMAÇÃO
3. ELIAS TINHA CERTEZA DE QUE O PODER DE DEUS ESTAVA À SUA DISPOSIÇÃO - vs 1c.
"Nem orvalho nem chuva haverá nestes anos segunda minha palavra".
Como é que ele poderia ter tanta certeza disso? Elias era algum tipo de mago? Não. Lemos no livro de Tiago que: "Elias era homem semelhante a nós".
Seu segredo era orar e estudar as Escrituras. Assim, podia confiar que o Senhor faria aquilo que havia dito.
As palavras que ele disse podem ser encontradas em Deuteronômio 11.16-17: Guardai-vos para que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e os adoreis; e a ira do Senhor se acenda contra vós, e feche ele o céu, e não caia chuva, e a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o Senhor vos dá.
Em outras palavras, Elias sabia que a Palavra de Deus é poderosa para transformar o mundo.
Será que acreditamos naquilo que as Escrituras têm a dizer ao mundo atual? Podemos transformar este mundo, se o poder de Deus fluir através de nós.
Mas, é preciso ter convicção.
SEM CONVICÇÃO NÃO HÁ TRANSFORMAÇÃO
Conclusão
Elias mudou o rumo da história, pois tinha convicção.
Tinha convicção da realidade de Deus;
Que era um representante de Deus;
Que o poder de Deus estava à sua disposição.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
TESTEMUNHO DE UMA NEOPENTECOSTAL
Os falsos apóstolos e profetas são autoritários, gananciosos e hipócritas.
Os falsos apóstolos e profetas
são autoritários, gananciosos e hipócritas.
Eis aqui parte do testemunho da vítima de uma “sinagoga penteca”, com os seus profetas e apóstolos, uma gangue que se locupleta de dinheiro, à custa da ignorância bíblica dos membros bem intencionados que frequentam suas “sinagogas pentecostais”.
“Nasci em um lar pentecostal, e essa igreja, há um tempo atrás, se uniu com a igreja Maná de Portugal (do ‘apóstolo’ Jorge Tadeu... Conhece-o? Meu marido e eu servíamos como pastores, e o jugo era insuportável, porque cobravam de nós [em serviço] tanto quanto cobravam dos obreiros em tempo integral, os quais ganhavam muito bem para fazer a ‘obra’.
Meu marido é advogado, mas não conseguia trabalhar direito, por causa do tempo dedicado à igreja. Conclusão, fomos ficando endividados [pecando contra Romanos 13:7-8). Então, começamos a questionar. Por que pregávamos tanto sobre a doutrina da prosperidade, enquanto, às vezes, não tínhamos dinheiro nem para colocar gasolina em nosso carro?
Éramos obrigados a tirar duas ofertas no culto e a ministrar sobre dinheiro, o que foi nos oprimindo muito, por não estarmos vivendo aquilo. Então, quando as ofertas caíam, éramos chamados em particular e cobrados pela liderança, a qual dizia que precisávamos atingir os alvos em dinheiro. A gota dágua foi um dia, com o questionamento de um “bispo” ao meu esposo, que ele deveria escolher entre servir a Deus ou ser advogado (isso sem salário algum da igreja, é claro)
Choramos muito naquele dia, indagando-nos: “Como poderíamos ser sustentados? Temos família, contas, meu filho era ainda um bebê e, muitas vezes, a família do meu esposo - cujos membros nem são convertidos ainda - era quem nos ajudava financeiramente. Era vergonhoso!
O ‘apóstolo’ e os ‘profetas’ da Igreja nos ensinavam que Deus jamais falaria conosco, mas sempre diretamente com o apóstolo. Ele, sim, era chamado e ‘ungido de Deus’. Um dia, questionado sobre o que era unção, o Apóstolo Jorge Tadeu respondeu: É que uns são e outros não... Todos caíram na risada (pastores e bispos).
Enfim eu meditava muito em Efésios, fazendo a oração que Paulo fez, pedindo que o Pai abrisse os nossos olhos e mostrasse a nossa vocação. Deus tocou meu marido. Ele não quis mais ser pastor e, automaticamente, começou a trabalhar em mim (mais difícil de ser convencida). Ele entendeu que não tínhamos conhecimento bíblico para assumir tal função e já havia ali muitos cegos guiando outros cegos.
