"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados." Edmund Burke
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Engana que eu gosto
Ed René Kivitz
Espiritualidade, Reflexão e Vida
Engana que eu gosto
As culturas devem ser lidas nas linhas e entrelinhas. As linhas falam da coisa em si. As entrelinhas falam do espírito da coisa. As entrelinhas podem distorcer e até mesmo destruir o que está dito nas linhas.Com a cultura cristã não é diferente. Veja o exemplo da assinatura da Igreja Universal do Reino de Deus, a saber, Jesus Cristo é o Senhor. De acordo com o Novo Testamento, isso significa que devemos viver como escravos dos propósitos de Jesus Cristo: ele manda e a gente obedece, ele propõe e a gente executa, ele dirige e a gente segue, pois afinal de contas, Ele é o Senhor. Mas na cultura da IURD, e de boa parte do movimento evangélico, as entrelinhas dessa afirmação fazem com que ela signifique que Jesus pode realizar todos os seus desejos, afinal de contas Ele é o Senhor. A relação fica invertida: você clama e ele responde, você reivindica e ele atende, você pede com fé e ele lhe dá o que foi pedido, você participa da corrente de oração e se submete aos 318 pastores e Jesus faz a sua vida próspera e confortável, pois Jesus Cristo é o Senhor e você é “filho do rei”, de modo que não há qualquer motivo para que você continue nessa vida miserável, daí a segunda convocação da IURD: “para de sofrer”.
Percebe como as linhas dizem uma coisa e as entrelinhas dizem outra? O movimento evangélico é mestre em fazer confusão e promover distorção do Evangelho em virtude desse jogo de linhas e entrelinhas. Um exemplo disso é a mensagem VAI DAR TUDO CERTO, que recebi outro dia.
Eis a mensagem:
SALMO 22 VAI DAR TUDO CERTO DEUS me pediu que te dissesse que tudo irá bem contigo a partir de agora. Você tem sido destinado para ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos teus objetivos. Nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as tuas agonias e chegará à vitória. Esta manhã bati na porta do céu e DEUS me perguntou… ’Filho, que posso fazer por você ?’ Respondi: ’Pai, por favor, protege e bendiz a pessoa que está lendo esta mensagem’. DEUS sorriu e confirmou: ‘Petição concedida’. Leia em voz baixa… ’Senhor Jesus : Perdoa meus pecados. Amo-te muito, te necessito sempre, estás no mais profundo de meu coração, cobre com tua luz preciosa a minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos’. Passe esta oração a 5 pessoas, no mínimo. Receberás um milagre amanhã. Não o ignore. Deus tem visto suas Lutas. Deus diz que elas estão chegando ao fim. Uma benção está vindo em sua direção. Se você crê em Deus, por favor envie esta mensagem para 20 amigos. Se acredita em Deus envia esta mensagem a 20 pessoas, se rejeitar lembre Jesus disse: “se me negas entre os homens, te negarei diante do pai” Dentro de 4 minutos te dirão uma notícia boa.
Deixo de lado a crítica gramatical e o péssimo uso da lingua portuguesa. Dedico minha atenção ao conteúdo da mensagem que, travestida de cristã, é absolutamente anti-cristã: mentirosa, fantasiosa, desprovida de qualquer sentido bíblico, desalinhada com o todo do ensino e experiência de Jesus, seus apóstolos, e seus primeiros seguidores, totalmente alinhada com os dircursos baratos da auto-ajuda e da enganação religiosa, enfim, uma versão barata e piedosinha da superstição sincrética do espiritualismo popular.
A afirmação “vai dar tudo certo”, lida de acordo com as linhas do Novo Testamento, significaria, por exemplo, que os propósitos de Deus prevalecerão, a marcha da igreja de Jesus Cristo contra os poderes do mal será vitoriosa, a vontade de Deus será um dia feita na terra como o céu. Mas também significaria que os seguidores de Jesus seriam sempre ovelhas em meio aos lobos [Mateus 10.16], odiados pelo sistema sócio-político-econômico anti-reino de Deus, ameaçados de morte, rejeitados, caluniados, e perseguidos por causa do nome de Jesus [Mateus 5.10-12], e passariam por muito sofrimento e tribulação antes de receberam a vitória plena no reino leterno de Deus [Atos 14.22]. Isto é, antes de dar tudo certo, daria tudo errado.
A convicção de que “em Cristo somos mais que vencedores” [Romanos 8.37], e que “em Cristo Deus sempre nos conduz em triunfo” [2Coríntios 2.14], é também acompanhada de uma profunda compreensão a respeito dos custos de se colocar ao lado de Deus e do reino de Deus, em oposição à injustiça e aos agentes promotores e mantenedores da morte no mundo: ”Porque me parece que Deus nos colocou a nós, os apóstolos, em último lugar, como condenados à morte. Viemos a ser um espetáculo para o mundo, tanto diante de anjos como de homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, mas vocês são sensatos em Cristo! Nós somos fracos, mas vocês são fortes! Vocês são respeitados, mas nós somos desprezados! Até agora estamos passando fome, sede e necessidade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa e trabalhamos arduamente com nossas próprias mãos. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo” [1Coríntios 4.9-13].
Fica, portanto, muito evidente que quando os cristãos do Novo Testamento diziam que “vai dar tudo certo” estavam afirmando coisas completamente diferentes dessas afirmadas na mensagem que recebi pela internet, que diz: ”Tudo irá bem contigo a partir de agora”; “Você tem sido destinado para ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos teus objetivos”; “Nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as tuas agonias e chegará à vitória”; “Cobre com tua luz preciosa a minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos”; “Receberás um milagre amanhã”; “Uma benção está vindo em sua direção”; “Dentro de 4 minutos te dirão uma notícia boa”.
Meu amigo, minha amiga, não é verdade que “tudo irá bem contigo a partir de agora”, e também não é verdade que “você tem sido destinado para ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos teus objetivos”. Não se iluda, pois não é verdade que “nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as tuas agonias e chegará à vitória”. Preste atenção: o compromisso cristão não suplica que Deus cubra com sua luz “minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos”. Na verdade, o compromisso cristão exige que você deixe de viver para seus sonhos, seus planos e seus projetos e passe a viver para Deus, pois, como ensina a Bíblia, “o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou“ [2Coríntios 5.14,15], e justamente por isso é que quem deseja seguir a Jesus deve lmebrar o que Jesus disse: ”Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?” [Mateus 16.24-26].
Também não é verdade que “receberás um milagre amanhã” e que “dentro de quatro minutos te dirão uma notícia boa”. Pelo amor de Deus, jogue fora esse evangelho açucarado, que promete o que Deus jamais prometeu, e gera falsas esperanças nas pessoas. Respeite o sofrimento e a dor das milhares de pessoas que, apesar de sua fé, e talvez justamente por causa de sua fé, passam fome, não têm mínimas condições de sobrevivência, sofrem as consequências de tragédias pessoais e fatalidades naturais, são vítimas de um sistema político e econômico cruel, que as condena à escravidão e a uma vida sem futuro. Lembre dos cristãos que vivem na África, na Índia, na América Latina, e nos rincões miseráveis do Brasil. Seja solidário com as minorias: os negros escravizados, as mulheres violentadas, as crianças abusadas, as populações indígenas dizimadas, os refugiados de guerra, os perseguidos políticos, os desaparecidos. Respeite a grandeza dos cristãos perseguidos e mortos sob a tirania do fundamentalismo terrorista islâmico (diferente do Islã) e dos regimes políticos ateístas. Pense um pouco se essa mensagem “vai dar tudo certo, todos os seus sonhos se realizarão, você vai receber um milagre amanhã” faz algum sentido na ala infantil do Hospital do Câncer, no campo de refugiados (mutilados) de Angola, ou nos casebres secos do sertão brasileiro.
Construa sua fé sobre um alicerce mais sólido. Por exemplo, o Salmo 22, aviltado com essa mensagenzinha “vai dar tudo certo”. Aliás, é bom lembrar que Bíblia não é um livro que pode ser manuseado por qualquer pessoa, de qualquer jeito. Da mesma maneira que não é qualquer pessoa que pode dar palpite a respeito do direito, de medicina, da engenharia, ou do marketing, também a teologia exige um mínimo de preparo, senão, muito preparo mesmo. Digo isso porque talvez o autor dessa mensagenzinha não saiba que o Salmo 22 é um dos Salmos messiânicos, que profetiza o sofrimento e o fracasso do Messias, que foi (1) abandonado por Deus e pelos homens [Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia? Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio! Não fiques distante de mim, pois a angústia está perto e não há ninguém que me socorra], (2) rejeitado [Mas eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo], (3) insultado [Caçoam de mim todos os que me vêem; balançando a cabeça, lançam insultos contra mim], (4) dilacerado pela dor que lhe foi brutalmente imposta [Como água me derramei, e todos os meus ossos estão desconjuntados. Meu coração se tornou como cera; derreteu-se no meu íntimo. Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte. Cães me rodearam! Um bando de homens maus me cercou! Perfuraram minhas mãos e meus pés], e por fim (5) cuspido na cara e crucificado como impostor. Para esse Messias não deu nada certo. Ele não recebeu uma boa notícia quatro minutos após sua agonia no Getsêmani, e também não recebeu um milagre no dia seguinte. No dia seguinte foi crucificado.
Mas esse Messias, apresentado pelo profeta como “homem de dores, que sabe o que é padecer” [Isaías 53], “Deus exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” [Filipenses 2.9-11]. Isso sim é dar tudo certo. Provavelmente alguém vai dizer que é isso o que a mensagenzinha quis dizer. Mas não foi. Nas linhas, pode ter sido. Mas no contexto da religiosidade popular e da subcultura evangélica, a mensagenzinha sugeriu que “os seus sonhos e os seus projetos” darão certo, e que você pode esperar para amanhã aquela resposta milagrosa de Deus para resolver seus problemas e dificuldades particulares, e que em quatro minutos você vai receber uma notícia boa, muito provavelmente trazendo a você uma benção na forma de conforto e prosperidade.
Em síntese, a mensagenzinha pode ser interessante, pode trazer uma esperança e um conforto para quem está lutando contra um sofrimento ou uma dificuldade medonha, e pode até mesmo trazer um alívio do tipo “eu sei que não é bem assim, mas é bom pensar que é, ou acreditar que pode ser”. Mas definitivamente essa mensagenzinha não tem nada a ver com o Evangelho de Jesus Cristo
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Deus e deuses
Deus e deuses
Religião e Espiritualidade
Religião e Espiritualidade
Espiritualidade é a experiência humana do sagrado, transcendente, divino. Religião é a maneira como o ser humano organiza e vivencia esta experiência. Espiritualidade é uma experiência humana universal. Religião é uma experiência humana condicionada a dogmas, ritos, códigos morais e grupos de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e celebram sua espiritualidade da mesma maneira. As religiões mais conhecidas no mundo são Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo. A espiritualidade é o que os seres humanos têm em comum. Por exemplo, tanto o Dalai Lama quanto o Papa Bento XVI têm uma espiritualidade, mas têm religiões diferentes. Um é budista e outro é cristão. Em termos simples, assim como o ser humano tem corporeidade (relação com o corpo) e racionalidade (relação com a mente), também tem espiritualidade (relação com as realidades espirituais). Religião é maneira como cada ser humano desenvolve e pratica sua espiritualidade. Espiritualidade tem a ver com os atributos do espírito humano: razão, emoção, volição, consciência e auto-consciência. Religião está relacionado ao mundo dos espíritos, geralmente supra humanos. Espiritualidade é aquilo referente às virtudes do espírito: amor, compaixão, solidariedade, generosidade, perdão e justiça. Religião trata mais das regulações morais, objetivas, em detrimento das virtudes subjetivas.Dentro de cada religião existe um número variado de maneiras de vivenciar a espiritualidade. Por exemplo, no Cristianismo a espiritualidade pode ser vivida de uma forma Católica Romana e outra Protestante, e mesmo dentro do Protestantismo, existem ramificações como o protestantismo histórico, o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo. No Brasil, os protestantes ficaram conhecidos como “evangélicos”. Isto é, “evangélico” é um ramo do protestantismo, que por sua vez é um ramo do Cristianismo, que por sua vez é uma das cinco grandes religiões. Ser “evangélico”, portanto, é uma forma de viver a espiritualidade cristã, e nesse caso podemos dizer que existe uma “espiritualidade cristã evangélica”. O grande desafio é perceber quando uma religião ajuda e quando atrapalha o desenvolvimento espiritual. Ou mesmo, e principalmente, no meu caso que sou cristão, que versão do Cristianismo vai pautar a minha espiritualidade.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Jesus ainda é o caminho?
