"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados." Edmund Burke
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Sendo Confrontado por Deus
A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; (João 4:17)
Ao lermos o evangelho de João capítulo 4, 4-42 observamos a narrativa do encontro de Jesus com uma mulher samaritana, nos primeiros versos vemos Jesus saindo da Judéia e indo para Galiléia, entre estas duas cidades era necessário passar por Sicar que pode ser claramente entendida como Siquém (Gn. 33.19), está cidade era de Samaritanos que devido ao ocorrido quando da divisão do Reino, logo após o reinado de Salomão e depois sendo o reino do norte conquistado pelos assírios, houve uma mistura da raça, prática utilizada pelos assírios, quando Neemias vai ajudar na reconstrução dos muros de Jerusalém, os “samaritanos” são excluídos deste privilégio, pois haviam se corrompido espiritualmente. Daí o ódio racional e acepção de pessoas que ocorre entre os samaritanos e os judeus é o confronto da tribo do norte que só tivera reis ímpios e idólatras, com o reino do sul – Judá, o qual manteve a linhagem davídica e, por isso, a promessa messiânica. Dados estes esclarecimentos introdutórios vejamos o que a Palavra de Deus tem para os nossos corações neste encontro, que é o encontro do confronto do pecado com a maravilhosa graça de Cristo Jesus. Valho-me de alguns pontos para o melhor entendimento dos leitores.
I – O CONFRONTO RACIAL –
Quando em sua jornada junto com os discípulos Jesus chega à entrada da cidade de Sicar Ele fica junto ao poço de Jacó e manda seus discípulos comprarem comida, pois no seu conhecimento divino, como Jesus-Homem-Jesus-Deus, o nosso Senhor estava à espera de uma mulher que necessitava urgentemente da libertação de sua alma, narra o texto que chegando a hora sexta, ou seja, ao meio-dia apareceu uma mulher para retirar água do poço, o interessante é lembramos que no deserto de Sicar naquele horário, ninguém saia para pegar água, pois o calor era muito intenso, contudo esta mulher escolhe exatamente este horário, para não ser confrontada com outras mulheres, Jesus inicia o diálogo pedindo água aquela mulher que cheia de rancor em seu coração e preconceitos, olha para Jesus e vendo a sua indumentária que o identificava com Judeus diz: “Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).” Observamos aqui o primeiro confronto que o Senhor faz aos nossos corações, quando somos convidados e levar o evangelho a pessoas que são diferente de nós seja racialmente ou culturalmente, nos abstemos da nossa missão de ser sal e luz, PIS não queremos sair do conforto de nossos templos, não queremos enfrentar o sol e a chuva para pregar a boa semente, pois achamos que diante de Deus nós somos melhores do que outra criatura e com isso esquecemos que Deus ama a todos, que Jesus morreu na cruz para remissão do pecado de todos os homens que venham a aceitá-lo como único, exclusivo e suficiente salvador, alguns de nós temos tornado as nossas igrejas em verdadeiros “Clubes Sociais” e quando a nossa consciência dói resolvemos doar alguma coisa para a comunidade, mas não queremos os que cheiram mal, os que não se vestem ou falam bem, que não possuam certo poder aquisitivo no nosso meio, eles não podem fazer parte do nosso “Clube Social”, afinal as poltronas são novas, os banheiros estão limpos e não queremos este “tipo de gente” circulando em nossa igreja, pois elas assustam os nossos visitantes.
II – O CONFRONTO DE IDÉIAS
Jesus procurando despertar na mulher o senso de necessidade pessoal e interesse pelas coisas espirituais, fala-lhe de uma dádiva melhor do que Ele lhe tinha pedido. Jesus desejava dar esta dádiva caso aquela mulher aceitasse voluntariamente, contudo a mulher se surpreende de que Jesus poderia se capaz de trazer água viva da fonte onde Jacó havia falhado no mesmo propósito. É assim que aquela mulher interpreta a “dádiva da água viva”; a misteriosa alusão de Jesus a água viva o conduz a anunciar a verdade que Ele mesmo mata a sede do homem para sempre, a água do poço de Jacó satisfaz apenas temporariamente, porém Ele pode dar a vida eterna que jorra na alma, satisfazendo cabalmente todos os desejos mais íntimos dos homens. A mulher samaritana entende que esta água que Jesus a oferecia, era uma mágica que iria fazer com que ela não se precisa voltar a pegar água no poço e assim ter conforto físico e evitar o confronto com outras mulheres da aldeia. Assim estamos alguns de nós hoje, buscando coisas perenes no lugar de coisas eternas, procurando um cristianismo que nos satisfaça aqui e agora, como se não fossemos peregrinos aqui nesta terra, agimos às vezes como que se Jesus não fosse voltar e queremos que Jesus nos dê carros novos e importados, casas enorme, quiçá cobertura em frente à praia, pois o que interessa é viver alucinadamente o presente, viver um consumismo irracional, e buscando igrejas em que seus “pastores” que nos confronte com o nosso pecado e nos leve a uma reflexão e em conseqüência ao arrependimento que nos faça querer voluntariamente e ardentemente beber da “água da vida” e sermos transformados por Cristo Jesus e sabermos que as aflições do presente tempo não podem ser compradas com glória que nos espera, é um confronto de ideais, é o confronto da comida que perece com o pão da vida que sacia a fome da alma e dá a cada um de nós a tranqüilidade e a paz que excede todo e qualquer entendimento. A mulher samaritana quando confrontado por Jesus em seus pecados ela tenta mudar o rumo da conversa, falando sobre adoração, pois Jesus havia tocado na sua ferida, naquilo que ele tentava esconder, naquilo que a fazia buscar água em um poço ao meio-dia, Jesus queria tira a “casca da ferida” para poder fazer um limpeza, tirar a parte purulenta para dar saúde aquela mulher. È isso que Jesus deseja fazer a cada um de nós Ele deseja cuidar de nossa alma.
CONCLUSÃO –
Após se confrontada Jesus fala que o Pai está à procura de verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e verdade, Jesus ao apresentar-se aquela mulher como o messias que pode saciar a nossa sede da alma, aquela mulher entende a necessidade urgente de levar as boas novas e nada poderia atrapalhar a sua missão, por isso ela deixa o cântaro que iria atrapalhar sua corrida e fala das maravilhas de Cristo aos moradores da aldeia que também desejam beber da Fonte de água viva e dizem (4:42) Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo. Meu amado leitor permita-se ser confrontado por Deus, sem preconceitos ou pseudos argumento e corramos para anunciar a Jesus Cristo o Autor e Consumador da Nossa Fé. Que Deus abençoe a todos.
Pastor Celmir Guilherme Moreira Ribeiro
Pastor da Primeira Igreja Batista em Fragoso – Magé –RJ
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