Orei ao Senhor e entendi que deveria fechar minha boca e ser-lhe submissa, ou seja, acreditei de coração que Deus estava no controle de tudo...
Foi então que conheci você e Humberto [Fontes] pela Internet. Fui sendo liberta de tanta religiosidade, por meio de vocês. Sei que ainda não totalmente. Tenho muito que aprender. Mas estou em processo de aprendizagem ... E vocês fazem parte disso.
Enfim, a experiência que tivemos com essa igreja [carismática] foi muito séria, porque vimos de perto o que descrevi, sem falar do luxo que era dado ao ‘apóstolo’ quando este chegava ao Brasil. Ele se hospedava [e continua se hospedando] num luxuoso hotel cinco estrelas de São Paulo, cuja diária é, no mínimo. R$ 1.000,00, tudo pago com o dinheiro dos membros da congregação. Sem falar na diária paga para toda a sua família e comitiva, a qual oscilava entre 15 a 20 pessoas. Isso eu vi com os meus próprios olhos, pois estive em algumas reuniões naquele hotel. Quando o ‘apóstolo’ chegava, ele era tratado como um rei. Havia divisões de mesas e a mesa dele era compartilhada somente com os bispos; a dos pastores, com o povão. Às vezes, o ‘apóstolo’, os bispos e os pastores se reuniam após o culto, num coquetel chique, permitido apenas aos da elite da igreja.
Hoje, o Senhor nos tem abençoado muito, porque abandonamos essa ‘sodoma espiritual’, estamos trabalhando muito, graças a Deus, e nada tem nos faltado. Saímos desse jugo e louvo a Deus por sua vida”. Assinado: G.S.
Por essas e outras, não aceito cargo algum na igreja. Não quero pertencer a elite alguma no Reino de Deus. Quero ser apenas serva do Senhor Jesus Cristo. Quando vejo um homem pecador usando o título de "presidente da igreja”, fico imaginando quem estaria ocupando o cargo de “vice”... Talvez o Senhor Jesus Cristo?
E ainda há quem fique me criticando porque eu denuncio os podres desses meliantes religiosos, para quem o Anticristo vai chegar e dar uma vida muito apropriada aos seus merecimentos! Porque, se fazem tais horrores com os próprios irmãos, eles comprovam que não são nascidos de novo e merecem receber todas as pragas do Apocalipse. Maranata!
Mary Schultze, 08/10/2009
www.maryschultze.com
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Por quê ainda não alcançamos o Brasil para Cristo?
Por quê ainda não alcançamos o Brasil para Cristo?
Textos: Mateus 28:18-20; Lucas 8:4-8 e II Coríntios 9:6
Introdução
A grande negligência na evangelização dos últimos séculos resume-se em três palavras: FALTA DE PAIXÃO. Temos pessoas para o trabalho (muita gente nas Igrejas e nos seminários), temos ferramentas (há dezenas de métodos), temos material para escolher (muita literatura); entretanto falta alguma coisa, isto é, o fogo santo que venha inflamar nosso povo e o ponha a arder para a glória de Deus- falta paixão por Jesus e pelas almas perdidas. Sem esta paixão não chegaremos a lugar algum; passaremos a vida marcando passo como tem acontecido até aqui. Podemos ilustrar com o ateu no incêndio da Igreja numa época em que não havia corpo de bombeiros. O templo pegou fogo e todos os membros foram ajudar a apagar o incêndio, e lá estava um ateu ajudando. Um conhecido brincou com ele, dizendo que era a primeira vez que o via na Igreja, e o ateu respondeu: Também é a primeira vez que a Igreja pega fogo! Que pena que tantas Igrejas sejam frias a ponto de não atrair as pessoas. Quando pensamos em semear a palavra de Deus, nosso exemplo máximo é Jesus Cristo. Ele deixou o céu e veio a este mundo, andando pelos caminhos e valados, aldeias e cidades, pregando a boa nova de salvação, curando os enfermos, alimentando