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” – João 14.6
Um dos mais graves problemas para a igreja de Cristo é a perda da visão da exclusividade da salvação pela graça por meio da fé em Jesus. Teoricamente, cremos que só Jesus Cristo salva, mas na prática, essa declaração não permeia a vida de muitas igrejas. A crença na salvação exclusivamente por meio de Jesus deveria produzir uma ardorosa visão evangelística e missionária. Cristo seria o carro-chefe da igreja e a mensagem do Cristo crucificado, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, seria a tônica da pregação. Estranhamente, porém, boa parte das igrejas tem se escondido no Antigo Testamento, trazendo para o culto arca, shophar (esta é a nova grife!), quipá, estrela de Davi, etc. São igrejas evangélicas que baniram o evangelho e recuperaram o sistema veterotestamentário. Sua leitura da Transfiguração deve ser que o Pai retirou Jesus de cena, deixando Moisés e Elias, e declarou: “Estes são os meus Filhos amados em que me comprazo; a eles ouvi”.
Alguns parecem ter banido Jesus Cristo de sua própria igreja. É uma negação de sua pessoa e sua obra. Tal atitude se encaixa perfeitamente na declaração do autor de Hebreus: estão pisoteando o Filho de Deus, e caíram da graça. Não entendem que o judaísmo se esgotou. O vinho velho acabou. As talhas de purificação estão vazias. Só Jesus, o Filho de Deus, tem poder para produzir novo vinho, e de qualidade superior. A exclusividade da salvação pela fé em Cristo tem se perdido no arsenal de truques e novidades para engabelar os crentes, dando-lhes a sensação de estarem seguindo a Bíblia. Mas o preço é alto: sem Cristo. A cruz é um estorvo para muitos cristãos. Eles querem bênçãos e poder, mas não a cruz. Querem riquezas, mas não o caminho do sofrimento com e por Cristo. Cantam “quero subir o monte santo de Sião”, não o monte do Calvário. Esqueceram-se que o caminho é Jesus, não o louvor nem o Espírito Santo (identificado com seus sentimentos).
Outros estão olhando pelo outro lado do microscópio. Ao invés de analisar a cultura secular pela Bíblia, analisam-na por pensadores seculares. Adotam o inclusivismo soteriológico. Jesus salva, mas Buda também, Maomé também. Qualquer um também. Gente bem intencionada está salva. O que vale é a sinceridade. Outros nem crêem que haja alguma coisa de que ser salva. A igreja é apenas uma instituição social ou recreacional.
Ouço e leio muito a expressão “o olhar do outro” (frasezinha bonita!), no tocante à verdade espiritual. Não posso deixar de perguntar: “E o olhar de Jesus, onde fica? As declarações de Jesus, onde ficam?”.
Quando fui evangelizado aos catorze anos aprendi isso: “Jesus não disse que é um caminho, mas o caminho”. Compreendi que o único meio de se chegar a Deus é por ele. Mas segmentos de sua igreja não falam do caminho para Deus, e sim de um caminho tranqüilo por esta vida. Deus se tornou do tamanho das pessoas, porque sua vontade para conosco ficou associada ao bem-estar material. Todo desejo dele para nós é que nos demos bem nos negócios aqui. O propósito de Deus para nós é uma boa vida, e Jesus é apenas um nome que se usa na frase final de qualquer oração, como se fosse uma senha para garantir nosso pedido. Mas a igreja não é mais dele.
Precisamos voltar a Jesus, deixando Moisés e Elias de lado. Jesus disse: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele” (Lc 16.16). Voltemos a pregar que só Jesus Cristo salva, que ele é único caminho para o céu, que ser gente boa é bom, mas isso não salva. Aprendi adolescente, e não esqueci: Jesus é o único caminho para o Pai. Quando a igreja deixa aberta a possibilidade de outro Salvador, ou deixa de falar do Salvador, nega ao Senhor. E negou-se a si mesma. Não há “olhar do outro” para salvação. Só há Jesus. Não há outro caminho. Jesus é o único. Nem Moisés, nem Elias, só Jesus. Nem shophar, nem quipar, nem arca. Só a cruz. Fora do Cristo crucificado não há caminho.
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Um dos mais graves problemas para a igreja de Cristo é a perda da visão da exclusividade da salvação pela graça por meio da fé em Jesus. Teoricamente, cremos que só Jesus Cristo salva, mas na prática, essa declaração não permeia a vida de muitas igrejas. A crença na salvação exclusivamente por meio de Jesus deveria produzir uma ardorosa visão evangelística e missionária. Cristo seria o carro-chefe da igreja e a mensagem do Cristo crucificado, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, seria a tônica da pregação. Estranhamente, porém, boa parte das igrejas tem se escondido no Antigo Testamento, trazendo para o culto arca, shophar (esta é a nova grife!), quipá, estrela de Davi, etc. São igrejas evangélicas que baniram o evangelho e recuperaram o sistema veterotestamentário. Sua leitura da Transfiguração deve ser que o Pai retirou Jesus de cena, deixando Moisés e Elias, e declarou: “Estes são os meus Filhos amados em que me comprazo; a eles ouvi”.
Alguns parecem ter banido Jesus Cristo de sua própria igreja. É uma negação de sua pessoa e sua obra. Tal atitude se encaixa perfeitamente na declaração do autor de Hebreus: estão pisoteando o Filho de Deus, e caíram da graça. Não entendem que o judaísmo se esgotou. O vinho velho acabou. As talhas de purificação estão vazias. Só Jesus, o Filho de Deus, tem poder para produzir novo vinho, e de qualidade superior. A exclusividade da salvação pela fé em Cristo tem se perdido no arsenal de truques e novidades para engabelar os crentes, dando-lhes a sensação de estarem seguindo a Bíblia. Mas o preço é alto: sem Cristo. A cruz é um estorvo para muitos cristãos. Eles querem bênçãos e poder, mas não a cruz. Querem riquezas, mas não o caminho do sofrimento com e por Cristo. Cantam “quero subir o monte santo de Sião”, não o monte do Calvário. Esqueceram-se que o caminho é Jesus, não o louvor nem o Espírito Santo (identificado com seus sentimentos).
Outros estão olhando pelo outro lado do microscópio. Ao invés de analisar a cultura secular pela Bíblia, analisam-na por pensadores seculares. Adotam o inclusivismo soteriológico. Jesus salva, mas Buda também, Maomé também. Qualquer um também. Gente bem intencionada está salva. O que vale é a sinceridade. Outros nem crêem que haja alguma coisa de que ser salva. A igreja é apenas uma instituição social ou recreacional.
Ouço e leio muito a expressão “o olhar do outro” (frasezinha bonita!), no tocante à verdade espiritual. Não posso deixar de perguntar: “E o olhar de Jesus, onde fica? As declarações de Jesus, onde ficam?”.
Quando fui evangelizado aos catorze anos aprendi isso: “Jesus não disse que é um caminho, mas o caminho”. Compreendi que o único meio de se chegar a Deus é por ele. Mas segmentos de sua igreja não falam do caminho para Deus, e sim de um caminho tranqüilo por esta vida. Deus se tornou do tamanho das pessoas, porque sua vontade para conosco ficou associada ao bem-estar material. Todo desejo dele para nós é que nos demos bem nos negócios aqui. O propósito de Deus para nós é uma boa vida, e Jesus é apenas um nome que se usa na frase final de qualquer oração, como se fosse uma senha para garantir nosso pedido. Mas a igreja não é mais dele.
Precisamos voltar a Jesus, deixando Moisés e Elias de lado. Jesus disse: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele” (Lc 16.16). Voltemos a pregar que só Jesus Cristo salva, que ele é único caminho para o céu, que ser gente boa é bom, mas isso não salva. Aprendi adolescente, e não esqueci: Jesus é o único caminho para o Pai. Quando a igreja deixa aberta a possibilidade de outro Salvador, ou deixa de falar do Salvador, nega ao Senhor. E negou-se a si mesma. Não há “olhar do outro” para salvação. Só há Jesus. Não há outro caminho. Jesus é o único. Nem Moisés, nem Elias, só Jesus. Nem shophar, nem quipar, nem arca. Só a cruz. Fora do Cristo crucificado não há caminho.
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
LIÇÕES DO COMPLEXO DO ALEMÃO
Durante anos as forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, não compartilhavam nada, sei muito disso, pois fiz parte deste grupo. Quando havia operações conjuntas, ninguém cedia a Polícia Civil queria o comando, a primazia, a Militar a Federal e as demais forças do mesmo modo, com isso quem perdia era a sociedade. O mal começou a imperar em várias comunidades enquanto aqueles de deveriam promover a paz brigavam entre si, buscavam o seu espaço e chegamos onde o mundo viu. Não suportando mais tamanha violência houve um clamor público e um fato inédito ocorreu, houve união entre as forças de segurança, e o que para muitos era impossível aconteceu, o bem venceu o mal. Ao ver aqueles homens fugindo desesperados, libertando aquela comunidade que vivia escravizada pelo tráfico, pensei parece à igreja. Ao ler está crônica alguns podem pensar: Como parece a Igreja? O Senhor Jesus nos garantiu que: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mateus 16:18 . Hoje vivemos um evangelho divido cada qual quer marcar o “seu território” é difícil acharmos igrejas que cooperam e compartilham com outras, mas graças ao bom Deus que ainda existem tais igrejas, enquanto homens perdem tempo indo à televisão e ao rádio falar mal deste ou de outro pastor, falar que “a sua Igreja é a melhor, que a sua Igreja faz...” o povo tem morrido sedento de fome do verdadeiro evangelho que é o amor. Penso que é hora de refletirmos, nos unirmos para levar a paz a todos que precisam e querem, é necessário uma união das “forças da Paz” para resgatarmos almas que estão aprisionadas pelo inferno, para que o inimigo bata em retirada em nome de Jesus, a igreja deve ser militante sair do seu conforto, sair do holofote e arrombarmos as portas do inferno em nome de Jesus e libertarmos os que lá estão aprisionados.
“Que o Senhor nos dê sabedoria e altruísmo para tal”
Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
Pastor da PIB em Fragoso e Interino na SIB em Magé.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
PARABÉNS DIÁCONOS - Prazer em servir
Prazer em servir
Instituído no Novo Testamento, o ministério diaconal é dos mais prestigiados nas igrejas evangélicas
AUTORIA - Rafael Chinaglia Leite, 22 anos, é diácono da Igreja Apostólica Renascer em Cristo há dois anos- Extraído da Revista EClésia
Começa o culto. Durante as leituras devocionais e os cânticos, alguns homens engravatados observam a movimentação com olhos atentos. Cada pessoa que chega é abordada e encaminhada aos lugares disponíveis. Na hora do ofertório, alguns deles circulam entre o povo recolhendo os donativos, enquanto outros sobem ao púlpito para dar avisos à congregação. A reunião prossegue, e enquanto os crentes concentram-se na pregação, eles precisam estar atentos a uma série de detalhes – o funcionamento dos ventiladores, a entrada de algum desconhecido, o celular que toca, a criança que chora. Se alguém sente-se mal durante a reunião, cabe a eles providenciar o socorro imediato. São os diáconos, pessoas escolhidas dentre os membros da igreja para exercer um ofício que requer muita disposição, espiritualidade e desprendimento.
Há sempre o que fazer na casa de Deus. Na hora do apelo, todos já devem a postos na plataforma para orar e aconselhar os decididos. Isso sem falar na sua clássica tarefa de distribuir o pão e o vinho durante a ceia do Senhor. Finda a reunião, todos vão embora, menos eles. É preciso recolher todo o material, deixar o templo em ordem e verificar se não há uma lâmpada a ser trocada, um banheiro que precisa de sabonete ou se os brinquedos do departamento infantil estão em ordem. O diaconato é uma das funções eclesiásticos mais prestigiados e difundidas nas igrejas evangélicas, seja qual for a linha teológica ou a forma de liturgia adotadas. A nomenclatura varia – em algumas denominações, eles podem ser chamados de obreiros ou oficiais –, assim como as atribuições e dimensões de poder. É um ministério que compete a homens e mulheres, já que cada vez mais igrejas possuem diaconisas. Mesmo com toda essa diversidade, num ponto todos os crentes concordam: os diáconos são fundamentais para o bom funcionamento da obra de Deus.
Surgido nos tempos do Novo Testamento, o diaconato foi instituído para contornar uma dificuldade na estruturação da Igreja primitiva. De acordo com o livro de Atos, logo após a morte de Jesus a pregação dos apóstolos levou milhares de pessoas à conversão, trazendo para o seio da comunidade cristã uma série de demandas espirituais e materiais. Os líderes resolveram, então, designar “homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria” para que cuidassem do sustento da Igreja e do cuidado com os pobres, liberando os apóstolos para dedicação exclusiva à oração e ao ensino da Palavra. Mas alguns diáconos, como Estêvão e Filipe, foram muito além das tarefas estritamente práticas e até hoje são lembrados como heróis da fé.
“O diácono não deve limitar-se apenas aos serviços materiais, mas também desenvolver seu ministério fazendo uso dos dons na pregação do Evangelho de Cristo”, frisa o pastor e escritor Magno Paganelli, autor do recém-lançado Livro dos diáconos (Arte Editorial), em que aborda diversas facetas deste ministério.“O trabalho diaconal recebe maior importância quando é encontrada, na primeira carta de Paulo a Timóteo, a citação das qualificações exigidas para esses ajudadores da obra”, continua. “Ali, está dito que os diáconos devem ser respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância e que conservem o ministério com a consciência limpa”, enumera.
Sempre a postos – A palavra diácono é originada do termo grego diakonos, que pode ser encontrado cerca de 30 vezes no Novo Testamento. Em todas elas, sempre ligada à idéia do serviço, geralmente no sentido de atendente ou servente. Além disso, termos conexos, como diakonia (ministério) e diakoneo (servir ou ministrar), também são citados nas Escrituras. “O termo diaconia refere-se ao serviço cristão, especialmente em sua função social ou beneficente”, reforça o pastor e pesquisador Alderi Souza de Matos, da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). “Já o diaconato, no seu sentido amplo, designa as mesmas funções enquanto exercidas por oficiais das igrejas”, ensina.
Se o termo diácono só aparece claramente definido no Novo Testamento, a prática de se separar pessoas para atuar de maneira destacada no meio do povo de Deus vem de mais longe. “Na verdade, a Igreja não criou esse ofício. Ele já era observado desde o Antigo Testamento. Conforme a descrição do livro do Êxodo, quando Deus tirou os hebreus do Egito, determinou que os órfãos, as viúvas e os estrangeiros não fossem desamparados. E vemos que é essa a função do diácono”, frisa Alderi. Mas foi só no século 3 da Era Cristã que a Igreja passou a adotar os diáconos como auxiliares e assessores dos bispos. Na ocasião, o diaconato passou a ser uma etapa em direção ao sacerdócio e assumiu um caráter mais empírico. Somente no século 16, tempo da Reforma de Martinho Lutero, é que voltou a ser recuperado o ministério de ação social no trabalho da Igreja. Calvino, outro notável reformador, tinha o ofício dos diáconos em alta consideração. Nas suas Institutas, publicadas em 1536, ele frisa que os diáconos são os oficiais da igreja devotados à assistência ao pobre, mas que deveriam também ter pleno conhecimento da Bíblia, pois no exercício de suas funções muitas vezes teriam que oferecer consolo espiritual.
É exatamente o que diz o militar Carlos Henrique Maganha de Souza, 41 anos, líder dos diáconos de uma das congregações da Igreja Missionária Evangélica Maranata, do Rio. “Precisamos estar sempre prontos para atender necessidades puramente espirituais, como a oração por um enfermo, o aconselhamento cristão e a ministração da Palavra”, enumera. Por isso mesmo, diz, o diácono é mais do que um trabalhador da obra de Deus – embora, garanta, sinta-se honrado por servir à igreja também com serviço pesado, como limpar o templo, carregar bancos e até manobrar carros no estacionamento. Henrique é daqueles que batem ponto nos cultos de domingo e durante a semana. É sempre dos primeiros a chegar e, não raro, o último a sair. Nomeado para a função há cerca de dez anos, ele diz que o cargo de diácono traz muitas bênçãos: “Mas o principal privilégio, para mim, é poder servir aos irmãos e ao Senhor.”
Tarefas espinhosas – A maioria dos crentes costuma ver no diácono uma espécie de “faz tudo” da igreja – o que, pelo que se vê, não deixa de ser verdade. Mas é claro que, por exercer uma função que lhe dá poderes sobre os outros irmãos, o diácono sempre caminha sobre o fio da navalha – ele jamais deve abusar de sua autoridade, mas também não pode se omitir, mesmo que suas recomendações não sejam exatamente agradáveis. Em tom jocoso, até um dito irreverente, corruptela de um trecho bíblico, circula por aí: “Resisti ao diácono, e ele fugirá de vós.” “O pastor precisa de nossa ajuda, pois não é capaz de dar conta de tudo que acontece na igreja” Jeová Gueiros da Gama Filho, diácono há cinco anos da Igreja Presbiteriana de Cidade Ademar, na capital paulista. “Precisamos ter muito amor para contornar problemas, inclusive os criados pelos próprios crentes.”
Ele conta que os membros da igreja costumavam parar o carro em fila dupla, atrapalhando o trânsito. Numa dessas ocasiões, pediu que um deles estacionasse mais adiante. “Para minha surpresa, ele não só me ignorou como permaneceu no local”, queixa-se Jeová. “Essas situações acontecem com freqüência, mas tento lembrar que estou aqui para servir”, resigna-se. “É isso que me conforta.” Já na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, o exame de membros submetidos às comissões de ética ou disciplina também cabe aos diáconos. Mario Linhares, coordenador do ministério diaconal, diz que as maiores dificuldades estão relacionadas a essa área. “São casos delicados em que temos que disciplinar algum irmão.” Nessas ocasiões, destaca, as palavras devem ser de bom senso para não ferir suscetibilidades. O diácono Mario conta que, certa vez, foi destratado publicamente por um membro da igreja que teve a recomendação de exclusão aceita. “Tive que agir com bastante calma para esvaziar a situação”, lembra.
“Se o próprio Senhor Jesus serviu, colocar-me na mesma posição que ele é a coisa mais linda que posso fazer”, declara, por sua vez, Antônio de Freitas Martins, um dos 450 obreiros que compõem o Corpo Diaconal da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG). Aos 77 anos de idade e 20 de ministério, ele permanece bastante ativo, dando conta de muitos afazeres na obra – inclusive o preparo da Ceia, que ele faz na própria casa. O trabalho envolve dezenas de pessoas, já que é preciso pão e vinho suficientes para os quase 28 mil membros da igreja. “O diácono não escolhe este ministério, mas é Deus quem o chama para o trabalho”, pontifica. Antônio, claro, já passou por dificuldades que levaram-no até a pensar em desistir do cargo. Mas hoje, orgulha-se do que faz e garante que continuará no diaconato até o fim da vida. “Com Cristo no comando, tudo fica mais fácil”, recita. A Igreja da Lagoinha, por conta de seu gigantismo, precisa treinar seus diáconos para tarefas específicas. Peter Lucky, o presidente do Corpo Diaconal, diz que lá são ministrados vários cursos para o candidato. “Ensinamos matérias básicas nessa preparação, como curso básico para diáconos, trabalho em equipe, diretrizes para plantões etc.”
Se o serviço diaconal empolga o veterano Antônio, também é um estímulo para obreiros mais jovens. Rafael Chinaglia Leite, 22 anos, é diácono da Igreja Apostólica Renascer em Cristo há dois anos. Ele freqüenta o templo sede da denominação, no centro de São Paulo. “Vejo meu trabalho aqui como parte fundamental do crescimento e do bom andamento da obra”, diz, cheio de disposição, não só para o trabalho material: “Há muito crescimento espiritual no diaconato”, destaca. Apesar da juventude – traço comum de boa parte da membresia e da liderança da Renascer –, Rafael demonstra exata noção do papel que lhe cabe. “A ênfase do nosso serviço ministerial é mais voltado para a logística e adminstração da igreja.” Além das reuniões no templo, ele atua também no chamado Expresso Solidariedade, que utiliza um ônibus para levar comida e ajuda aos moradores de rua. Na Renascer, a responsabilidade por este trabalho cabe aos diáconos. “Fico muito feliz ao ver vidas transformadas através do nosso trabalho”, comemora Rafael.
Diversidade – Se, durante muitos anos, o cargo de diácono era exclusividade de homens, de uns tempos para cá isso tem se flexibilizado. Hoje, são poucas as igrejas que não aceitam o serviço feminino no ministério diaconal. Embora não haja, no Novo Testamento, precedente bíblico de mulheres que tenham exercido a função – como lembra o pastor Alderi Matos, da Igreja Presbiteriana, que não as nomeia para funções de liderança por entender que elas não devem exercer autoridade sobre o homem –, cada vez mais grupos evangélicos têm diaconisas. Uma das pioneiras foi a Igreja Metodista. “O número de irmãs neste ministério é bastante significativo em nosso meio”, informa João Alves Filho, presidente do Colégio dos Bispos Metodistas do Brasil.
Na denominação, as diaconisas são designadas para os serviços das mulheres. “São elas que ungem, acolhem e instruem as mulheres na liturgia batismal, visitam-nas e as assitem na doença, dedicando especial atenção às idosas”, continua o bispo. Bem preparada para o ofício é uma qualidade que define a diaconisa Eliseth Pereira Cardoso, da Igreja Metodista, denominação onde o cargo de diácono requer diversos pré-requisitos, seja o obreiro homem ou mulher (ver quadro). Atualmente, ela dirige uma congregação na periferia do Recife (PE), uma região de muita carência. “Recebemos preparo adequado para ministérios especiais, como o trabalho social, pastorais carcerárias ou indígenas e até funções pastorais.” Com 43 anos de Igreja Metodista, Eliseth já atuou em diversas dessas áreas. “O trabalho de um diácono pode ser o mais variado possíveL”, aponta.
O pastor Luis Carlos Pinto, presidente nacional do diaconato da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), defende o espaço das mulheres no serviço diaconal. “Não há porque discriminá-las sob o ponto de vista bíblico, já que Jesus valorizou demais o papel feminino na sua obra.” Ele vai além, afirmando que determinados trabalhos, devido à sua natureza mais sentimental – como o aconselhamento, o amparo a famílias em crise ou pessoas doentes –, podem ser melhor exercidos por diaconisas. “As igrejas que têm se mantido obstinadamente contra o trabalho da mulher cristã, sobretudo no diaconato, têm perdido muito mais do que se imagina.” De fato, a Bíblia é pródiga em citar mulheres que auxiliavam o próprio Jesus, tanto nas necessidades materiais, como nas tarefas de seu ministério. Paulo, em sua carta aos romanos, faz comentários elogiosos sobre Febe, mulher a quem recomendou pela sua participação e serviços à Igreja.