os famintos, etc. Durante seu ministério fez discípulos e os ensinou pregar o evangelho, mostrou-lhes o mundo e suas necessidades, dizendo que os campos estavam brancos para a ceifa. Depois enviou-os de 2 a 2 e a experiência foi maravilhosa, voltaram dizendo que até os demônios lhes eram sujeitos. Na parábola do semeador ensinou-lhes que os corações não são todos iguais, alguns estão prontos, mas outros precisam de trabalho árduo, são insensíveis; outros tem pedras e espinhos, mas a semente deve ser semeada. A semente é a palavra de Deus. O trabalho de evangelismo é um trabalho árduo, e precisa de pessoas apaixonadas. Depois de sua morte e ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos lembrando a missão principal, e disse: “Portanto, ide e ensinai todas as nações batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu nos tenho mandando, e eis que estou convosco todos os dias e até a consumação dos séculos.” Antes de subir ao céu, Jesus convidou aquela pequena Igreja formada pelos discípulos, para que fossem à Galiléia, pois desejava encontrar-se com eles, para deixar sua última mensagem “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que há de vir sobre vós e ser – me - eis testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra” Atos 1:8. O trabalho iniciado pelo Mestre estava agora sob a responsabilidade daquela Igreja, e posteriormente a nós. Pregar o evangelho sempre foi e será a tarefa suprema da Igreja. Quando a Igreja perde esta visão, perde também sua finalidade neste mundo e pode fechar as portas de seus templos. Deus fala através de Sua Igreja, e é nossa a responsabilidade de pregar o evangelho. “Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao perverso: Certamente morrerás; e tu não o avisares para o advertires de seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.” Ez. 3:17,18. Por que não temos alcançado o mundo ainda? Por que o evangelho ainda não chegou a todos os povos? Por que somos tão limitados? Porque pensamos só em nós mesmos, e não nas pessoas que se perdem. O trabalho que Jesus iniciou está agora em nossas mãos e somos responsáveis.
I- A vida espiritual da Igreja tem sido obstáculo para um evangelismo eficaz
A Igreja tem perdido muito de suas características primitivas; é certo que vivemos tempos diferentes daqueles e com problemas difíceis também, mas não há dúvida de que a Igreja está perdendo seu zelo pelo evangelho. Alguém afirmou: “No passado os crentes eram perseguidos por causa do evangelho, mas hoje, o evangelho é perseguido por causa dos crentes”. Para que haja um evangelismo eficaz a Igreja precisa ter vida espiritual e moral também. A Igreja precisa voltar às suas atividades principais O cuidado com a vida espiritual, vida devocional sem interrupção; a responsabilidade pessoal com os perdidos, oração e testemunho; o discipulado dos membros da Igreja e o aproveitamento dos leigos na obra de missões. O maior erro das últimas décadas foi o envio de missionários que não deram ênfase nestas três áreas, e por isso as Igrejas que surgiram sempre precisaram de ajuda de fora e quando estes falharam as Igrejas acabaram ou estão a passo de tartaruga até hoje. Qual tem sido o programa de Oração da maioria das Igrejas? Muitos crentes não acreditam no poder de Deus e por isso não oram. Como tem sido o trabalho de evangelismo das Igrejas? Quem está fazendo este trabalho? Poucas pessoas estão de fato envolvidas nessa obra. Como está sendo feito o discipulado? Qual o material usado? (A JMN tem um programa de discipulado Sistemático com ótimo currículo). Grande parte dos