Diversas denominações também não impõem restrições quanto ao estado civil de quem será escolhido para o diaconato. Fredson Melo Silva, 33 anos, é solteiro e exerce o ofício na Assembléia de Deus Nipo-Brasileira, em São Paulo. Bastante ativo na obra de Deus, foi sua dedicação à igreja que levou os pastores a indicá-lo, há cinco anos. Ele acha que o cargo traz uma responsabilidade que é benéfica na vida do crente. “A posição de autoridade sobre outras pessoas leva-nos a cuidar melhor de nossa vida espiritual”, argumenta. “Mas o diácono também precisa ser submisso, prestando obediência aos que estão levantados sobre ele”, destaca. Ele é um dos 200 diáconos da igreja, que realiza, aos domingos, três cultos simultâneos para poder atender aos mais de 1,5 mil membros. “Há muito o que fazer”, diz. Entre suas tarefas, Fredson presta serviços práticos como a introdução das pessoas, o atendimento ao pastor e diversos outros visando o bom andamento dos cultos. “Às vezes, também lidero grupos de oração e, se convidado, até prego a Palavra.”
Entre os assembleianos, o diaconato é tido como uma etapa na hierarquia eclesiástica – se for considerado apto pela liderança, o diácono pode ascender a evangelista e até ao pastorado. Quanto a isso, Fredson mostra-se tranqüilo: “Se formos fiéis no pouco, Deus nos dará muito mais”, encerra.
Diáconos e heróis da fé
Estêvão, personagem do Novo Testamento, é considerado, com justiça,o pai dos diáconos. Ele foi um dos primeiros homens escolhidos pela liderança da Igreja primitiva para cuidar das necessidades do povo – ou “servir às mesas”, para usar a expressão bíblica. A curta história de Estêvão está narrada no livro de Atos. Pouco se sabe sobre sua vida anterior à ordenação ao diaconato, mas o que chama a atenção é que, segundo as Escrituras, ele era um homem cheio do Espírito Santo, piedoso e conhecedor da Palavra de Deus.
Designado ao diaconato junto com outros seis homens – Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau –, Estêvão não tinha limitações no seu serviço. Era também um pregador eloqüente e fazia “prodígios e grandes sinais entre o povo”, conforme o capítulo 6 de Atos. Foi justamente pelo zelo evangelístico que atraiu contra si feroz oposição. Uma de suas mensagens sobre o Reino de Deus acendeu a fúria dos ouvintes, que, confrontados com seu pecado, resolveram matá-lo por apedrejamento. Em seu martírio, Estêvão teve uma visão do céu, com Jesus de pé, à direita do Pai. O diácono morreu clamando o perdão de Deus a seus algozes, entre os quais estava Saulo, que mais tarde e se tornaria o mais célebre dos apóstolos.
Outro diácono do Novo Testamento, Filipe, também não se limitou às tarefas do dia-a-dia da Igreja. Homem consagrado a Deus, ele foi orientado pelo Espírito Santo a seguir pelo caminho que ligava Jerusalém a Gaza. Na estrada, aproximou-se correndo de caravana de um alto oficial etíope, eunuco, que lia um trecho do livro de Isaías sobre Jesus. Convidado pelo etíope – que, segundo a Bíblia, era um homem importante a ponto de administrar os tesouros de sua rainha –, subiu ao carro e, usando como base as palavras do profeta, pregou o Evangelho com tamanha unção que ele creu e quis ser batizado ali mesmo, à beira do caminho. Após descerem à água, Filipe foi miraculosamente arrebatado, deixando o eunuco maravilhado com o poder de Deus.
Um ofício, muitas funções
Embora seja adotado por praticamente todas as igrejas evangélicas, a natureza e as atribuições do ofício diaconal variam muito de denominação para denominação. Uma das mais rigorosas quanto aos critérios de escolha e capacitação destes obreiros é a Igreja Metodista do Brasil. Lá, o aspirante deve ter ensino médio ou superior, formação de acordo com o Plano Nacional de Educação Teológica da denominação e passar dois anos em período probatório. Depois disso, só pode ser consagrado após passar por um exame do Concílio Regional e ser indicado pelo bispo responsável. A função, aberta às mulheres, é exercida por dois anos, na esfera regional, ou por cinco, caso seja de âmbito nacional, e pode até ser remunerada – geralmente, uma ajuda de custo para a execução de determinados serviços.
Já na Igreja Presbiteriana do Brasil, cabe ao diácono zelar pelo bom funcionamento da congregação e pelas tarefas de assistência social. Antes da consagração – rito realizado durante um culto solene, mediante a imposição de mãos dos líderes –, os candidatos passam por uma análise do Conselho da igreja local, composto pelos pastores e presbíteros. Após este período de observação, uma assembléia de membros vota pela aprovação de cada nome. O trabalho é totalmente voluntário e o mandato, que dura cinco anos, pode ser renovado através de nova eleição. Apenas os homens podem exercer o ofício, e há cerca de 13 mil diáconos presbiterianos no Brasil.
De linha pentecostal, a Igreja do Evangelho Quadrangular reserva aos seus diáconos – são mais de 54 mil homens e mulheres em todo o país – múltiplos encargos. Eles são assessores diretos do pastor, servindo à comunidade em diferentes áreas, que incluem administração, educação cristã, ação social, evangelismo, visitação a enfermos e até celebração de cultos. A indicação se dá a partir de um convite da liderança àqueles membros que mais se destacam. Uma vez indicado, o candidato deve ficar um ano como cooperador do corpo diaconal. Os nomes são confirmados em assembléia geral da igreja local e empossados em um culto especial. Em seguida, o novo diácono recebe um brasão distintivo e um uniforme para o trabalho. Na IEQ, a ordenação do diácono é vitalícia, mas cada um deles assina um termo de voluntariado. Cabe às coordenadorias acompanhar o trabalho realizado pelos diáconos.
Uma das mais organizadas confissões evangélicas, a Igreja Batista realiza, periodicamente, seminários e congressos de preparação e aperfeiçoamento reunindo seus diáconos, através da Associação dos Diáconos Batistas do Brasil e das associações estaduais e regionais ligadas à Convenção Batista Brasileira. Como em quase todas as igrejas, o candidato a diácono batista submete-se a um período de experiência após ser indicado pelo Conselho local. Durante este prazo, que pode ter duração variável, o aspirante precisa demonstrar aptidão para o trabalho social e o ensino cristão, duas áreas muito valorizadas no meio batista. .Também cabe ao diácono prestar assistência aos novos membros. Mas não há pré-requisitos quanto à educação formal nem período definido para o mandato, cujo ponto de partida é um culto festivo em que toda a congregação ora e consagra seus novos oficiais.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Um dia para orar pelo Brasil
Um dos principais anseios dos batistas brasileiros é o de ver o Brasil se tornar um país mais próspero, justo e feliz.
Sem dúvida alguma, este é um desejo muito nobre, mas que só será alcançado com a bênção de Deus.
Pensando nisto, a Convenção Batista Brasileira (CBB) acaba de lançar o Dia Nacional Batista de Oração pelo Brasil.
A proposta é que no dia 15 de outubro cada batista brasileiro separe um tempo específico para interceder, sozinho, com um grupo de pessoas ou com toda a sua igreja, pelo país.
Segundo o diretor executivo da CBB, pastor Sócrates Oliveira de Souza, esta é uma campanha que nasce do coração dos batista brasileiros. “Em minhas caminhadas pelo país, representando a CBB, já ouvi de vários pastores e irmãos o desejo de que os batistas pudessem se unir em orações pelo Brasil”, afirma.
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” - 2 Crônicas 7.14.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
A Aliança de Batistas do Brasil se posiciona contra a demonização do PT
Acho uma tremenda incoerência, eu prefiro ficar com a Bíblia, será que a Aliança Batista, mandou este e-mail para o grande batista e evangelista Billy Graham. , o nosso problema é que muitos não conhecem a própria história dos Batistas. Será que o Pr. Piragine falou alguma mentira? Creio que não. O pastor Piragine não falou em nome dos Batista ele usou o que o próprio documento da Aliança Batista Mundial diz : " A Aliança de Batistas do Brasil vem por meio deste documento reafirmar o compromisso histórico dos batistas, em todo o mundo, com a liberdade de consciência em matéria de religião, política e cidadania. A paixão pela liberdade faz com que, como batistas, sejamos um povo marcado pela pluralidade teológica, eclesiológica e ideológica, sem prejuízo de nossa identidade. Dessa forma, ninguém pode se sentir autorizado a falar como “a voz batista”, a menos que isso lhe seja facultado pelos meios burocráticos e democráticos de nossa engrenagem denominacional." , o Pr. Piragine usou seu direito de Liberdade de Consciência e alertou a "suas Ovelhas", falou em nome do "Grupo Evangélico" e não em nome dos Batistas, ele jamais disse que o PT era a personificação do Demônio, isto ficou a cargo de seus interpretes.
BARACK OBAMA SE ENCONTRA COM BILLY GRAHAM
O Presidente dos EUA, Barack Obama, visitou Billy Graham em sua casa na montanha, na Carolina do Norte, pela primeira vez no último domingo (25).
Durante a reunião de meia hora, os dois conversaram sobre uma variedade de assuntos durante o café, entre eles: suas esposas, golfe e Chicago, de acordo com o porta-voz de Graham, Larry Ross.
Os dois concluíram a conversa orando um pelo outro, e Graham deu ainda ao Presidente duas Bíblias, uma para ele e outra para a primeira-dama – Michelle Obama.
“Estou satisfeito por ter o presidente Obama em minha casa esta tarde”, disse o evangelista, em um comunicado. “Ele pediu um encontro desde que ele foi passar o fim de semana perto de Asheville”.
Obama estava querendo encontrar Graham há algum tempo, mas uma agenda movimentada e outras situações atrasaram a reunião até este último domingo.
Os dois tinham planejado se reunir em outubro de 2008, enquanto Obama ainda estava na campanha eleitoral, mas a saúde debilitada de Billy Graham impediu o encontro. Obama falou novamente com evangelista novembro passado, quando ele telefonou para desejar um feliz aniversário para Billy Graham.
Franklin Graham, filho de Billy, também agradeceu ao Presidente por ter dito que ele iria apelar da recente decisão de um juiz federal que declarou o Dia Nacional de Oração como inconstitucional. Graham é o co-presidente honorário do Dia Nacional de Oração.
Barack Obama é o décimo segundo Presidente que Graham conheceu pessoalmente durante o seu ministério.
Quem é Billy Graham?
Billy Graham (nome completo: William Franklin Graham Jr) é um pregador batista norte-americano nascido em 7 de Novembro de 1918 em Charlotte, Carolina do Norte. Foi conselheiro espiritual de vários presidentes americanos. Foi ainda o mais proeminente membro da “Convenção Batista Sulista dos EUA”.
Graham já pregou pessoalmente para mais pessoas do que qualquer pregador da história ao redor do mundo. De acordo com a sua equipe, a partir de 1993, mais de 2,5 milhões de pessoas tinham “Um passo à frente em suas cruzadas para aceitar Jesus Cristo como seu Salvador pessoal”. A partir de 2008, a audiência Graham’s lifetime, incluindo rádio e televisão, superou 2,2 bilhões.
Após graduar em Wheaton, Graham foi co-fundador da Youth for Christ (Mocidade para Cristo) junto com o evangelista Charles Templeton. Ele viajou como evangelista por todo os Estados Unidos e Europa levando os ensinamentos cristãos. Graham planejou uma série de missões em Los Angeles em 1949 e as missões levaram 8 semanas, mais do que o planejado que eram 3 semanas. Ele liderou as missões em Londres que duraram 12 semanas, e uma missão na cidade de Nova York na Madison Square Garden em 1957 que durou 16 semanas.
Graham desfrutou de uma reputação privilegiada devido às suas cruzadas serem feitas em lugares onde outros evangelistas consideravam impossível. Durante a Guerra Fria. Ele falava a grandes multidões em países da Europa Oriental e na União Soviética.
Durante o Apartheid, Graham foi constantemente recusado à visitar a África do Sul, até que o governo finalmente permitiu que podessem fazer a cruzada. A primeira cruzada de Graham na África do Sul ocorreu a partir de 1973. Ele usou a cruzada para denunciar o Apartheid ocorrido no mundo.
O evangelista foi um dos poucos pregadores que conseguiram falar na Coreia do Norte. Graham se opôs a segregação racial durante os anos 1960 e pagava fiança de Martin Luther King, sempre quando era preso nas cadeias do sul dos Estados Unidos durante a era dos direitos civis nos anos 1960.
Com informações de Christian Post/ OGalileo/ Enciclopédia Livre
Adaptação: O GalileO
Em Cristo Jesus
Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
sábado, 11 de setembro de 2010
PORQUE APOIO O PASTOR PASCHOAL PIRAGINE
A paz,
Dou meu apoio irrestrito ao pastor Piragine, eu como a membresia da PIB em Fragoso em Magé, temos que tomar partido sim, creio que os colegas deveriam assistir o vídeo missionário A CRUZ DE JESUS NA CHINA, espero que um dia não façam um filme com A CRUZ DE JESUS no Brasil. Como professor de História do Cristianismo, no seminário da Convenção Batista Fluminense, acredito que muitos não entendem o que a Reforma Protestante quer dizer quando fala da separação entre Igreja e Estado, a luz da Bíblia o Senhor sempre alertou os seus profetas a decisões governamentais em favor do povo e cobrava dos profetas omissos, já no NovoTestamento, precisamos de entender através da hermenêutica bíblica o que Paulo fala, ao ser inspirado por Deus ao escrever Rm 13,1-6. Fale a reflexão. Veja a matéria que foi publicada no Diário Oficial da União pelo atual Governo através de seu ministério, é importante ler na integrar para entender a preocupação com iniquidade.
Brasil / Mundo: Saúde Publica02/09/2010 - 11h43
Fonte: G1
Cirurgia para mudança de sexo de mulheres será permitida no Brasil
Procedimento consiste em remoção do útero, ovários e mamas. Construção de pênis ainda segue com caráter experimental.
Altere o tamanho da letra: A- A+
A cirurgia para mudança de sexo em mulheres, antes permitida somente como experiência, será autorizada no Brasil a partir de decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM), a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).
A técnica retira mamas, ovários e útero do corpo da mulher. A construção de um pênis no transexual feminino ainda será mantida com caráter experimental, não sendo liberada.
A decisão do CFM, assinada pelo conselheiro relator Edevard José de Araújo, vale para qualquer estabelecimento, público ou privado, capaz de realizar o procedimento.
Para isso, é preciso que a transexual ou interessada em mudar de sexo atenda a critérios como grande desconforto com o corpo original.
Para ter direito à cirurgia, a pretendente precisa ter mais de 21 anos, diagnóstico médico de transgenitalismo e condições físicas de passar pela operação. Os critérios são definidos por um conselho médico com psiquiatra, cirurgião, endocrinologista, psicólogo e assistente social.
Segundo o texto da decisão, o transexual tem um desvio psicológico que o faz não se conformar com o seu corpo. Essa rejeição pode levar a mutilações e suicídios por parte dos transexuais. Para o CFM, a candidata à cirurgia deve ter o desejo de mudar de sexo a pelo menos dois anos, provado com acompanhamento médico.
A resolução faz com que a cirurgia não seja mais considerada crime de mutilação, como previsto pelo artigo 129 da Constituição, já que seria apenas uma correção para atender ao conforto do transexual.
Em Cristo Jesus
Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
http://www.prcelmirguilherme.blogspot.com/
Dou meu apoio irrestrito ao pastor Piragine, eu como a membresia da PIB em Fragoso em Magé, temos que tomar partido sim, creio que os colegas deveriam assistir o vídeo missionário A CRUZ DE JESUS NA CHINA, espero que um dia não façam um filme com A CRUZ DE JESUS no Brasil. Como professor de História do Cristianismo, no seminário da Convenção Batista Fluminense, acredito que muitos não entendem o que a Reforma Protestante quer dizer quando fala da separação entre Igreja e Estado, a luz da Bíblia o Senhor sempre alertou os seus profetas a decisões governamentais em favor do povo e cobrava dos profetas omissos, já no NovoTestamento, precisamos de entender através da hermenêutica bíblica o que Paulo fala, ao ser inspirado por Deus ao escrever Rm 13,1-6. Fale a reflexão. Veja a matéria que foi publicada no Diário Oficial da União pelo atual Governo através de seu ministério, é importante ler na integrar para entender a preocupação com iniquidade.
Brasil / Mundo: Saúde Publica02/09/2010 - 11h43
Fonte: G1
Cirurgia para mudança de sexo de mulheres será permitida no Brasil
Procedimento consiste em remoção do útero, ovários e mamas. Construção de pênis ainda segue com caráter experimental.
Altere o tamanho da letra: A- A+
A cirurgia para mudança de sexo em mulheres, antes permitida somente como experiência, será autorizada no Brasil a partir de decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM), a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).
A técnica retira mamas, ovários e útero do corpo da mulher. A construção de um pênis no transexual feminino ainda será mantida com caráter experimental, não sendo liberada.
A decisão do CFM, assinada pelo conselheiro relator Edevard José de Araújo, vale para qualquer estabelecimento, público ou privado, capaz de realizar o procedimento.
Para isso, é preciso que a transexual ou interessada em mudar de sexo atenda a critérios como grande desconforto com o corpo original.
Para ter direito à cirurgia, a pretendente precisa ter mais de 21 anos, diagnóstico médico de transgenitalismo e condições físicas de passar pela operação. Os critérios são definidos por um conselho médico com psiquiatra, cirurgião, endocrinologista, psicólogo e assistente social.
Segundo o texto da decisão, o transexual tem um desvio psicológico que o faz não se conformar com o seu corpo. Essa rejeição pode levar a mutilações e suicídios por parte dos transexuais. Para o CFM, a candidata à cirurgia deve ter o desejo de mudar de sexo a pelo menos dois anos, provado com acompanhamento médico.
A resolução faz com que a cirurgia não seja mais considerada crime de mutilação, como previsto pelo artigo 129 da Constituição, já que seria apenas uma correção para atender ao conforto do transexual.
Em Cristo Jesus
Pr. Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
http://www.prcelmirguilherme.blogspot.com/
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
UM DIA NA VIDA DE UM NÃO DIZIMISTA
O “não dizimista” acorda de manhã e não encontra palavras para orar, seu semblante é carrancudo, e seu prognóstico para o dia que começa é dos um dos piores possíveis, ele logo pensa: “nada pior do que um dia após o outro, pois terei mais um dia em que terei de lutar pelo meu sustento, que aliás, só depende do meu esforço!”. Ele se levanta, e ao sentar-se à mesa do café da manhã, contempla o pão, a manteiga, o café , o leite, mas não dá graças a Deus por nada! Ele apenas sussura uma prece mal-agradecida, um “obrigado, Senhor!” encabulado e sem ardor no coração.
Ele sai para o trabalho, dedica-se com empenho durante suas oito horas de batente, e logo já tem planos para os gastos advindos de tão grande peleja. Ele raciocina consigo mesmo, à semelhança daquele louco do texto de Lucas 12, que pensava em derribar seus celeiros e construir outros maiores a fim de abrigar todos os seus víveres. A vida de um não dizimista é desgastante, pois ela se limita ao “já”, ao “agora”, e não tem nenhuma consideração no viés da eternidade. Tudo é cogitado para as conquistas materiais e o curioso é que no caso de meu personagem aqui, mal o dinheiro recebido como salário chega em suas mãos ele se dissipa rapidamente. Um dia, o não dizimista chegou até a pensar: “Será que o fato de eu não poder cumprir meus compromissos com o salário que recebo é sinal de que estou sob o peso do devorador que o Senhor Deus se compromete a expulsar da vida de quem é fiel em suas contribuições? Ele se lembra de Malaquias 3:11: “E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos”. Mas, logo o não dizimista pensa consigo mesmo (de novo, sempre sozinho!), esse é um texto do Velho Testamento, não tem nada ver com o “tempo da graça” que vivemos hoje! Mais, uma vez ele prefere se enganar do que pura e simplesmente, crer!
Ai, chega o momento mais curioso do dia do não dizimista, é quando ele vai à sua igreja (sim, ele é membro de uma igreja evangélica!). Chegando lá ele estranha que o culto está diferente, e ele repara nos detalhes: o templo está imundo, pois ele nunca contribuiu para o pagamento da zeladora. Além disso, as lâmpadas estão apagadas (ele não contribui também para o pagamento da energia elétrica do templo). Também ele fica mais ainda chocado quando não recebe um boletim na sua chegada, pois ele não colabora também no pagamento da secretária, ventilador nem pensar (ele não ajudou na compra do mesmo, e ainda mais agora, sem energia elétrica). Ele senta-se sozinho, para variar, pois os outros não dizimistas nem lá apareceram, sabe por que? Porque aquela seria a noite do levantamento de oferta missionária, e eles nem ousaram participar!
Ele logo se pergunta: onde está o pastor, quero falar com ele, me aconselhar… mas, ele descobri que como nunca dizimou, se dependesse de sua colaboração, o pastor jamais teria conseguido sustento para a sua família. Resultado: o culto do “não dizimista” não tem pastor, por conseguinte, não tem música (o som, os instrumentos e os cursos mantidos pela igreja aos músicos todos são oriundos dos dízimos dos fiéis!). Ora, não há culto, não há altar, não há vida, não há solenidade, não há Deus!
O nosso “não dizimista” começa a chorar! Ele se lembra dos apelos bíblicos ligados à entrega voluntária e generosa de contribuições para a causa do Senhor, para o sustento de sua obra! Textos como:
(Números 18:21) – E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.
(Deuteronômio 12:11) – Então haverá um lugar que escolherá o SENHOR vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e toda a escolha dos vossos votos que fizerdes ao SENHOR.
(II Crônicas 31:5) – E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância.
(Neemias 10:37) – E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura.
(Malaquias 3:8) – Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
E isso, ele lembrou-se só do Antigo Testamento. Mas, o Senhor ainda lhe fez lembrar dos exemplos vivos do Novo Testamento. Como aquela fala de Jesus que não devemos omitir o dízimo da prática de nossa piedade:
(Mateus 23:23) – Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
O Senhor ainda teve misericórdia do nosso “não dizimista” ao fazê-lo reflitir naquele culto às escuras do exemplo daquele viúva que “deu tudo o que tinha” e recebeu uma palavra de consideração entusiasta:
- E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva;(Lucas 21:2,3)
Dai, houve quebrantamento! O nosso amigo “não dizimista” resolveu se converter de verdade, e se comprometeu a ser fiel na entrega de seu dízimo mês a mês. O final da história, quem é dizimista sabe como foi… Seu dinheiro mês a mês passou a dar para todas as suas despesas, ele passou a acordar todos os dias com uma oração sincera para ser feita a Deus, e, como coroação de tudo: seu culto passou a ter mais vida, mais calor e ele deixou de sempre estar sozinho, afinal de contas: igreja é relacionamento!
Ah! não posso deixar de citar aqui: os desafios missionários de sua igreja passaram a ser todos ultrapassados! E ele pôde gritar à plenos pulmões: sou participante da obra de Deus e não mero expectador! Em outras palavras, ele disse: “Chega de ser parasita!”.
Pr.Ezequias A. Marins
Pastor da Igreja Batista Central em Japuiba – Angra dos Reis-RJ
ezequias@ibacen.com.br
sexta-feira, 18 de junho de 2010
14 razões porque o apóstolo Paulo morreu na miséria.
14 razões porque o apóstolo Paulo morreu na miséria.
Por Renato Vargens
À luz dos ensinamentos dos teólogos da prosperidade que afirmam que o servo de Deus tem que ser rico, descobri os verdadeiros motivos que levaram o Apóstolo Paulo a morrer na mais profunda miséria.
Infelizmente, o Apóstolo de Cristo aos gentios, não "entendeu" as revelações bíblicas cometendo erros gravissimos como:
1º- Não decretar a bênção da vitória na sua vida.
2º- Não amarrar o principado da miséria.
3º- Não quebrar as maldições hereditárias provenientes de seus antepassados.