membros de nossas Igrejas não é discípulo de Jesus. Gostaria de destacar três dos mais graves problemas da Igreja hoje: 1-CULTOS FORMAIS E FRIOS. Há muita gente pensando que Deus precisa de cultos, por isso tanto faz ir ao culto como ir à praia, ou ficar em casa. Este mal reflete na sociedade. Onde há uma Igreja viva, que canta com entusiasmo, que ora, que testemunha de Jesus, o povo se converte. Quando falo que Igreja viva, não estou falando de Igreja barulhenta, mas de Igreja que trabalha, de Igreja que ama o Senhor Jesus e obedece sua palavra. O livro de Atos conta a história da Igreja apostólica e encontramos o segredo do poder espiritual: “Todos os dias no templo e nas casas não cessavam de ensinar e anunciar a Jesus Cristo”. Temos aqui evangelismo e discipulado exatamente como Jesus ordenou. Todos os dias. O segredo do crescimento é a pregação do evangelho todos os dias; cada crente reconhecia sua responsabilidade diante de Deus e do mundo. Hoje temos que ouvir a lamentação do Senhor “As vossas luas novas e os vossos cultos os aborrece a minha alma, já me são pesados, já estou cansado de as sofrer” Is. 1:14 O culto se torna sem valor se não for acompanhado da obediência à palavra de Deus. O culto que prestamos é de acordo com a visão que temos de Deus. Deus não precisa de shows, mas corações contritos, quebrantados, humildes, dispostos a obedecer. 2-IMATURIDADE RELIGIOSA. Este é outro problema sério nas Igrejas. A Igreja precisa crescer, mas a história comprova que nem todos que professam a fé alcançam maturidade religiosa. Poucos podem dizer como Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. Quais são as coisas de menino que existe nas Igrejas? Ressentimentos, desentendimentos, intrigas, desvios doutrinários, murmuração, etc. Grande parte das Igrejas hoje e até lideres têm esses problemas, porque nunca levaram a sério o estudo da palavra de Deus. São crentes com 10, 20, 30 anos, mas não têm segurança doutrinária; e quantas divisões nas Igrejas por causa da imaturidade religiosa. Quanta heresia existe sobre o Espírito Santo? Há necessidade de um estudo mais sério da palavra de Deus. O escritor da carta aos Hebreus estava preocupado com essa falta de crescimento espiritual e escreveu dizendo “Porque pelo tempo já devíeis ser mestres, mas ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos de Cristo.” Isso é imaturidade! Pelo tempo de vida cristã deviam ser mestres, estar ensinando outros, mas ainda precisam aprender os primeiros rudimentos, o ABC da vida cristã. Dr. R. A. Torrey disse: “99% dos crentes estão apenas brincando de estudar a Bíblia, por isso 99% são anões espirituais, quando poderiam ser gigantes, tanto na vida quanto no serviço”. 3-NEGLIGÊNCIA NA CAUSA. Jesus entregou a bandeira do evangelho aos apóstolos e à Igreja primitiva e eles cumpriram a missão, evangelizaram o mundo daquela época; agora está em nossas mãos e a ordem é ir e pregar. Foi com derramamento de sangue que o evangelho chegou até nós, mas temos negligenciado. Cometemos o pecado de achar que estamos fazendo muito, mas estamos perdendo campo para as religiões de satanás, que crescem assustadoramente em nosso país. Temos que admitir que não estamos conseguindo fazer com que o evangelho, poder de Deus, penetre nos corações das massas deste mundo. Precisamos acordar, as portas estão abertas como nunca estiveram, é necessário que espalhemos a divina semente do evangelho em todos os lugares de nosso país. Se cada crente ganhasse uma alma por ano, em apenas 33 anos o mundo seria alcançado. Mas há crentes que nunca ganharam uma alma para Jesus.