4º- Não entender a visão da multiplicação do movimento G12.
5º- Não receber a revelação do DNA da honra de Deus.
6º- Não possuir as unções do cachorro, leão, águia, macaco, lagartixa, vômito e etc.
7º- Não tomar posse da bênção.
8º- Não semear as sementes da prosperidade.
9º- Não ter sido promovido a "paipostólo"
10º- Não ter trocado de anjo da guarda.
11º- Não ter elaborado nenhum mapeamento de batalha espiritual.
12º- Não ter recebido revelações do inferno.
13º- Não ter emitido nenhum ato profético.
14º- Não ter desenvolvido o hábito de orar em montes.
Caro leitor, segundo a ótica dos teólogos da prosperidade Paulo foi um fracassado, um pastor incompetente que não soube desfrutar das bênçãos de Deus.
Triste isso não?
Isto posto, resta-nos rogar a Deus pedindo misericórdia, como também que livre a sua igreja desta doutrina nojenta e anticristã.
Pense nisso!
Para os teólogos da prosperidade o apóstolo Paulo pode ser considerado o mais fracassado ministério de todos os tempos.
Para os teólogos da prosperidade o apóstolo Paulo pode ser considerado o mais fracassado ministério de todos os tempos.
Ele não foi rico, não possuiu grandes propriedades, não teve carros, cavalos e barcos, não morou em mansões, nem tampouco possuiu ouro, prata e riquezas. Para piorar a situação, o apóstolo aos gentios, recebeu dos judeus cinco quarentenas de açoites, foi açoitado com varas, apedrejado, sofreu três naufrágios, passou uma noite e um dia no abismo. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos com os patrícios, em perigos com os gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos, em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além disso ele foi preso algumas vezes, lançado em cárceres fétidos e mal cheirosos, tendo morrido na mais profunda miséria.
Para os defensores da teologia da prosperidade Paulo não estava na visão e por não possuir a unção de Deus morreu a mingua.
Pois é, pobre Paulo, miserável Paulo, não pode ser comparado aos apóstolos de hoje que são homens "ungidos" além de proprietários de jatinhos e mansões e milhões.
Pobre que nem Paulo, só um tal de Jesus de Nazaré.
Pense nisso,
Renato Vargens
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Ações de Graça, Louvor e Adoração
Ações de Graça, Louvor e Adoração[1]
Os termos listados no título de nosso artigo são comumente confundidos como sinônimos em comunidades cristãs de modo geral. Muitas vezes, inclusive, algumas traduções bíblicas trazem estas palavras com uma tradução única. Porém, ao analisarmos biblicamente os conceitos básicos de cada termo, verificamos que existem diferenças profundas – embora sutis – entre eles. Na verdade, notamos que a Bíblia nos mostra de forma bastante clara e definida a diferença entre estes termos. Desta forma, pensamos que se faz necessária uma breve reflexão relacionada a estes conceitos bíblicos diferenciados.
Pode parecer, ao olhar mais superficial, um preciosismo intelectual; todavia, ao pensarmos que tais palavras têm relação direta com nossa atitude para com Deus, devemos refletir sobre suas nuances e verdadeiros significados. Nada melhor para nos guiar nesta reflexão do que a própria Palavra dAquele que é o foco destas ações.
I. O Significado e Propósito de Ações de Graça
Ações de graça nada mais são do que a expressão da gratidão que temos para com Deus por todas as Suas realizações em nossa vida, passadas, presentes ou mesmo futuras.
Portanto, Ações de graça, são expressões gerais de gratidão (Salmo 13:6); gratidão pela condução segura de nossas vidas pelo Senhor (Salmo 95:2); e reconhecimento de que a providência divina é onisciente e simplesmente executa o melhor em favor de Seus filhos (I Tessalonicenses 5:18).
Deste modo, oferecer "ações de graça" (ou agradecer, do grego eucharisteo) a Deus é apropriar-se de Suas bênçãos em nossa vida. É uma atitude que parte do reconhecimento de que tudo o que acontece na vida do crente, bom ou supostamente ruim, passa antes pelo crivo onisciente do Criador e Mantenedor do mundo.
Sendo assim, devemos sempre dar graças (I Tessalonicenses 5:16-19)!. Esta é a vontade de Deus para nós, que vivemos neste mundo em um contexto de pecado e morte. Vemos abaixo alguns exemplos de situações nas quais deveríamos dar graças a Deus e oferecer a Ele ações de graça:
• Jesus veio para destruir as obras do mal, o que significa que o mal está entre nós, faz parte de nós, desde o pecado: "O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente" (João 10:10. NVI); As obras do mal são: matar, roubar e destruir. As obras do bem são provenientes da ação do Espírito na vida dos que aceitam a verdade (Filipenses 2:13);
• O próprio Cristo enfrentou o pecado e suas conseqüências. A vida neste mundo não é uma promessa de "mar de rosas", mas sim de peregrinação em nome de Jesus. (I Pedro 2:23-25) Devemos dar graças pela salvação em Cristo (I Pedro 4:13);
• Dar graças, mesmo em meio às enfermidades (Jó 2: 8-10);
• Graças pelas respostas de Deus aos ataques de Satanás (Lucas 6:22-23);
• Graças pelo fato de podermos ser chamados filhos de Deus, corpo de Cristo (Colossenses 3:15), participantes das promessas de Deus (Efésios 3:6; II Pedro 1:4);
• Podemos dar Graças pela palavra de Deus, revelada na Bíblia, no espírito de profecia e no próprio Senhor Jesus.
Ações de graça são exercícios de nossa fé e nos preparam para os milagres divinos. Uma atitude grata a Deus é parte do fruto do Espírito e, portanto, sinal da presença desta Pessoa da Trindade na vida do crente: "dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5:20. NVI).
Agradecer a Deus, oferecendo-lhe ações de graça, é a representação de que o cristão entendeu a vontade de Deus para a sua vida e está em contato direto com o Espírito Santo de Deus. Se o coração do crente foi preenchido com a verdade bíblica, sua boca facilmente irá proferir palavras gratas a Deus (Mateus 12:34).
Devemos permitir que Deus, através de Seu Espírito, prepare o nosso coração para as coisas espirituais e agradecer quando isso acontecer. Devemos entrar na presença do Senhor com ações de graça (Salmo 100:4-5). Suplica e gratidão devem preceder tudo o que fazemos (Filipenses 4:6-7).
Ao caminhar na leitura destes textos bíblicos, podemos perceber que um espírito grato a Deus é condição para o exercício da fé. É impossível obter as bênçãos de Deus sem crer nEle (Hebreus 11:6). É impossível a felicidade cristã, sem aceitar que Ele é o provedor de tudo (Hebreus 1:3). É impossível oferecer a Ele os créditos de nossa felicidade, se não adotamos uma postura de sinceridade e gratidão. Ações de graça fortalecem a fé, na medida em que representam o reconhecimento da onipotência e onisciência de Deus pelo homem caído.
Quando começamos a ser gratos, enumerar o que Deus tem feito, não demora muito para que o nosso coração se encha de alegria pela infinitude de possibilidades existentes nos planos divinos para a vida daquele que crê. Dar testemunho do que Deus tem feito irrita Satanás. Paulo fez isso e, ao reconhecer sua pecaminosidade e a grandiosidade divina, foi perseguido por motivo de sua fé.
As orações de Paulo começavam com ações de graça e reconhecimento da grandeza divina:
• Romanos 1:8 (NVI) - "dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo";
• Efésios 1:16 (NVI) - não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações" ;
• Filipenses 1:3 (NVI) - "Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês";
• I Tessalonicenses 1:2 (NVI) - "Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações";
• II Timóteo 1:3 (NVI) - "Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você, noite e dia, em minhas orações".
Gratidão para com os feitos do Senhor em nossa vida está intimamente ligado com uma postura diária de contrição e oração. Paulo era grato para com Deus e orava sem cessar.
Um exemplo sobremodo importante de um homem que demonstrou atitude de gratidão a Deus por Seus feitos grandiosos foi Seu Filho, Cristo Jesus:
João 6:11 (NVI) - "Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes".
Justamente por possuir a missão da salvação do mundo em Seus ombros, Jesus precisava da presença constante do Pai do Céu. Em cada ato de Seu ministério na terra, Jesus manteve contato com Deus. Neste milagre de bênção e multiplicação (uma metáfora da benção e multiplicação que Ele empreende em nossas vidas mortificadas pelo pecado), Jesus agradece a Deus pela abundancia de pão, que viria logo a seguir.
Além deste relato, ainda podemos constatar a postura de constante gratidão de nosso Senhor Jesus Cristo nos seguintes textos: Mateus 15:36; 26:27;Marcos 8:6-7 6; 14:23; Lucas 9:16; 22:17, 19; 24:30.
É interessante notar que, no grande milagre da ressurreição de Lázaro, Cristo não pede pelo milagre em si, mas a Sua oração é simplesmente uma expressão de confiança e gratidão no amor, cuidado e direção do Pai: "Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Eu sei que sempre me ouves, mas disse isso por causa do povo que está aqui, para que creia que tu me enviaste." (João 11:41-42 (NVI))
Uma postura grata, portanto, reconhece que Deus está no controle e é o primeiro passo para que Seu poder possa ser exaltado e glorificado. É o primeiro passo para uma atitude de louvor, como veremos a seguir.
II. O Significado e o Propósito do "Louvor".
Louvor, em seu significado primário, não se refere diretamente ao louvor a Deus.
O dicionário Aurélio lista os seguintes significados para o termo: 1.V. louvação. 2.Elogio, gabo, encômio. 3.Glorificação, exaltação.
O conhecido dicionário online Priberam (http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx) fornece a seguinte definição: s. m., ato de louvar; elogio; apologia; glorificação.
Vemos assim que, o louvor é, simplesmente, o ato de maior elogio ou elevação que se pode fazer. E, evidentemente, um elogio pode ser aplicado a coisas e pessoas que tenham méritos para isso.
Porém, o que nos interessa aqui é o louvor a Deus. Afinal, se podemos elogiar a coisas e pessoas, quanto mais ao grande Deus que criou todas as coisas e pessoas! Assim, o louvor dirigido a Deus é o significado que estaremos analisando a seguir.
Tendo feito este destaque, entendemos o significado do louvor como sendo:
• Feitos de Deus reconhecidos pela voz e atitudes humanas;
• Atitude de exaltação e glorificação de Deus pelo homem;
• Elogio extremo a Deus, oferecido pelo ser humano caído e, portanto, imperfeito.
Destacamos ainda as seguintes características do verdadeiro louvor a Deus:
• É fruto do Espírito Santo (Hebreus 13:15; Filipenses 2:13);
• Destaca a Sua dignidade em ser louvado (II Samuel 22:4; I Crônicas 16:25; Salmos 18:3; 48:1; 96:4; 145:3; 148; 150);
• Deve partir de um coração plenamente consciente de sua condição diante de um Deus supremo, perfeito e santo. (Salmos 138:6; 147:6; Isaías 57:15; 66:2; Miquéias 6:8; Mateus 5:3; 18:4; Efésios 4:1-2; Colossenses 3:12; I Pedro 3:8-9; 5:5);
• Toda arte, técnica e gosto humanos tem que estar absolutamente consagrados, para que possam ser apresentados diante de um Deus supremo, perfeito e santo. Não há adoração sem humildade e consagração.. (Levíticos 11:44-45; 19:2; 20:7-8, 26; Salmos 24:3-4; Romanos 12:1-2);
• O louvor, uma vez que é parte da adoração, tem que ser dirigido única e exclusivamente a Deus. (I Crônicas 16:8-11; Salmos 16:2; 98:4-6; 113; 117; 147; 148; 149;150; Colossenses 3:23-24) [2].
Os Salmos de Davi são exemplos máximos de louvor a Deus:
Em alguns de seus salmos, denominados descritivos, Davi exalta a pessoa de Deus, Seus atributos, ou seja: expressa em palavras a sua visão da Divindade. Em outros, conhecidos como "declarativos", Davi no oferece algumas características do que poderíamos definir como "Louvor Bíblico", uma vez que nestes salmos, a ênfase é no que Deus fez para Seu povo. estes salmos declaram, de forma artística e poética, a majestade e a glória de Deus.
Através destes salmos descobrimos que:
• Não pode existir um louvor verdadeiro sem um relacionamento íntimo com Deus, assim como um relacionamento com Deus não pode existir sem louvor. O louvor a Deus requer uma vida de envolvimento com Ele;
• Não há uma maneira impessoal de expressar louvor ao Todo Poderoso. O louvor sempre é pessoal – apesar e poder ser realizado coletivamente. Ninguém pode expressar o louvor de outro. Cada um tem suas próprias experiências com Deus, pelas quais deve agradecer e expressar o seu louvor;
• Louvor significa "falar bem de", "exaltar", ou "magnificar as virtudes". Nos Salmos, esses significados da palavra louvor são direcionados a Deus, principalmente levando em conta Suas obras e Seu cuidado pelo Seu povo;
• Apesar do costume musical de nossas igrejas, o louvor não precisa necessariamente ser audível, pode surgir de um coração contrito pela grandiosidade de Deus e, portanto, manifestar-se em silêncio, na particularidade do agente do louvor;
• Louvor também acontece quando nós falamos para alguém sobre a bondade de Deus. Portanto, o testemunho é uma forma de louvor.
A melhor forma de entendermos, de forma mais abrangente e completa, o que significa louvar é, examinarmos as palavras traduzidas como "louvor" no Velho Testamento e, particularmente, no livro de Salmos.
Nos Salmos encontramos todas as expressões que um homem pode sentir em relação a Deus: Alegria, gratidão, confiança, tristeza, desânimo, regozijo, alívio, conforto, livramento, etc. Sendo o louvor uma expressão de vários desses sentimentos (especialmente os positivos), esta coleção poética torna-se, portanto, uma das bases para a teologia do louvor bíblico.
O livro de Salmos é um livro de música. A palavra hebraica para Salmos é tehilim, um termo usado em contextos musicais. Desta forma, assim como Davi, podemos expressar nosso reconhecimento da grandiosidade de Deus e de seus atributos, através de cânticos, mesmo que isso não seja obrigatório.
O Louvor Bíblico:[3]
1. Halal ("louve ao Senhor"; "Louve Yaehovah"; glorificar):
Salmo 22:23 (NVI) – "Louvem-no, vocês que temem o Senhor! Glorifiquem-no, todos vocês, descendentes de Jacó! Tremam diante dele, todos vocês, descendentes de Israel!".
A palavra denota a exaltação pelo homem da pessoa do Senhor (Yaehovah). Neste sentido, ao fazer uso da expressão halal, o salmista tem a intenção de glorificar o Senhor, trazendo à tona a Sua magnitude. Halal significa, portanto, "vangloriar", "glorificar", "exaltar", "fazer brilhar".
A essência da expressão halal, portanto, é a exaltação do Senhor, permitindo-Lhe usar o ser humano que O louva como um instrumento de glorificação do Seu nome. Ao louvar a Deus com esta expressão, o pecador revela que adora a gigantesca Luz do mundo.
Esta palavra também é usada em II Crônicas 20:19 (NVI): "Então os levitas descendentes dos coatitas e dos coreítas levantaram-se e louvaram o SENHOR, o Deus de Israel, em alta voz".
O contexto deste texto descreve a batalha do povo de Deus contra a aliança dos moabitas e amonitas. Nesta batalha, liderada por Jeosafá, Deus prometeu a vitória. Jeosafá enviou então um coro de levitas, conforme descrito no texto, para exaltar ao Senhor por esta vitória, antes mesmo da batalha começar! Nem é preciso dizer o efeito que a exaltação da Luz de Israel fez aos inimigos! Destruição total daqueles que investiram contra os filhos do Altíssimo!
2. Yadah (atirar, lançar, jogar):
Salmo 138:1 (NVI) - "Eu te louvarei, Senhor, de todo o coração; diante dos deuses cantarei louvores a ti".
Em uma tradução mais fiel da expressão: "eu te louvarei", leríamos: "Eu te lançarei agradecimentos e grandes elogios". A expressão yadah, portanto, tem um sentido de atirar, jogar, lançar publicamente a Deus palavras de reconhecimento, ou seja: louvá-lO, com grande vigor e ênfase.
Esta palavra expressa o verdadeiro significado de louvor. Isto é: lançar, em testemunho público (diante dos seres humanos e de quaisquer outros deuses), agradecimentos e louvores ao Altíssimo.[4]
Para que o homem caído consiga lançar elogios extremos ao Senhor, é necessário que ele reconheça a grandeza de seu Deus, Seus atributos e realizações. A expressão yadah, portanto, é utilizada por um crente conhecedor das características divinas e que, por isso, é capaz de elogiar enfaticamente a beleza do Deus em que crê.
3. Barak (bendizer):
Salmo 103:1-2 (NVI) - "Bendiga o Senhor a minha alma! Bendiga o Senhor todo o meu ser! Bendiga o Senhor a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos!"
Bendizemos ao Senhor quando não nos esquecemos dEle, e quando não nos esquecemos de Suas bênçãos. O Salmo 103 enumera para nós incontáveis bênçãos do Senhor (por sua magnitude): amor, satisfação, redenção, honra, renovação. Nós bendizemos ao Senhor, lembrando de todas essas coisas.
Buscando o significado etimológico da palavra "bendizer" no idioma português, vemos que ela vem da junção das palavras "bem" e "dizer", ou seja, "falar bem". Portanto, vemos mais uma vez o sentido de "elogio", "glorificação".
Existe um sentido de ajoelhar-se e bendizer ao Senhor, em um ato de adoração, na palavra barak. Outro significado da palavra barak é, justamente, ajoelhar-se e adorar. Ao utilizar a expressão barak, o salmista mais do que lembra das maravilhas realizadas pelo Senhor, mas se coloca em uma atitude de humilhação perante Ele.
É este o louvor mais próximo da profundidade exigida na adoração: humilhação do pecador e reconhecimento da grandiosidade do Senhor Deus do universo.
4. Zamar: (cantar louvores; fazer música):
Este é um dos verbos musicais de louvor usado em Salmos. Ele traz a idéia de fazer música de louvor para Deus como no Salmo 92:1 (NVI): "Como é bom render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo".
A música tem o poder de transmitir sentimentos e conceitos profundos, de forma mais eficiente e duradoura. Assim, é perfeitamente apropriada para e expressão do louvor a Deus.
Mesmo que a música tenha sido uma expressão de louvor abundante na história do povo de Deus do Velho Testamento, como percebemos até aqui, ela não é a única forma de expressar louvores e, sim, apenas mais um elemento que pode ser utilizado pelo pecador no momento em que se dirige ao Altíssimo.
5. Shabach (suave, quase sem som, forte, com honra e respeito):
Salmo 117:1 (NVI) - "Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, louvai-o (shabach) todos os povos".
Salmo 63:3 (NVI) - "O teu amor é melhor do que a vida! Por isso os meus lábios te exaltarão (shabach)".
Salmo 65:7 – "Tu que acalmas (shabach) o bramido dos mares, o bramido de suas ondas, e o tumulto das nações"
A exaltação sonora destes salmos é quase silenciosa, suave e, ao mesmo tempo, firme e reverente. O conceito de força, apresentado na definição acima, refere-se à intensidade do sentimento ou conceito que está sendo expresso.
A expressão shabach representa, portanto, um louvor suave, sem contudo desmerecer a força e grandiosidade das obras divinas. Deste modo, louvar não é apenas uma expressão musical potente elevada a Deus, mas também respeito e suavidade, reverência e silêncio, firmeza e reconhecimento da grandiosidade de Deus e pequeneza do homem caído.
6. Towdah (confissão, ação de graças, sacrifício):
Salmo 50:23 (NVI) – "Quem me oferece sua gratidão como sacrifício (towdah), honra-me, e eu mostrarei a salvação de Deus ao que anda nos meus caminhos".
A expressão towdah está relacionada com a palavra yadah. Em algumas versões da Bíblia também é ser traduzido como "ação de graça". É usada no livro de Salmos como uma expressão que reconhece as bênçãos divinas que ainda não aconteceram, mas que certamente acontecerão.
A palavra de louvor towdah tem a conotação de gratidão a Deus por bênçãos que acontecerão no futuro. Quem espera, portanto, coloca-se em atitude de sacrifício vivo ao Senhor.
Esta palavra está especialmente relacionada ao sistema sacrifical levítico. Ela denota o louvor e gratidão ao Deus amoroso que proveu um plano para a salvação do homem caído, fornecendo um escape para os nossos pecados. O judeu, ao expressar este tipo de louvor, colocava confiantemente todas as suas esperanças de salvação na morte futura do "Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo", para o qual o sistema sacrifical apontava.
Embora para nós o evento da morte de Cristo na cruz já esteja no passado, esta palavra nos relembra que a maioria dos seres humanos louva ou agradece a Deus baseada em fatos consolidados, no que já aconteceu. O sacrifício de louvor, expresso na palavra towdah, é uma declaração forte de quem se coloca nas mãos do Altíssimo independentemente das circunstâncias. A expressão towdah denota uma atitude de fé e confiança no Senhor.
O Salmo 50:23 é finalizado com uma promessa: aquele que oferece a sua vida em sacrifício de louvor ao Senhor e o louva sem ver a bênção (que ainda não aconteceu), receberá a vida eterna.
7. Tëhillah (canção ou hino de louvor, louvor público, louvor que reconhece os atributos de Deus):
Salmo 22:3 (NVI) - "Tu, porém, és o Santo, és rei, és o louvor (tëhillah) de Israel".
Tëhillah é uma das expressões de louvor que mais me emocionam na Palavra do Senhor. Nesta tradução da Nova Versão Internacional, Deus encerra nEle mesmo o louvor de Seu povo. Ele É o louvor, ao invés de ser mero receptor dos elogios humanos.
Se tomarmos em consideração que a expressão tëhillah significa "hino de louvor", poderíamos ler o salmo da seguinte maneira: "Tu, Senhor, é o cântico de Israel". A beleza desta constatação deveria transformar o coração do crente! O Altíssimo é o nosso cântico, nossa música, nosso louvor.
Através da expressão tëhillah, Deus Se manifesta como um cântico exuberante:
II Crônicas 20:22 (NVI) – "Quando começaram a cantar e a entoar louvores (tëhillah), o SENHOR preparou emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e dos montes de Seir, que estavam invadindo Judá, e eles foram derrotados".
Israel começou a cantar e louvar, Deus preparou emboscadas para o inimigo. Quando Deus se manifesta musicalmente, derruba as fronteiras do inimigo. Quão sério é este assunto no contexto musical atual!
Tëhillah é um tipo especial de cântico! É quando Deus se torna o próprio louvor de Seu povo, o próprio cântico de Israel.
Outros versos bíblicos em que tëhillah aparece:
Salmo 34:1 (NVI) – "Bendirei o Senhor o tempo todo! Os meus lábios sempre o louvarão (tëhillah)".
Salmo 40:3 (NVI) – "Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor (tëhillah) ao nosso Deus. Muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor".
Aqui, o próprio Deus é colocado na boca do crente, como a brasa viva, de Isaías 6. O pecador é transformado pelo Altíssimo e O exalta de forma bela e extraordinária, a ponto de ser percebido por muitos!
Salmo 66:2 (NVI) – "Cantem louvores (zamar) ao seu glorioso nome; louvem-no (tëhilla) gloriosamente!".
8. Ruwa`: (falar alto, proclamar, erguer a voz).
Salmo 95:1 (NVI) – "Venham! Cantemos (ruwa`) ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação".
Os crentes do Velho Testamento não tinham problemas em ficar realmente alegres por motivo de seu relacionamento com Deus, demonstrando sua alegria em voz alta, de forma audível, com expressões de gozo e júbilo.