II- Para que haja avanço evangelístico/missionário é necessário um grande avivamento
Há um vácuo no coração do povo, milhões estão com fome e sede das sagradas escrituras, nunca o povo esteve com tanta vontade de ouvir como agora. O homem foi feito para adorar a Deus, mas quando não é orientado, começa a servir aos demônios. Substitui Deus pela idolatria, pelo dinheiro, pela droga, pelo sexo, etc. E nós somos responsáveis por isso, mesmo estando alheios ao que acontece ao nosso redor. Precisamos de um avivamento espiritual para evangelização de nosso país; e o trabalho de evangelismo é uma característica de avivamento. Todos os avivamentos Bíblicos e históricos tiveram como característica principal o trabalho de evangelismo. Toda Igreja estava envolvida com o testemunho pessoal todos os dias, no templo e nas casas. Conta-se que na Europa, quando alguém morre; a casa funerária submete o cadáver a um tratamento todo especial. Embalsama, perfuma, faz maquiagem, veste roupas lindas, coloca flores e música; leva de dois a quatro dias para o sepultamento. Aqueles homens trabalham tão bem que o defunto fica mais bonito do que quando estava vivo. Por mais que o adorne a realidade é que ele está morto. Muitas vezes fazemos assim com a Igreja, tentamos tudo para maquiar a noiva de Cristo: pintamos o templo, colocamos flores, bancos novos, órgão, piano, bateria, guitarra, um som espetacular, mas na realidade a Igreja está morta. Em matéria de evangelismo e missões não faz nada; não há amor pelos perdidos; na verdade não há amor a Jesus! Não adianta barulho sem trabalho. Não podemos substituir a evangelização por eventos, programas, shows, etc. Precisamos sim, repetir com sinceridade a oração de Habacuque: “Ouvi, Senhor a tua palavra e temi; aviva oh Senhor a tua obra no meio dos anos; no meio dos anos a notifica”. Hab.3:2. Mas para que aconteça um avivamento espiritual precisamos dobrar nossos joelhos e clamar ao Senhor para que nos dê uma vida de justiça; de intensa busca ao Senhor e abandono de todo pecado. Deus espera que haja em nós um avivamento! Deseja nos avivar!
III- Para que haja avanço evangelístico precisamos sentir angústia pelas almas
Como não é possível uma criança vir ao mundo por parto natural sem que a mãe sinta as dores, assim é também no reino espiritual. Muitos de nós esperamos o que não é possível; para que nasçam filhos espirituais precisamos pagar o preço. Não temos sofrido para ganhar almas! Não lutamos para conquistar o mundo para Jesus! Como são nossas orações em favor dos perdidos? Nós precisamos despertar para oração. É necessário que cada crente seja um intercessor. Tudo fazemos por uma criança que está prestes a se asfixiar e nada por uma alma que se perde… Não é difícil chorar quando vemos um parente que vai embora para um lugar distante, nesse caso a nossa angústia é espontânea…. não é difícil a agonia se apoderar de nós ao contemplar num caixão um amigo querido, nesses casos as lágrimas são as coisas mais naturais do mundo! No entanto, sabemos e compreendemos que almas eternas e preciosas estão perecendo ao nosso redor, estão no caminho da separação eterna, perdidas para sempre, mas não sentimos angústia, não derramamos lágrimas… Como é pouco o que conhecemos da compaixão de Jesus? Ele chorou muitas vezes pelas almas dos homens, em oração por elas. As pessoas que mais fizeram por SEU povo, foram pessoas que intercederam, choraram, jejuaram e testemunharam: a)- Moisés – Êxodo 32:30-32- “No dia seguinte, disse Moisés ao povo: Vós cometestes grande pecado; agora, pois, subirei ao Senhor e, porventura, farei propiciação pelo vosso pecado. Tornou Moisés ao Senhor e disse: Ora, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste”. Moisés era um homem profundamente apaixonado pelo seu povo. b)- Neemias – Nem. 1:2-7 – “Veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então lhes perguntei pelos Judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém. Disseram-me: Os restantes que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas queimadas. Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E disse: Ah Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos. Estejam, pois atentos os teus ouvidos, e os teus olhos abertos, para ouvires a oração de teu servo, que hoje faço à Tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra TI; pois eu e a casa de meu pais temos pecado contra TI. Temos procedido de tudo corruptamente contra TI”. Neemias sentiu a miséria e o desprezo de seu povo, chorou, orou e jejuou por muitos dias e foi usado por Deus para ajudar seu povo. c)- Jeremias – Jer. 8:18-9:1 – Oh! Se eu pudesse consolar-me em minha tristeza! O meu coração desfalece dentro de mim. Eis a voz do clamor da filha de meu povo de terra mui remota. Não está o Senhor em Sião? Não está nela o seu rei? Por que me provocaram à íra com as suas imagens de escultura, com os ídolos dos estrangeiros? Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos. Estou quebrantado pela ferida da filha de meu povo; estou de luto; o espanto se apoderou de mim. Acaso não há balsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que pois não se realizou a cura da filha do meu povo? Provera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos da filha de meu povo”. Jeremias chorou muitas vezes pelo seu povo e gastou sua vida pregando a eles sobre a necessidade de arrependimento. Deus os salvou levando-os de volta a Jerusalém. d)- Paulo – Rm.9:1-3 – “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência; tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne”. Rom. 10:1-4 “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica por Israel é para sua salvação.Porque lhes dou testemunho de que tem zelo de Deus, mas não com entendimento. Portanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. Pois Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê”. Paulo era apaixonado pelo seu povo, estava pronta a dar sua vida pela salvação de seu povo. Se queremos salvar nosso país, precisamos de igual modo ser apaixonados pelo nosso povo. Quantos de nós podemos estar contentes neste momento, por gastar meia hora de Oração por dia em favor dos perdidos? Como são poucos os que encontram tempo para orar. Há tempo para tudo: há tempo para dormir, há tempo para ver TV, há tempo para esportes, há tempo para visitas a amigos e parentes—só não há tempo para oração - a mais importante de todas as coisas. Por isso o apelo do profeta Joel se faz necessário hoje: “Cingi-vos de pano e saco e lamentai, sacerdotes; uivai, ministros do altar; vinde ministros de Deus….promulgai um santo jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, todos os moradores desta terra, para a casa do Senhor vosso Deus, e ORAI AO SENHOR.” Joel 1:13-14. Quem ama ora e quem ora testemunha de Jesus. Evangelismo é uma obra de amor. Queremos fazer a obra, mas como são poucos os recursos que temos para esse fim? Entregamos muito pouco de nossa vida, tempo e dinheiro para missões. Se queremos alcançar o mundo precisamos semear com abundância, dar com abundância e fazer alvos de sacrifício em favor da causa.
Conclusão
Cada crente deve ser um discípulo de Jesus Cristo e cumprir seu papel na evangelização do mundo. Não estamos aqui por acaso, mas nossa missão é de atalaias.
Precisamos avisar o mundo acerca de seu caminho ímpio. No mundo antigo o atalaia que falhasse em sua missão pagaria com a própria vida. Assim, o sangue de muitos será requerido de nossas mãos.
sábado, 12 de setembro de 2009
Reporter conta em detalhes como realizou a investigação que denunciou suposta rede de lavagem de dinheiro da Igreja Universal
Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a repórter especial da Folha Elvira Lobato investigou durante um mês a ligação entre a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e as empresas …
Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a repórter especial da Folha Elvira Lobato investigou durante um mês a ligação entre a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e as empresas Investholding e Cableinvest, ambas sediadas em paraísos fiscais.
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O resultado das apurações foi publicado pela Folha de S.Paulo na reportagem “Record tem firmas em paraísos fiscais”, em 18 de julho de 1999.
Foi a partir de uma denúncia anônima que as suspeitas surgiram. Um pacote com cópias de 75 contratos foi endereçado à redação do jornal. À época, Elvira trabalhava na Sucursal do Rio de Janeiro. Um dia, Josias de Souza, então Secretário de Redação da Folha, ligou para informá-la que iria enviar alguns documentos aos seus cuidados. ” [Ele] Disse que desconhecia a procedência deles, pois tinham sido enviados ao jornal em envelope com endereço e nome de remetente falsos, mas que parceria ser ‘coisa quente’”, conta no livro “Instinto de Repórter” (Publifolha, 2005).
Os documentos eram cópias de contratos de empréstimo concedidos a seis integrantes da igreja –Alba Maria Silva da Costa, Claudemir Mendonça de Andrade, José Fernando Passos Costa, José Antônio Alves Xavier, Márcio de Araújo Lima e João Monteiro de Castro dos Santos–pela Investholding, sediada nas Ilhas Cayman, e pela Cableinvest, localizada na ilha de Jersey, no Canal da Mancha.