Evidentemente, uma vez que se dirigiam a Deus, essas expressões eram sempre reverentes, nunca comparáveis ou passíveis de ser confundidas com a alegria mundana e profana, ou seja, a expressão da alegria não afastava o solene senso da presença de Deus. Pelo contrário, a alegria era exatamente causada por esta compreensão.
Salmo 100:1 (NVI) – "Aclamem (ruwa`) o Senhor todos os habitantes da terra!".
A relação com a rocha, no Salmo 95, e com a aclamação, no Salmo 100, demonstra a força expressiva de ruwa`. Não é um louvor qualquer, mas sim um louvor tão resistente quanto a rocha e tão impactante quanto a proclamação do nome de Deus por todos os habitantes da terra. Existe força massiva neste verbo de louvor.
9. Qara`: (proclamar, anunciar o nome do Senhor)
Salmo 116:17 (NVI) – "Oferecerei a ti um sacrifício de gratidão e invocarei (qara`) o nome do Senhor".
Um aspecto importante da expressão qara` é sua sonoridade. Denota, ao mesmo tempo, a proclamação audível do nome do Senhor e a Sua invocação pelo agente do louvor. Esta palavra poderia ser utilizada também em um contexto em que alguém lê trechos das Escrituras, invocando o nome do Senhor através desta leitura. Deste modo, o louvor qara`, acontece quando o crente reconhece a Deus e o proclama, para que todos fiquem sabendo quem é esse Deus.
Assim, após essa longa reflexão em torno dos textos dos salmos, percebemos que existem inúmeras expressões que são traduzidas como louvor na Palavra do Senhor. Isto deveria nos trazer a noção de que o assunto não é algo a ser banalizado em nossa comunidade religiosa. Não são os cânticos de nossa rotina cristã o mesmo que louvar a Deus. Louvar a Deus tem uma força e um significado de suma importância na Bíblia e é assim que devemos encarar o assunto.
Louvar tem uma conotação mais profunda, íntima e pessoal do que simplesmente cantar. Louvar significa reconhecer a Deus em Suas características magníficas e expressar isso de infinitas formas possíveis. Inclusive, como nos sugere a expressão shabach, louvar deveria significar que o crente entende tão bem a grandiosidade do Altíssimo, que se cala diante dEle, com respeito e submissão do eu.
Todavia, louvar não é o mesmo que adorar, como veremos a seguir.
III. O Significado e Propósito da Adoração
Diferentemente do louvor, a adoração não é um elogio exaltado, sim uma expressão de veneração, de reconhecimento de que algo ou alguém é superior e digno de receber culto.
"Adoração é uma reação ativa a Deus, pela qual declaramos a sua dignidade. A adoração não é passiva, mas sim participativa. Adoração não é simplesmente um clima; é uma reação. Adoração não é apenas uma sensação; é uma declaração." (Allen/Borror, Teologia da Adoração - pág. 16 – (ênfase no original))
Para podermos adorar verdadeiramente a Deus, portanto, é necessário que o agente da adoração conheça ao Deus, a quem o culto será prestado, de forma íntima, pois irá oferecer este Deus um culto, uma reverência extrema e única.
Seguindo este raciocínio, no contexto da adoração verdadeira (aquela oferecida de modo correto, ao único Deus verdadeiro, o Altíssimo de Israel), nossa mente deve estar voltada para os principais atributos divinos: Santidade, Bondade, Amor, Pureza, Beleza, Eternidade, Onisciência, Onipotência, Onipresença, etc.
O texto de Isaías 6:1-8 é um texto básico para a compreensão da dinâmica da adoração:
• (versos 1-4) – Visão da majestade divina (comunhão profunda);
• (verso 5) – Visão da própria finitude e pecaminosidade, e confissão dos pecados (reconhecimento da grandeza divina e da pequeneza humana);
• (versos 6-7) – Recebimento de perdão (ou render-se à divindade) e transformação interior (ação do Espírito Santo);
• (verso 8) – Consagração e disposição para o serviço (adoração ativa e frutífera).
A adoração acontece quando o homem caído se encontra com a plenitude divina, reconhecendo ser, ele mesmo, um ser pequeno, frágil e estéril. Quando isso acontece, temos os elementos essenciais para que uma adoração verdadeira se faça presente: reconhecimento da grandeza divina e da pequeneza humana.
Ao reconhecer sua pequeneza, o homem se prostra diante o Criador. Este ato não é um ritual, não obedece a regras e técnicas pré-estabelecidas. É uma conseqüência, ou resultado, deste reconhecimento. Um exemplo deste reconhecimento pode ser encontrado em Isaías 6:5; após contemplar a glória e a majestade do trono divino, a reação do profeta é: Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! (NVI)
A atitude característica da adoração se manifesta em um conjunto de ações em que o ser humano exalta a Deus através de sua própria humilhação: prostra-se, reverencia, ajoelha-se, suplica por misericórdia:
Levítico 9:24 (NVI) – "Saiu fogo da presença do SENHOR e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se, rosto em terra".
No contexto do Novo Testamento, encontramos um significado para a adoração que se assemelha ao que vimos até aqui. Acompanhe os textos abaixo:
Mateus 8:2 - "E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo."
Mateus 9:18 - "Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou, dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá."
Mateus 14:33 - "Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus."
Mateus 15:25 - "Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me."
Mateus 28:17 - "E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
Em todos estes versos, encontramos dois aspectos em comum, relacionados à adoração.
O primeiro diz respeito à palavra que é traduzida por "adoração", nos versos citados. A expressão em grego usada é proskyneo (ou proskuneo), que pode receber a tradução de "beijar as mãos de alguém"; "jogar beijos para alguém"; "encostar a cabeça no chão em sinal de profunda reverência"; "prostrar-se aos pés de alguém com a intenção de expressar respeito ou para fazer uma súplica" (significados muito semelhantes ao encontrado no velho testamento, em Levítico 9:24).
Esta palavra era utilizada para descrever o ato que ocorria quando alguém reconhecidamente muito superior (social ou hierarquicamente) chegava a algum lugar. A pessoa que recebia esta figura importante curvava-se até o chão com o intuito de beijar-lhe os pés, em sinal público de submissão e reconhecimento da alta autoridade da pessoa que acabara de chegar. Neste sentido, adorar (proskyneo), é uma ação humana movida pelo desejo de beijar a Deus, ou a Jesus, através de uma profunda reverência.
Uma das expressões mais belas desta interpretação da palavra "adoração" está na ação da mulher que lavou os pés de Jesus na casa de Simão (Mateus 26:6-13; Marcos 14:1-11; João 12:12-15). Em uma atitude de adoração, a mulher lava os pés de Jesus e, literalmente, os beija. Os dois passos essenciais para que aconteça a adoração verdadeira foram trilhados: ela se prostrou diante Jesus, reconheceu Sua grandiosidade e suplicou por perdão, reconhecendo também sua pequeneza em relação ao Salvador.
O segundo aspecto que relaciona os versos de Mateus, citados acima, é que todos os exemplos de adoração listados ali reconhecem a Jesus como alguém especial. Não apenas alguém que pode lhes prestar favores e resolver seus problemas imediatos, mas alguém investido de todo o poder e "autoridade nos céus e na terra" (Mateus 28:18). Assim, todos os que apareceram e adoraram a Jesus naqueles versos possuem FÉ nEle como o Salvador.
Portanto, um aspecto essencial da adoração verdadeira é a FÉ, pois "Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dEle se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que O buscam" (Hebreus 11:6, NVI). Se não temos fé em Jesus, significa que não cremos nEle como nosso Salvador e Redentor. Se não reconhecemos em Jesus tais características, não podemos adorá-lO.
Todavia, não basta a crença em Deus ou em Jesus para que a adoração verdadeira aconteça. É necessário que o crente, além de crer (possuir fé), conheça a disposição de seguir a vontade divina para a sua vida. (Mateus 19:17; João 14:15, 21; 15:10; I João 1:23; 2:4; 3:22; 5:2-3; Apocalipse 12:7; 14:12)
Este é justamente o ponto mais problemático da religião, pois o homem caído, naturalmente, não deseja adorar ao Senhor, pois não deseja servir a Ele e seguir Suas ordenanças.
Mas se não desejamos servir a Deus, pois nosso coração pecaminoso tem tendências para o erro, como iremos adorá-lO? A Bíblia tem a resposta:
"Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele." (Filipenses 2:13, NVI).
"Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo." [5]
E se a nossa natureza humana pecaminosa (Jeremias 17:9) é levada sob o domínio do Espírito de Cristo, Deus operará em nós o milagre de desejarmos servi-lO, em Sua Santa vontade. E, é claro, para servir ao Senhor Deus em Sua vontade, precisamos conhecê-la. E não há outro modo de conhecer a verdade que nos libertará (João 8:32), senão através da leitura dedicada da Palavra (a Bíblia), oração e entrega do coração ao Altíssimo.
"Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos", declara o Senhor. "Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos". (Isaías 55:8 e 9, NVI).
Partindo deste raciocínio, para aqueles que desejam a salvação em Cristo Jesus, a adoração verdadeira é um imperativo, não uma opção:
"No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". (João 4:23 e 24, NVI)
A Bíblia destaca de modo enfático o modo pelo qual Deus procura ser adorado. "Em espírito e em Verdade". O texto ainda diz que o Pai está à procura de pessoas que estejam dispostas a oferecer este tipo de adoração a Ele, através de uma vida consagrada ao Espírito Santo e, portanto, guiada por Ele. E por meio de uma vida que, além de procurar a Verdade revelada, atua de acordo com ela, em sinceridade para com o que encontra.
O verdadeiro adorador é aquele que não se limita ao "mais confortável" ou "mais agradável" ou "mais de acordo com o meu gosto", porém procura incessantemente a vontade do Pai. O verdadeiro adorador, aquele guiado pelo Espírito, pergunta a si mesmo o tempo todo: "Qual a vontade do Pai?"; "Estou de acordo com a verdade?".
A adoração em Espírito e em Verdade é um imperativo, portanto, porque é esse tipo de adoração que Deus deseja. Mais do que isto: Deus procura! E se Deus está a procura de adoradores, significa que eu e você podemos ser encontrados a qualquer momento, basta que respondamos ao chamado do Altíssimo! Estamos dispostos? Entregaremos o nosso coração para a transformação necessária para a nossa salvação?
Que a nossa resposta para tais inquietações seja como a do salmista:
"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno." – Salmo 139:23 e 24, NVI.
________________________________________
Notas:
[1] O presente artigo foi escrito tomando como base estrutural outro artigo de mesmo título, de autoria de Miguel Levy. Originalmente o artigo citado havia sido publicado em: orbita.starmedia.com/~praiser/sl_ml_estudos.htm. Mas, aparentemente, o endereço saiu do ar.
Aproveitamos esta nota para agradecer imensamente às contribuições de Levi de Paula Tavares na revisão do presente artigo. Este nosso amigo, mais uma vez, demonstrou sabedoria e guia vindas do Altíssimo.
[2] Alguns itens destas definições acerca do louvor (assim como algumas reflexões posteriores, localizadas na seção do presente artigo relacionada à adoração) foram retirados do texto "Adoração – O Presente do Homem para Deus", de Levi de Paula Tavares, disponível em: http://www.musicaeadoracao.com.br/palestras/presente_deus_arquivos/frame.htm.
[3] As traduções bíblicas apresentadas em todo este artigo foram retiradas da concordância apresentada pelo site http://blueletterbible.org/index.html (em inglês, com tradução livre do autor deste artigo).
[4] Para alguns leitores e denominações religiosas, a expressão yadah justifica o bater palmas ou exercer cultos com as mãos levantadas. Destacamos que não há nenhum relato explícito na Bíblia que nos aprove ou desaprove tais atos nos momentos de louvor, todavia pensamos ser precipitada a conclusão de que simplesmente a expressão bíblica "lançar louvores" (yadah) possa justificar teologicamente qualquer forma de expressão corporal. A palavra indica o ato humano de atirar para Deus palavras de agradecimento, nada mais do que isso.
[5] White, Ellen G. Caminho a Cristo. P. 47.
Assinar:
Postagens (Atom)