O desafio da jornalista foi provar a autenticidade dos documentos e comprovar o vínculo entre as empresas e pessoas da cúpula da Igreja Universal. “Conseguir comprovar a existência de uma empresa em um paraíso fiscal é muito difícil, já que, normalmente, não há rastros destas empresas no Brasil. Elas não costumam ter registro em juntas comerciais nem em cartórios. Mas com apuração, acabei comprovando isso”, afirma em entrevista à Livraria da Folha.
A apuração da denúncia contra a IURD foi criteriosa e detalhada. Elvira chegou a entrar em contato com o delegado Matheus Cândido Martins –responsável pelo inquérito da Polícia Federal que investigava a origem dos recursos usados na compra da TV Record do Rio e de São Paulo e apurava a acusação de remessa ilegal de divisas para o exterior– para ter acesso a declarações de Imposto de Renda dos envolvidos, realizou extensas pesquisas em cartórios e conseguiu cópias de boletos de operações de câmbio no Uruguai, onde os dólares foram trocados por moeda brasileira.
Para conseguir as cópias dos boletos, a repórter se passou por advogada. “Neste caso, eu me apresentei como advogada, pois não havia outra forma de conseguir uma informação vital. Estes recursos, que eu chamo de métodos poucos ortodoxos de apuração, se justificam quando o assunto tem relevância pública”, justifica.
Após apurar informações em São Paulo, Montevidéu e Rio de Janeiro, Lobato constatou na reportagem que a Universal tinha empresas em paraísos fiscais que bancavam parte de seus investimentos através da lavagem de dinheiro. Segundo a matéria, “as duas empresas remeteram pelo menos US$ 18 milhões para o Brasil, entre 1992 e 1994″. “A TV Record do Rio foi paga com ‘empréstimos’ dessas empresas”, concluiu.
O ESQUEMA
No texto, a jornalista denunciou o funcionamento da rede de lavagem de dinheiro, que, segundo o Ministério Público de São Paulo, é formada pelo bispo Edir Macedo e por outros membros da Igreja.
“Provavelmente era dinheiro proveniente de doações de fiéis que tinha sido mandado para o exterior por doleiros e que retornava para o país como se fosse investimento estrangeiro. Esta é uma forma conhecida de ‘esquentar’ recursos de origem suspeita (como caixa dois e propinas) ou não declarados ao fisco”, explica em “Instinto de Repórter”.
Entre os membros da igreja citados na matéria estão os bispos Honorilton Gonçalves, João Batista Ramos, Marcelo Crivella e Sérgio Von Helde, conhecido por chutar a imagem de Nossa Senhora Aparecida na TV.
INSTINTO DE REPÓRTER
No livro editado pela Publifolha, a jornalista conta os bastidores das suas grandes reportagens investigativas, entre elas esta que, na época, resultou na reabertura do caso na Polícia Federal, após determinação do então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
No capítulo “A Igreja Universal e os Paraísos Fiscais”, a jornalista narra detalhadamente como realizou pesquisas de informações em cartórios, procurou os sócios compradores da Record, utilizou a internet para obter mais provas e as consequências da reportagem.
Quando questionada sobre a principal característica de um repórter investigativo, Lobato diz que “primeiramente, ele precisa ser curioso. O repórter que não é curioso não vai desconfiar que existe alguma coisa errada por trás de uma aparente normalidade”. Além da curiosidade, a jornalista diz que o profissional precisa ser preparado. “Essas apurações só são possíveis quando você tem um conhecimento profundo sobre o assunto tratado”, determina.
AÇÕES
Com a publicação da reportagem “Universal chega aos 30 anos com império empresarial” (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), também escrita por Elvira Lobato e veiculada na Folha em 15 de dezembro de 2007, a jornalista recebu o Prêmio Esso. Porém, fiéis da igreja de diversos municípios do país, entraram com 107 ações judiciais contra a repórter e a Empresa Folha da Manhã, que edita a Folha. Os fiéis pediam indenização por danos morais, alegando que se sentiram ofendidos com a reportagem, embora nenhum deles tenha sido citado.
As 84 ações julgadas até o momento tiveram sentenças favoráveis à Folha. Restam 23 ações pendentes de julgamento.
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